sexta-feira, 27 de agosto de 2021

A navegação, a pandemia e o seu negócio

Assim como na navegação, onde se vai fazendo ajustes ao longo do percurso conforme as condições do tempo e do mar, na gestão de uma empresa também é preciso conduzir o barco fazendo correções. Mas se você ajustar o leme a partir de indicadores errados ou irá parar em um local incerto ou colocará o naufrágio na sua rota. 

Essa analogia serve para pensar em como você está tomando as decisões do seu negócio nestes tempos de pandemia. Está usando os indicadores corretos? Analisando o cenário e mirando além ou decidindo a partir de fatos pontuais? Aqui uma primeira recomendação: não tome decisões baseadas apenas em uma notícia do dia sobre o avanço ou retrocesso da doença, por exemplo. 

Fazer análise de risco e colocar diferentes variáveis no horizonte sempre foi uma atividade intrínseca à gestão. Mesmo que com a pandemia aparentemente se tenha mais variáveis a analisar, a crise sanitária é, na verdade, uma variável a mais. O que mudou é a calibragem dos rumos, que talvez tenha que ocorrer de forma mais frequente.

Outra atividade fundamental é envolver as pessoas na obtenção das metas da empresa. Aqui, sim, a pandemia exige um reforço de atenção e, especialmente, de organização para que os processos fluam quando o trabalho ocorre de forma remota. Quando o gestor está presente, lado a lado, observa de perto o andamento das coisas e fica mais fácil identificar o que não está no rumo certo. 

Eu comparo o êxito de um projeto à atividade física. Existem exercícios complexos de fazer e que dão resultado. Outros são simples de serem executados e, desde que feitos periodicamente, têm bom efeito também. De maneira geral, as empresas não perdem competitividade por não fazerem coisas complexas. Elas perdem ao não fazerem a tarefa simples. 

Não basta, porém, aferir dados. É fundamental corrigir e escolher os indicadores corretos. Se o gestor não vê que está na direção errada e ainda aumenta a velocidade do barco, a única certeza é que ele chegará mais rápido onde não quer.

 


Jorge Süffert - CEO da Qualitin, consultoria estratégica e gestão de indicadores.

 

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