domingo, 4 de julho de 2021

O DESAFIO DE SER MÃE, “DE PRIMEIRA VIAGEM”, E NA PANDEMIA

Quem nunca ouviu a frase: “Ser mãe não é uma tarefa fácil”? Agora, imagine ser mãe durante uma pandemia. As dificuldades, os medos, as angústias, incertezas e a ansiedade ficam ainda mais potencializadas, além de outras preocupações geradas pelos riscos trazidos pelo novo coronavírus. 

O sonho de ser mãe, neste momento, vem acompanhado de preocupações muito além das normais, por estar se vivendo num momento de pandemia, que pede distância de isolamento social. E como tudo isso é desafiador para toda a família! Para os pais, aspectos práticos foram alterados, como consultas presenciais e exames laboratoriais simples. Já para o momento de comemoração, a falta da presença das pessoas queridas em momentos significativos como chá de bebê, as reuniões para as famosas fotos com beijo na barriga e até o acompanhamento presencial do nascimento e pós-parto na maternidade. Para o pós-parto, há ainda o distanciamento social, que impede que essas mulheres possam contar com uma rede de apoio, que as auxilie na nova dinâmica familiar. 

“São experiências de um momento muito diferente, que unem as mulheres que se tornaram mães em plena pandemia. Além dos medos da pandemia e de terem que aprender a cuidar de um recém-nascido, elas também precisaram que conviver às restrições impostas pelo risco da Covid-19, que resultaram num menor apoio presencial da família. Contam em primeiro lugar com o seu instinto e com o seu amor, que falam mais alto mesmo diante das maiores dificuldades, e com os seus parceiros, que são elementos muito importantes nesta que é uma das mais importantes missões na vida dessa mulher”, comenta a Dra. Elis Nogueira. 

É um período de muitos aprendizados e de cuidados, e são muitas as transformações físicas e psíquicas trazidas pela gestação e pela maternidade, principalmente, no que diz respeito aos aspectos emocionais da grávida, que está em um dos períodos de maior vulnerabilidade psicológica, que podem trazer um sentimento de solidão, intensificada pela impossibilidade de um maior compartilhamento deste momento. 

É importante buscar alternativas para fugir do estresse e da ansiedade. As trocas e compartilhamentos de realidades diminuem a sensação de solidão e validam as experiências vividas, na medida em que percebem realidades parecidas com a sua. Para isso, valem as redes sociais, contatos virtuais com mães e amigas, grupos terapêuticos de apoio on-line ou até mesmo terapia. 

O pós-parto durante uma quarentena potencializa tudo o que normalmente as grávidas sentem nesta fase. “Por mais que tenhamos os exemplos de figuras maternas, o ineditismo de uma pandemia nos últimos 100 anos trouxe novas perguntas, preocupações e de fato uma nova realidade. A experiência e a conexão da mamãe com o bebê, o dia a dia cheio de novidades, as tentativas, os acertos e erros, e a entrega incondicional, serão as respostas para todas as perguntas. Mas vale lembrar: a ajuda e participação dos parceiros e da família continuam sendo muito, muito importantes”, finaliza a Dra Elis Nogueira. 

A maternidade não tem uma regra e nem um modelo único a ser seguido: é uma relação subjetiva de um intenso e imenso amor e aprendizado.

 

 

Dra. Elis Nogueira - membro de entidades médicas reconhecidas como FEBRASGO (Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia) e APM (Associação Paulista de Medicina). Faz parte do corpo clínico dos hospitais: São Luis, Albert Einstein, Sírio Libanês, Oswaldo Cruz, Pro Matre, Santa Joana, Samaritano, Santa Catarina, Vila Nova Star e Santa Maria. Atualmente é referência em parto normal, obstetrícia de alto risco e infertilidade, cirurgia ginecológica, inserção de DIU de cobre e prata, SIU, e trombofilias.

 

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