terça-feira, 27 de julho de 2021

Brasil, a possibilidade de viver a brasilidade nas Olímpiadas

A possibilidade de viver a brasilidade, por este povo carente de figuras importantes, se fez presente durante muito tempo, principalmente, nas manhãs de domingo. As corridas de Fórmula 1 traziam um representante brasileiro que fazia questão de apresentar ao mundo o orgulho de sua nacionalidade, pois toda vez que vencia, erguia a bandeira brasileira. Estamos falando do nosso falecido herói, Airton Senna do Brasil.

Em jogos, sejam eles olímpicos ou mundiais, nossa representatividade coletiva se faz presente, ao vermos o time de futebol, ou mesmo, de vôlei vencer, assim como, todas as outras modalidades. As cores de seus uniformes, elevam as cores de nossa pátria, ao devido lugar de orgulho, ainda mais quando é alcançado o pódio. Isso, traz a brasilidade ao senso coletivo, algo novamente importante, para este povo carente que luta para deixar de lado, o que muitos pesquisadores deram o nome de "síndrome de vira-lata".

A vida com tantos problemas sociais, somada ao momento pandêmico, traz adicionais para o sofrimento deste povo, que apesar de sua carência, é batalhador e trabalhador, independentemente das mais diversas dificuldades. Os merecedores de medalhas se espalham em meio à multidão, pois cada dia batalhado é um dia de um vencedor. Contudo, como não é possível levar a população ao pódio, nosso orgulho se faz presente e se torna representado, em nossos atletas olímpicos. Pois, choramos juntos cada medalha conquistada e, também, cada medalha perdida, trazendo a representatividade do senso de coletivismo, o verde e amarelo nos torna um só, nosso patriotismo se faz presente ao dizermos "o brasileiro não desiste nunca".

A Identidade brasileira, o ser brasileiro (a) que é apresentado nesses momentos de competições mundiais, nos une, mesmo que por pouco tempo, na vontade de que sejamos melhores, de que sejamos reconhecidos, na esperança de vencermos, conjuntamente. No entanto, esta brasilidade poderia ser constante, mesmo fora destas competições, afinal nos unimos na torcida para vencermos os adversários, algo que poderíamos fazer também, para vencermos nosso maior adversário, o cotidiano individualista, que nos impede de subirmos ao pódio.

A edição desta Olímpiada, para a maioria dos países, se tornou sinônimo de superação, pois a pandemia levou não apenas a liberdade das pessoas, levou o toque, levou o abraço, levou a festividade tão presente em outras edições. Este momento nefasto da humanidade, a covid-19 também levou vidas. A terra do sol nascente, o Japão, sedia hoje esperança, resistência, perseverança e, principalmente, unicidade dos povos, apesar das competições. Não devemos nos esquecer que lutar é preciso, vencer é preciso, afinal "Brasil, um sonho intenso, um raio vívido.


De amor e de esperança à terra desce [...]". Tudo passará, só não poderá passar nossa torcida por tempos melhores.

 


Marcelo Alves dos Santos - doutor em Psicologia Social e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, no curso de Psicologia.


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