05 dicas para você explicar sua tontura para o médico!
Sim, você leu certo o título. Infelizmente, para muitas pessoas que sofrem de tontura uma das coisas mais difíceis é contar e explicar sobre os sintomas, principalmente em um atendimento mais rápido durante uma crise.
“A tontura pode estar relacionada à aparição de
mais de 40 doenças e é importante você contar para o profissional da saúde toda
a situação para que juntos possam chegar ao diagnóstico da doença que mais se
enquadra nos sintomas expostos e indicar o tratamento mais adequado”, explica o
neurologista Dr. Saulo Nader. Nader, que foi apelidado carinhosamente pelos
pacientes e internautas como “Doutor Tontura”, elenca cinco principais dicas
para o paciente dizer no momento da consulta:
PRIMEIRA DICA: conte sua tontura usando analogias, comparações com coisas do dia a dia. A missão aqui é ajudar o seu médico a conseguir identificar se a tontura é ou não é uma vertigem. A vertigem se caracteriza pela percepção anormal do movimento. Nesse caso, o indivíduo pode estar parado e sentir as coisas em movimento ou se encontrar em movimento, mas o cérebro interpretar uma atividade diferente da que está sendo realizada de fato.
“Quando é uma vertigem, as chances de que o problema esteja no sistema vestibular (labirintos, nervos dos labirintos e áreas do cérebro que comandam o equilíbrio) são aumentadas. Então, compare a tontura com coisa mais palpáveis e do dia a dia, por exemplo, como se navegasse no mar, estivesse em um gira-gira de parque, estivesse dando cambalhota, ou com a sensação de que existe água solta na cabeça, de estar flutuando, pisando em almofadas, um balão enchendo ou até mesmo uma fraqueza como em uma ressaca”, diz o neurologista.
Segundo Doutor Tontura, a tontura pode apresentar
diferentes subtipos, sendo os principais:
a)Tontura de origem clínica – quando algo sistêmico
está acontecendo e leva o corpo a perceber uma tontura, como o caso de uma
carência hormonal da tireoide, carência vitamínica, infeção, febre ou ressaca.
b)Tontura de origem cardiológica – caracterizada
pela alteração da pressão, o que causa tonturas conhecidas como lipotimia em
que ocorre um escurecimento visual, como se fosse um túnel fechando ou até
mesmo uma sensação da luz diminuindo, o que causa a sensação de quase desmaio.
- c)
Há também uma tontura relacionada às questões visuais em que ela é gerada
pela presença de ambientes visuais complexos (mercado, shopping, igreja,
multidões, etc) sendo difícil de definir geralmente, mas que está
diretamente relacionada ao desconforto espacial.
- d)
existe a vertigem, como já citado acima .
SEGUNDA DICA: Tente explicar como a tontura se manifesta em você, o que pode ser vista por meio de duas possibilidades: sem gatilhos – conhecida como tontura espontânea ou Tontura deflagrada por algum gatilho – pode ser gerada pelo desenvolvimento de algum fator, como o movimento da cabeça, esforço físico, mudança postural, ambiente visual, veículo em movimento e o som.
TERCEIRA DICA: Explique como a sua tontura
se manifesta com o tempo, se há uma periodicidade (a cada quanto tempo) ou se a
ela ocorre de forma espaçada. Além disso, também é importante identificar o
tempo que o indivíduo fica em tontura, uma vez que a identificação de um padrão
cronológico é de suma importância para o diagnóstico da tontura.
QUARTA DICA: Fale se a tontura vem junto de dores de cabeça. Se
sim, explique como é a dor de cabeça que está sendo sentida e se, em sua
opinião, a dor de cabeça tem relação direta com a tontura que está acontecendo.
Muitas vezes, o paciente tem dor de cabeça crônica, de forma a apresentá-las
com frequência durante o decorrer do mês e podendo ser acompanhadas de
tonturas. Porém, muitas vezes, a dor de cabeça é deixada de lado e apenas a
tontura é relatada nas consultas, de forma a poder interferir diretamente no
diagnóstico final do paciente.
Dr. Saulo conta que a Migrânea Vestibular, por
exemplo, é uma enxaqueca que além de apresentar dor de cabeça pode gerar crises
de tontura. Além disso, é importante indicar o local na cabeça em que ocorrem
as dores de cabeça, se é uma dor que pulsa como um coração ou não, se a dor
piora com a luz ou atividade de esforço, como subir um lance de escadas e se
vem junto com enjoo.
QUINTA DICA: Fale se a tontura vem junto com zumbido ou algum
outro fenômeno auditivo como chiado, barulho, pressurização ou perda auditiva,
uma vez que se existir fenômenos auditivos e eles mudarem a crise de tontura em
algum aspecto, pode ser uma possibilidade a Doença de Menière, por exemplo.
ANSIEDADE DÁ TONTURA?
Para mais dados, diretamente via whats: 11-99144-9663. Grata e te
aguardo.
Andrea.
O emocional pode provocar tontura?
A resposta é sim, inclusive neste momento de isolamento social esses
sintomas são mais fortes.
“A Tontura Percentual Postural Persistente é uma doença que ainda hoje é muito
pouco diagnosticada, ou seja, acontece muito, mas não tem o seu devido
reconhecimento. Esse fato faz com que muitas pessoas acabem tratando de
problemas como labirintite e não desenvolva nenhuma melhoria no quadro,
justamente porque o diagnóstico se encontra equivocado, uma vez que o
tratamento para a tontura perceptual postural persistente é muito específico”,
ressalta Dr. Saulo Nader, neurologista do Albert Eisntein e USP, apelidado
carinhosamente pelos pacientes como Doutor Tontura.
Segundo Nader, uma das coisas que uma pessoa que sofre de tontura perceptual
pode sentir é uma tontura estranha, sendo essa, sensações que as pessoas que
sentem essa doença sentem dificuldade em verbalizar, em traduzir para palavras
aquele incomodo que elas estão percebendo, por exemplo, o indivíduo pode sentir
a sensação de cabeça enevoada, de cabeça nublada, de cabeça lesada, cabeça está
grande ou pequena, uma sensação de estar flutuando ou com a cabeça oca, com uma
sensação se formigamento na cabeça ou que as coisas ao redor se movimentando,
fazendo com que sinta a visão não muito estável.
“Muitos pacientes acabam usando o termo névoa cerebral, uma vez que sentem uma
sensação de estranhamento na cabeça. Dessa forma, tontura esquisita ou estranha
é considerada uma das características dessa doença. A segunda coisa é a
dificuldade para caminhar ou insegurança, acometendo principalmente pessoas que
normalmente nunca apresentou grandes desequilíbrios ao ponto de cair, mas acabam
sentindo muita insegurança para caminhar, pois sentem uma sensação de
instabilidade, fazendo com que os passos fiquem titubeantes na maioria das
vezes”, explica o neurologista.
Para Dr. Saulo também é comum que essas pessoas tenham que se segurar em outras
pessoas ou objetos, necessitando de ter suporte para caminhar em alguns locais,
além de muitas vezes essa sensação de desequilíbrio acabar piorando em algumas
condições.
Mas porque existe uma correlação entre o emocional e esse tipo de
tontura?
Segundo Doutor Tontura, é comum que quem sofre com essa tontura apresentar uma
piora nos sintomas quando o emocional não se encontra bem.
A ansiedade gera mais tontura e quanto mais tontura, mais ansiedade, de forma a
entrar em um círculo vicioso.
Já uma característica bem particular da tontura perceptual ou vertigem fóbica é
uma entidade chamada de vertigem visual, fazendo com que todos os sintomas já
expostos piorem muito em ambientes mais complexos visualmente, ou seja, com
muita informação visual, muito poluído visualmente, a exemplo o mercado em que
a gente tem aquelas luzes muito brancas, prateleiras coloridas, pessoas e
carrinhos passando a todo momento.
Nader comenta que também temos as calçadas lotadas em que há carros passando,
semáforos, árvores, postes. Há ainda locais com decorações muito pesadas, com
tapetes muito coloridos, sofás muito estranhos, luzes muito fortes; feiras com
muitas pessoas; estações de trem ou metrô e tantos outros no mesmo seguimento.
De acordo com Dr. Saulo, muitas vezes o gatilho inicial para desenvolver o
problema da tontura perceptual foi uma outra doença que também gerou tontura na
pessoa no passado, como a doença dos cristais soltos no labirinto ou uma
Neurite vestibular ou uma doença de menière e mais tarde, secundário a esse
problema, o indivíduo acaba desenvolvendo a tontura perceptual, ou seja, muitas
vezes a tontura perceptual acaba sendo uma complicação mais tardia de alguma
outra doença que gera vertigem e que a pessoa apresentou em algum outro
momento.
Existe Tratamento?
Na maioria das vezes, tem como fazer um tratamento eficiente, pois hoje é
entendido que esse problema trata-se de um distúrbio químico do cérebro.
“Nesse caso, se for feito o diagnóstico correto e um tratamento utilizando
medicações bem escolhidas para normalizar a parte química cerebral, será
possível ter uma melhora importante dos sintomas e, muitas vezes, alcançar uma
recuperação completa. Outro aliado além da medicação é a terapia, já que existe
uma estreita relação da doença com o emocional e em outros casos a fisioterapia
vestibular ou fisioterapia focada em equilíbrio pode ajudar também em alguns
casos”, finaliza Doutor Tontura.
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