quarta-feira, 2 de junho de 2021

Tontura, zumbido

 05 dicas para você explicar sua tontura para o médico!

 

Sim, você leu certo o título. Infelizmente, para muitas pessoas que sofrem de tontura uma das coisas mais difíceis é contar e explicar sobre os sintomas, principalmente em um atendimento mais rápido durante uma crise. 

“A tontura pode estar relacionada à aparição de mais de 40 doenças e é importante você contar para o profissional da saúde toda a situação para que juntos possam chegar ao diagnóstico da doença que mais se enquadra nos sintomas expostos e indicar o tratamento mais adequado”, explica o neurologista Dr. Saulo Nader. Nader, que foi apelidado carinhosamente pelos pacientes e internautas como “Doutor Tontura”, elenca cinco principais dicas para o paciente dizer no momento da consulta:

 

PRIMEIRA DICA: conte sua tontura usando analogias, comparações com coisas do dia a dia. A missão aqui é ajudar o seu médico a conseguir identificar se a tontura é ou não é uma vertigem. A vertigem se caracteriza pela percepção anormal do movimento. Nesse caso, o indivíduo pode estar parado e sentir as coisas em movimento ou se encontrar em movimento, mas o cérebro interpretar uma atividade diferente da que está sendo realizada de fato. 

“Quando é uma vertigem, as chances de que o problema esteja no sistema vestibular (labirintos, nervos dos labirintos e áreas do cérebro que comandam o equilíbrio) são aumentadas. Então, compare a tontura com coisa mais palpáveis e do dia a dia, por exemplo, como se navegasse no mar, estivesse em um gira-gira de parque, estivesse dando cambalhota, ou com a sensação de que existe água solta na cabeça, de estar flutuando, pisando em almofadas, um balão enchendo ou até mesmo uma fraqueza como em uma ressaca”, diz o neurologista. 

Segundo Doutor Tontura, a tontura pode apresentar diferentes subtipos, sendo os principais:

  

a)Tontura de origem clínica – quando algo sistêmico está acontecendo e leva o corpo a perceber uma tontura, como o caso de uma carência hormonal da tireoide, carência vitamínica, infeção, febre ou ressaca.

 

b)Tontura de origem cardiológica – caracterizada pela alteração da pressão, o que causa tonturas conhecidas como lipotimia em que ocorre um escurecimento visual, como se fosse um túnel fechando ou até mesmo uma sensação da luz diminuindo, o que causa a sensação de quase desmaio.

 

  1. c) Há também uma tontura relacionada às questões visuais em que ela é gerada pela presença de ambientes visuais complexos (mercado, shopping, igreja, multidões, etc) sendo difícil de definir geralmente, mas que está diretamente relacionada ao desconforto espacial.

 

  1. d) existe a vertigem, como já citado acima .

 

SEGUNDA DICA: Tente explicar como a tontura se manifesta em você, o que pode ser vista por meio de duas possibilidades: sem gatilhos – conhecida como tontura espontânea ou Tontura deflagrada por algum gatilho – pode ser gerada pelo desenvolvimento de algum fator, como o movimento da cabeça, esforço físico, mudança postural, ambiente visual, veículo em movimento e o som. 

 

TERCEIRA DICA: Explique como a sua tontura se manifesta com o tempo, se há uma periodicidade (a cada quanto tempo) ou se a ela ocorre de forma espaçada. Além disso, também é importante identificar o tempo que o indivíduo fica em tontura, uma vez que a identificação de um padrão cronológico é de suma importância para o diagnóstico da tontura.

 

QUARTA DICA: Fale se a tontura vem junto de dores de cabeça. Se sim, explique como é a dor de cabeça que está sendo sentida e se, em sua opinião, a dor de cabeça tem relação direta com a tontura que está acontecendo. Muitas vezes, o paciente tem dor de cabeça crônica, de forma a apresentá-las com frequência durante o decorrer do mês e podendo ser acompanhadas de tonturas. Porém, muitas vezes, a dor de cabeça é deixada de lado e apenas a tontura é relatada nas consultas, de forma a poder interferir diretamente no diagnóstico final do paciente.

Dr. Saulo conta que a Migrânea Vestibular, por exemplo, é uma enxaqueca que além de apresentar dor de cabeça pode gerar crises de tontura. Além disso, é importante indicar o local na cabeça em que ocorrem as dores de cabeça, se é uma dor que pulsa como um coração ou não, se a dor piora com a luz ou atividade de esforço, como subir um lance de escadas e se vem junto com enjoo.

 

QUINTA DICA: Fale se a tontura vem junto com zumbido ou algum outro fenômeno auditivo como chiado, barulho, pressurização ou perda auditiva, uma vez que se existir fenômenos auditivos e eles mudarem a crise de tontura em algum aspecto, pode ser uma possibilidade a Doença de Menière, por exemplo.

 

 

ANSIEDADE DÁ TONTURA?

Para mais dados, diretamente via whats: 11-99144-9663. Grata e te aguardo.
Andrea.



O emocional pode provocar tontura?

A resposta é sim, inclusive neste momento de isolamento social esses sintomas são mais fortes. 


“A Tontura Percentual Postural Persistente é uma doença que ainda hoje é muito pouco diagnosticada, ou seja, acontece muito, mas não tem o seu devido reconhecimento. Esse fato faz com que muitas pessoas acabem tratando de problemas como labirintite e não desenvolva nenhuma melhoria no quadro, justamente porque o diagnóstico se encontra equivocado, uma vez que o tratamento para a tontura perceptual postural persistente é muito específico”, ressalta Dr. Saulo Nader, neurologista do Albert Eisntein e USP, apelidado carinhosamente pelos pacientes como Doutor Tontura.


Segundo Nader, uma das coisas que uma pessoa que sofre de tontura perceptual pode sentir é uma tontura estranha, sendo essa, sensações que as pessoas que sentem essa doença sentem dificuldade em verbalizar, em traduzir para palavras aquele incomodo que elas estão percebendo, por exemplo, o indivíduo pode sentir a sensação de cabeça enevoada, de cabeça nublada, de cabeça lesada, cabeça está grande ou pequena, uma sensação de estar flutuando ou com a cabeça oca, com uma sensação se formigamento na cabeça ou que as coisas ao redor se movimentando, fazendo com que sinta a visão não muito estável. 

“Muitos pacientes acabam usando o termo névoa cerebral, uma vez que sentem uma sensação de estranhamento na cabeça. Dessa forma, tontura esquisita ou estranha é considerada uma das características dessa doença. A segunda coisa é a dificuldade para caminhar ou insegurança, acometendo principalmente pessoas que normalmente nunca apresentou grandes desequilíbrios ao ponto de cair, mas acabam sentindo muita insegurança para caminhar, pois sentem uma sensação de instabilidade, fazendo com que os passos fiquem titubeantes na maioria das vezes”, explica o neurologista. 

Para Dr. Saulo também é comum que essas pessoas tenham que se segurar em outras pessoas ou objetos, necessitando de ter suporte para caminhar em alguns locais, além de muitas vezes essa sensação de desequilíbrio acabar piorando em algumas condições. 



Mas porque existe uma correlação entre o emocional e esse tipo de tontura? 


Segundo Doutor Tontura, é comum que quem sofre com essa tontura apresentar uma piora nos sintomas quando o emocional não se encontra bem.

A ansiedade gera mais tontura e quanto mais tontura, mais ansiedade, de forma a entrar em um círculo vicioso. 
Já uma característica bem particular da tontura perceptual ou vertigem fóbica é uma entidade chamada de vertigem visual, fazendo com que todos os sintomas já expostos piorem muito em ambientes mais complexos visualmente, ou seja, com muita informação visual, muito poluído visualmente, a exemplo o mercado em que a gente tem aquelas luzes muito brancas, prateleiras coloridas, pessoas e carrinhos passando a todo  momento.

Nader comenta que também temos as calçadas lotadas em que há carros passando, semáforos, árvores, postes. Há ainda locais com decorações muito pesadas, com tapetes muito coloridos, sofás muito estranhos, luzes muito fortes; feiras com muitas pessoas; estações de trem ou metrô e tantos outros no mesmo seguimento.

De acordo com Dr. Saulo, muitas vezes o gatilho inicial para desenvolver o problema da tontura perceptual foi uma outra doença que também gerou tontura na pessoa no passado, como a doença dos cristais soltos no labirinto ou uma Neurite vestibular ou uma doença de menière e mais tarde, secundário a esse problema, o indivíduo acaba desenvolvendo a tontura perceptual, ou seja, muitas vezes a tontura perceptual acaba sendo uma complicação mais tardia de alguma outra doença que gera vertigem e que a pessoa apresentou em algum outro momento. 



Existe Tratamento?

Na maioria das vezes, tem como fazer um tratamento eficiente, pois hoje é entendido que esse problema trata-se de um distúrbio químico do cérebro. 

“Nesse caso, se for feito o diagnóstico correto e um tratamento utilizando medicações bem escolhidas para normalizar a parte química cerebral, será possível ter uma melhora importante dos sintomas e, muitas vezes, alcançar uma recuperação completa. Outro aliado além da medicação é a terapia, já que existe uma estreita relação da doença com o emocional e em outros casos a fisioterapia vestibular ou fisioterapia focada em equilíbrio pode ajudar também em alguns casos”, finaliza Doutor Tontura.

 

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