ABIHPEC
avalia que o resultado foi impulsionado principalmente pela flexibilização das
medidas de restrição às atividades comerciais no mês de abril
A ampliação da
abertura do comércio na maior parte das cidades brasileiras, especialmente em
abril, contribuiu para uma boa performance do setor de Higiene Pessoal,
Perfumaria e Cosméticos no primeiro quadrimestre de 2021. De acordo com o
Painel de Dados de Mercado da ABIHPEC - Associação Brasileira das Indústrias de
Higiene Pessoal Perfumaria e Cosméticos, o setor de HPPC teve uma alta de 5,7%
em vendas ex-factory¹, em relação ao mesmo período do ano
anterior.
Apesar do resultado
positivo, a cautela ainda se faz presente e necessária. "Mesmo com uma
tendência de aceleração da retomada da economia, o crescimento de 8,90% no
INPC² nos últimos doze meses é preocupante", afirma João Carlos Basilio,
presidente-executivo da ABIHPEC.
Além disso, apesar
da economia do Brasil estar melhorando, dado o crescimento do PIB (Produto
Interno Bruno), de 1,2% no primeiro trimestre deste ano, o desemprego, segundo
o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), chegou ao patamar de
14,7% em março. Esse quadro negativo reforça o cuidado da população com o
aumento dos gastos em muitos bens e serviços.
Desempenho dos
Segmentos
O segmento de
Perfumaria foi o que apresentou a melhor performance, atingindo alta de 22% em
vendas ex-factory no primeiro quadrimestre, quando comparado com o mesmo
período de 2020. O destaque fica por conta da perfumaria feminina, que teve
um crescimento de 26% no primeiro quadrimestre de 2021, contra 15% da
perfumaria masculina. Ações promocionais e datas comemorativas, como o Dia das
Mães, contribuíram para impulsionar o consumo deste segmento no período, assim
como a cultura brasileira de se perfumar como ato de promoção de bem-estar.
O segmento de produtos
de Higiene Pessoal segue com alta e fechou o primeiro quadrimestre com
crescimento de 11,4% em vendas ex-factory (na comparação com o mesmo
período de 2020), dada a relação dos itens deste segmento com a manutenção
da saúde e a prevenção de doenças, como a COVID-19. Dentre as categorias
que tiveram melhor desempenho estão as de produtos relacionados ao banho,
hábito reforçado no dia a dia dos brasileiros, por conta também da prevenção à
COVID-19. No primeiro quadrimestre de 2021, a categoria de sabonetes obteve
uma alta nas vendas de 23%; a de shampoos +2% e condicionador +1%,
todos dados em vendas ex-factory, em comparação ao mesmo período de 2020.
Tratamento capilar
segue em crescimento de dois dígitos +18%. A categoria lançou uma enorme diversidade
de produtos, como aqueles destinados a controlar o frizz, hidratar,
proporcionar maciez, auxiliar na prevenção dos danos cotidianos, além de
melhorar a definição dos cachos. O que não falta no mercado são produtos para
atender às diferentes demandas do consumidor e as marcas que atuam nesta
categoria não param de inovar.
Já consumo do álcool
em gel nos quatro primeiros meses de 2021 se manteve estável em comparação ao
mesmo período de 2020. O consumidor entendeu a sua importância como um produto
essencial no combate à pandemia da COVID-19, quando não há possibilidade da
lavagem das mãos.
No segmento de
Cosméticos, a categoria de "maquiagem para as unhas" foi o grande
destaque, com um crescimento de 8,7%, puxado por lançamentos de edições limitadas
de esmaltes, que tiveram ampla divulgação, principalmente com ações nas redes
sociais, com foco em grupos diversificados de consumidores. Além disso, o
esmalte é um produto consumido por vários elos da cadeia, como manicures,
salões de beleza, esmalterias e pelo próprio consumidor final, que encontra o
produto em distintos canais de vendas.
A chegada do outono
e do clima mais seco, associada à maior recorrência de banhos, também
impulsionaram a categoria de produtos de cuidados com a pele com o corpo, com
isso, os hidratantes corporais apresentaram um crescimento de 40% em vendas ex-factory
nos primeiros quatro meses de 2021, em comparação ao mesmo período do ano
anterior.
Outra categoria de
produtos que ganhou importante papel na pandemia foi a de cuidados com a
pele do rosto, que se manteve estável no período. Os destaques foram os tônicos
faciais, com crescimento de 23%; e os produtos anti-acne, com alta de 28%,
ambos em valor de vendas ex-factory .
"A máscara de
proteção facial individual se tornou indispensável no dia-a-dia, e o uso
frequente dela pode aumentar a oleosidade da pele e a formação de espinhas no
rosto. O crescimento do consumo destes produtos pode estar relacionado a este
movimento de uso de máscara de proteção facial", explica Basilio, presidente-executivo
da ABIHPEC.
Já o segmento de
tissue, que contempla papel higiênico, toalha de papel multiuso e lenço de
papel, apresentou queda de vendas ex-factory de (-17,9%), em função ainda do
impacto nos preços praticados no varejo, da alta dos custos dos insumos,
indexados em dólar.
Associação
Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos – ABIHPEC
¹Ex-factory: líquido
de impostos sobre vendas
²FONTE: IBGE
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