sexta-feira, 25 de junho de 2021

Neste sábado é celebrado o Dia Internacional de Combate às Drogas

Pesquisa da Fiocruz chama atenção para o aumento no consumo de bebida alcoólica na pandemia


Amanhã, dia 26 de junho, é celebrado o Dia Internacional de Combate às Drogas, uma data importante que chama a atenção da população para os problemas que a venda e o consumo de drogas acarretam, a exemplo da dependência química, uma questão de saúde pública.

Quando o assunto é drogas, devem ser levadas em conta tanto as substâncias como maconha, crack e cocaína quanto o cigarro e o álcool. Todos eles podem resultar em vício! Falando especificamente das bebidas, na população em geral, houve um aumento de 18% no consumo durante a pandemia.

O pico significativo de maior ingestão alcoólica se deu entre as pessoas de 30 a 39 anos de idade, representando 25%, e logo atrás vem os mais jovens, de 18 a 29 anos, em que 19% deles apontaram também maior consumo de bebida.
Esses são dados da Convid - Pesquisa de Comportamentos, promovida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e a Universidade Estadual de Campinas.

A análise destaca ainda que esse aumento está associado à frequência do aparecimento de sentimentos de tristeza e depressão neste cenário pandêmico. Ou seja, segundo a pesquisa, quanto mais a pessoa se sente triste e depressiva, mais ela consome bebida, o que é um perigo.

"A pandemia pode acarretar uma sobrecarga emocional intensa, ou seja, provocando estresse, ansiedade, medo, angústia, tristeza e desamparo. Conforme o desconforto gerado por esses sintomas vai se intensificando, as pessoas acabam buscando meios de ‘medicar’ esses sinais através de substâncias que estimulem a sensação de entorpecimento", explica o psiquiatra da Clínica Maia, Dr. Fábio Cantinelli.

Segundo ele, o perigo está no fato de que conforme se aprofunde esse hábito, podem entrar em cena fatores genéticos de predisposição ao vício em álcool e outras drogas, podendo resultar no desenvolvimento da dependência química.

Vale ressaltar que a bebida alcoólica, por exemplo, afeta o Sistema Nervoso Central, agindo como agente depressor, sendo assim, ela pode desencadear ou acentuar crises de pânico, ansiedade, e pode favorecer transtornos como depressão.

O especialista afirma que a perda da rotina de antes, ocasionada por este momento complicado que ainda estamos vivendo, também tem como consequência a mudança de hábitos e comportamentos, o que pode ser uma porta de entrada para o uso de drogas.

"Devemos ter ciência de nossas fraquezas e vigiar nossos comportamentos. Mesmo estando mais em casa, manter uma rotina com horários para se alimentar, dormir e se exercitar é primordial, assim como para o lazer. Além disso, pessoas próximas podem nos servir de advertência ou freio a um determinado comportamento. Mas é importante olhar pra si mesmo, se conhecer, e pedir ajuda, se necessário", completa o médico.

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