terça-feira, 1 de junho de 2021

Consumo de remédios cresce na pandemia

Pesquisa da FEBRAFAR em parceria com a UNICAMP aponta aumento no consumo de 16,2% neste período.

 

A pandemia transformou a saúde em uma verdadeira neurose, principalmente entre pessoas das classes A e B que passaram a usar remédios indiscriminadamente. É o que mostra pesquisa realizada com 4 mil consumidores pela FEBRAFAR (Federação Brasileira de Redes de Farmácias) em parceria com o Instituto de Economia da UNICAMP. 

Para combater o medo da covid que aumentou em 16% o faturamento do setor farmacêutico, o brasileiro comprou um pouco de tudo nas farmácias. Desde ácido acetilsalicílico para evitar trombose após a vacinação, até o kit covid, vitaminas, analgésicos, anti-inflamatórios e antialérgicos. Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto usar esta medicação com colírios sem prescrição médica pode causar um tremendo estrago na visão. 

Prova disso é  um estudo publicado na revista científica da AMA (Associação Médica Americana). Os pesquisadores afirmam que  o uso prolongado da aspirina pode causar degeneração macula relacionada à idade (DMRI), maior causa de cegueira irreparável no mundo. Queiroz Neto explica que a doença geralmente surge após os 60 anos e pode ser do tipo seca ou úmida. No tipo seca, depósitos se formam no fundo do olho e provocam a proliferação de vasos abaixo da retina. Isso resulta em cicatrizes que levam à perda da visão central e de contraste. No tipo úmida, vasos anormais se formam e extravasam liquido sob a mácula, porção central da retina responsável pela visão de detalhes. Por isso, recomendação do oftalmologista para quem é cardíaco e precisa tomar acido acetilsalicílico é fazer consultas oftalmológicas periódicas. Caso encontre alguma alteração, a visão pode ser mantida com aplicações de laser e injeções intravítreas.

 

Como hidratar o olho

Queiroz Neto afirma que para hidratar o olho durante o frio é indicado o uso de  lágrima artificial que também precisa de prescrição. Isso porque, i filme lacrimal tem três camadas e cada fórmula age em uma delas. Ainda assim, alerta, não adianta usar colírio lubrificante e tomar antialérgico ou pílula anticoncepcional porque estes remédios diminuem o efeito do colírio. Por isso, quando você for ao oftalmologista deve mencionar qualquer medicamento de uso contínuo para ter um atendimento de qualidade. Nos casos mais severos, de olho seco o mais indicado é a luz pulsada. Isso porque o tratamento desobstrui as glândulas localizadas na borda das pálpebras que produzem a camada gordurosa da lágrima responsável por impedir a evaporação.

 

Cuidados no glaucoma

O especialista alerta aos portadores de glaucoma para evitarem o uso de descongestionante nasal, inibidor de apetite e corticoide porque estes medicamentos inibem o efeito do colírio e pode causar piora da saúde ocular. Por fim, quem tem asma e glaucoma deve avisar ao oftalmologista uma vez que o colírio betabloqueador causa falta de ar, conclui.

 

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