Acompanhamento
odontológico é fundamental para a manutenção bucal de pacientes oncológicos
O cuidado com a saúde bucal é parte fundamental na
manutenção da qualidade de vida e bem-estar de uma pessoa. Essa atenção deve
ser reforçada, principalmente, para pacientes oncológicos, ou seja, aqueles que
estão em tratamento contra algum tipo de câncer.
De acordo com o presidente da Câmara Técnica de
Estomatologia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Fábio
de Abreu Alves, durante o tratamento radioterápico, o paciente pode adquirir
complicações em sua saúde bucal. “É comum os pacientes apresentarem ulcerações
(mucosite) decorrentes da ação direta da irradiação na mucosa bucal. Outro
problema que acontece regularmente é a destruição das glândulas salivares que
se encontram no campo irradiado, levando a diminuição do fluxo salivar e alterações
na composição da saliva. E, por fim, alterações no reparo ósseo tanto da
mandíbula quanto da maxila, efeito que pode causar necrose óssea, conhecida
como osteorradionecrose”, diz o cirurgião-dentista.
O especialista recomenda que o paciente oncológico
consulte regularmente um cirurgião-dentista para ser avaliado e fazer a
adequação da boca e prevenção de doenças que possam surgir em decorrência
da radioterapia, quimioterapia ou outros métodos de combate às células
cancerígenas.
Terapias para o câncer de boca ou na região da
cabeça e pescoço também podem afetar a saúde bucal e causar sérios prejuízos ao
paciente, caso não haja acompanhamento de um cirurgião-dentista especializado.
“Pacientes irradiados com tumores na região de cabeça e pescoço merecem atenção
especial. A diminuição do fluxo salivar os deixam mais suscetíveis a doença
periodontal e cárie. Essa cárie, quando associada à radioterapia, evolui
rapidamente destruindo as coroas dentárias em poucos meses. Mas, as exodontias
(processo de extração de dentes) devem ser evitadas devido ao risco de
osteorradionecrose. Dessa forma, esses pacientes precisam de acompanhamento
odontológico regular”, explica Alves.
Por ano, o Brasil tem mais de 400 mil pessoas
diagnosticadas com câncer, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer
(INCA). Na boca, a doença é mais comum entre os homens, com mais de 11 mil
novos casos apenas em 2020. Apesar dos potenciais riscos à saúde bucal, tanto
a radioterapia quanto a quimioterapia ou imunoterapia são métodos
essenciais para o tratamento e cura para diversas formas de câncer, sobretudo o
de boca.
Caso o paciente oncológico apresente inflamações na
gengiva e sangramento, além de manchas esbranquiçadas em volta dos dentes, o
cirurgião-dentista deve ser consultado para identificar potenciais cáries
dentárias ou doença periodontal e realizar o tratamento necessário de forma
rápida.
“O cirurgião-dentista tem participação fundamental
em todas etapas do tratamento oncológico. Somos parte de uma equipe e o sucesso
do tratamento depende de todos profissionais que cuidam do paciente
oncológico”, completa o cirurgião-dentista.
Conselho Regional de Odontologia de São Paulo - CROSP
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