terça-feira, 1 de junho de 2021

Alimentos, remédios e insetos são as principais causas da anafilaxia

 - Reação alérgica pode levar à morte

 - Conheça os sinais de uma crise de anafilaxia

 -Semana Mundial da Alergia acontece de 13 a 19 de junho

 

Sintomas respiratórios, na pele e mucosas, cardiovasculares, gastrointestinais e neurológicos são característicos da anafilaxia, a reação alérgica mais grave e que pode levar ao óbito.

Anafilaxia – Esteja Ciente, Esteja Preparado, Salve Vidas é o tema da Semana Mundial da Alergia, que acontece de 13 a 19 de junho, organizada pela WAO – Organização Mundial da Alergia e replicada pelas sociedades médicas associadas em todo o mundo. No Brasil, a ASBAI – Associação Brasileira de Alergia e Imunologia é a responsável pela campanha.

A anafilaxia pode ocorrer, principalmente, nos casos de alergia a alimentos (leite e ovo em crianças), insetos (destaque para veneno de abelhas, vespas, marimbondos e formigas) e medicamentos (mais comum em adultos pelo uso de antinflamatórios e antibióticos).

Outro desencadeador de anafilaxia é o látex, presente em equipamentos médicos, balões de ar e preservativos. “Pessoas alérgicas ao látex podem ter reação cruzada com vários alimentos, sendo as frutas as mais implicadas como kiwi, abacate, mamão papaia, tomate, banana e outros alimentos como castanhas e mandioca”, explica a Coordenadora do Departamento Científico de Anafilaxia da ASBAI, Dra. Alexandra Sayuri Watanabe.

Exercícios físicos também podem causar anafilaxia de forma isolada ou associada à ingestão prévia de alimentos ou medicamentos. “Em algumas crises, não se consegue identificar o agente causal, caracterizando a anafilaxia idiopática”, comenta a Dra. Priscila Geller Wolff, membro do Departamento Científico de Anafilaxia da ASBAI.


Sintomas que caracterizam a anafilaxia:

Manifestações na pele e mucosas (80% a 90% dos casos): Vermelhidão localizada ou no corpo todo, coceira, manchas na pele, placas no corpo e/ou inchaço nos olhos e lábios. Geralmente, são as mais frequentes e aparecem primeiro.

Manifestações respiratórias (70% dos episódios): coceira e entupimento nasal, espirros, coceira ou aperto na garganta, dificuldade para falar, rouquidão, estridor, tosse, chiado no peito ou falta de ar.

Manifestações gastrointestinais (30% a 40%): náuseas, vômitos, cólicas e diarreia.

Manifestações cardiovasculares (10% a 45%): pressão baixa, com ou sem desmaio, aceleração ou descompasso dos batimentos cardíacos.

Manifestações neurológicas (10% a 15% dos casos): dor de cabeça, crises convulsivas e alterações do estado mental.

Outras manifestações clínicas: sensação de morte iminente, contrações uterinas, perda de controle de esfíncteres, perda da visão e zumbido. 

Tratamento – Considerada emergência médica, o tratamento da anafilaxia deve ser feito rapidamente, sendo a ADRENALINA o primeiro medicamento a ser administrado por via intramuscular, na região anterolateral da coxa. A adrenalina trata todos os sintomas associados à anafilaxia e pode prevenir o agravamento dos sintomas.

“Porém, a adrenalina autoinjetável não é produzida no Brasil e apenas pode ser adquirida pelo paciente por meio de importação”, conta Dra. Alexandra.

Outros medicamentos também podem ser associados ao tratamento, como antialérgicos, corticoides e broncodilatadores, mas não devem ser administrados antes ou no lugar da adrenalina e nunca devem atrasar a administração rápida de adrenalina assim que a anafilaxia for reconhecida.

Após a recuperação da anafilaxia é recomendado o acompanhamento com um especialista em Alergia e Imunologia para realizar corretamente o diagnóstico, tentar identificar os agentes desencadeantes daquela reação, diminuindo o risco de reação anafilática futura. Assim, é possível adotar ações para reduzir a gravidade da reação em uma nova anafilaxia, incluindo a prescrição e educação sobre o uso de adrenalina autoinjetável.

A ASBAI estará com uma programação especial nas redes sociais, além de lives para pacientes e novos episódios no podcast.

 

 

 

ASBAI - Associação Brasileira de Alergia e Imunologia

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