Modalidade muito praticada durante a
pandemia, tende a continuar após a pandemia e quem ganha é a saúde do
trabalhador brasileiro
A telemedicina não é
novidade para ninguém e já vinha apresentando um crescimento exponencial nos
últimos anos, mas a pandemia, sem dúvida foi um catalizador para a modalidade.
Com a crise sanitária o teleatendimento deixou se ser acessório e se
transformou em referência, uma ferramenta necessária e em alguns casos, a única
opção para que muitos continuassem a contar com atendimento médico. O mesmo
vale para a telemedicina corporativa, já que muitas empresas colocaram seus
trabalhadores em home office e os atendimentos precisaram continuar, mesmo que
à distância.
Essa é uma tendência indiscutível. Vale ressaltar que da mesma forma que as
videoconferências, o home office e os deliveries já existiam (mas ganharam
volume com a pandemia), a telemedicina também já era praticada. No Brasil, o
primeiro projeto foi implantado em 2012, pelo Hospital Israelita Albert
Einstein em parceria com o Hospital Municipal M'Boi Mirim, no qual
intensivistas receberam suporte de especialistas em neurologia do Einstein para
casos de AVC.
Para
Ricardo Pacheco, médico, gestor em saúde, presidente da ABRESST (Associação
Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho) e diretor da OnCare
Saúde esse é um caminho sem volta, e certamente um suporte importante para
a medicina ocupacional. “Basta compararmos com o que acontece na telemedicina
geral. Em pesquisa de fevereiro do ano passado (antes mesmo dos picos da
Covid-19 no País) que ouviu 2.258 médicos em todo o Brasil, a maioria deles
(90%), já vislumbrava na tecnologia uma forma de melhorar o atendimento à
população. Com as tecnologias proporcionadas pela Telemedicina, que
permitem a segurança dos dados e a privacidade entre médico e paciente, 70%
deles responderam que acreditam ser possível ampliar o atendimento médico além
do consultório. Sentimos a mesma disposição dos médicos do trabalho”,
explica.
Tendências
para a modalidade em 2021
Como já dito, a crise sanitária que acometeu o Brasil e o mundo reforçou a
necessidade de investimento na telemedicina. Como consequência novas
tecnologias passaram a fazer parte das empresas de saúde ocupacional e de seu
corpo de profissionais que se dedicam à medicina do trabalho.
Para
o presidente da ABRESST a evolução tecnológica não para, e é assim que tem que
ser. “A pandemia transformou até o rumo pré-concebido que a tecnologia na
medicina tomaria. Além da importância do teleatendimento, preocupações
pertinentes passaram a fazer parte do cotidiano de gestores da saúde no
trabalho, como a preocupação com a segurança de dados, a ampliação do uso de
inteligência artificial, o crescimento da teleconsulta e da realização de
exames ocupacionais, que ganham novas dimensões com a telemedicina”, enfatiza
Ricardo Pacheco.
O
médico esclarece que a telemedicina ocupacional é uma ferramenta que auxilia de
forma importante o sistema de saúde público nos seus desafios diários. “Com uma
gestão de saúde corporativa - tendo o teleatendimento como um dos seus pilares
-, a tendência é ter um maior número de pessoas atendidas e acompanhadas por
equipes especializadas e dedicadas. É uma contribuição do mundo corporativo
para a sociedade com um todo”, afirma o diretor da OnCare Saúde.
Esse suporte é imprescindível, pela dimensão do País e pela oferta de médicos.
“O Brasil é o 5º maior país em termos de abrangência territorial, contudo,
apresenta uma baixa concentração de médicos em locais periféricos e cuja saúde
pública é extremamente ineficiente. Nesse sentido, a telemedicina (inclusive a
voltada à saúde no trabalho) é uma grande aliada na luta pela democratização do
acesso aos mais necessitados”, enfatiza Ricardo Pacheco.
Benefícios
dos exames ocupacionais por meio da telemedicina
A Consolidação
das Leis Trabalhistas (CLT) exige que as empresas adotem uma série de
protocolos com o objetivo de cuidar e monitorar a saúde do trabalhador; e a
saúde ocupacional vai além das obrigações estabelecidas pela lei.
Hoje o mercado
valoriza organizações que investem em cuidados com os seus colaboradores. Sem
contar que atuar de forma preventiva impacta na melhoria da qualidade de vida
do trabalhador e, como consequência, na produtividade e motivação para ele
exercer suas atividades. E realizar os exames ocupacionais por
telemedicina tem possibilitado grandes avanços na área.
O médico e gestor em
saúde lembra que a tecnologia é uma importante aliada nessa seara. “Hoje
contamos com ferramentas assertivas que permitem a realização de
telediagnósticos com a emissão de laudos de exames à distância, o que tem
permitido que grandes organizações tornem esse processo mais dinâmico,
menos oneroso e avancem para uma etapa importante que é a saúde preventiva do
trabalhador”, completa o diretor da OnCare Saúde.
São muitos os
benefícios da realização de exames ocupacionais por telemedicina:
·
Otimiza recursos e tempo
Todo processo de
admissão e demissão de um colaborador exige uma visita a um médico do trabalho.
Para alguns cargos, além da consulta, é necessário realizar exames exigidos
pela lei trabalhista. E esse processo geralmente é realizado em outra clínica.
O mesmo ocorre com os exames periódicos de rotina. O tempo de deslocamento e de
espera para fazê-los, principalmente em grandes centros, pode despender um
turno ou até um dia de trabalho. Por isso algumas empresas têm implementado
enfermarias em suas instalações e passaram a realizar exames ocupacionais por
telemedicina. Assim, o colaborador faz todos os exames necessários no próprio
lugar de trabalho e a empresa recebe o resultado no mesmo dia. Mais agilidade
no menor tempo.
·
Reduz os custos
Com os exames
ocupacionais por telemedicina a empresa tem acesso a médicos de diferentes
especialidades 24 horas por dia e em todos os dias da semana, sem a necessidade
de montar uma equipe médica interna, o que seria muito oneroso. Além disso,
liberar diversos colaboradores em um único dia para a realização de exames
impacta em redução de pessoas no dia trabalhado e, consequentemente, gera
redução na produtividade, o que impacta em custos.
·
Traz maior agilidade para
salvar vidas
Como sabemos, com a
telemedicina ocupacional todas as informações são compartilhadas dentro do
sistema, dessa forma é possível, por meio da análise do histórico de cada
trabalhador, definir se um determinado indivíduo tem uma doença preexistente ou
algum tipo de alergia, por exemplo. Informações como essa, são cruciais para
agilizar um atendimento assertivo.
·
Imprime qualidade e
praticidade
Os exames ocupacionais
realizados por telemedicina não perdem nada em qualidade, se comprado aos
exames presenciais. Além do mais é muito prático, já que por meio de sistemas
interligados o acesso do médico a laudos se dá com maior agilidade e
praticidade. Todos ganham quando o processo é eficiente, prático e rápido.
·
Padroniza os processos
Com os exames ocupacionais
por telemedicina, acontece uma padronização de laudos, já que uma mesma empresa
contratada emprega a mesma metodologia, mesmo que atenda uma infinidade de
outras empresas. Essa padronização ajuda a manter um padrão de qualidade.
·
Promove a saúde preventiva
A possibilidade de
atuar com saúde preventiva nos exames ocupacionais por telemedicina é um dos
grandes diferenciais. Uma vez que se cria um ponto de contato anual com os
trabalhadores de uma empresa, é possível usar algoritmos preditivos a partir do
acompanhamento de exames e, com isso, evitar que o colaborador tenha doenças
crônicas, como L.E.R ou doenças respiratórias, por exemplo, agravadas.
OnCare Saúde
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