segunda-feira, 3 de maio de 2021

Tendências para a telemedicina corporativa, durante e no pós-pandemia

Modalidade muito praticada durante a pandemia, tende a continuar após a pandemia e quem ganha é a saúde do trabalhador brasileiro


         A telemedicina não é novidade para ninguém e já vinha apresentando um crescimento exponencial nos últimos anos, mas a pandemia, sem dúvida foi um catalizador para a modalidade.

         Com a crise sanitária o teleatendimento deixou se ser acessório e se transformou em referência, uma ferramenta necessária e em alguns casos, a única opção para que muitos continuassem a contar com atendimento médico. O mesmo vale para a telemedicina corporativa, já que muitas empresas colocaram seus trabalhadores em home office e os atendimentos precisaram continuar, mesmo que à distância.

         Essa é uma tendência indiscutível. Vale ressaltar que da mesma forma que as videoconferências, o home office e os deliveries já existiam (mas ganharam volume com a pandemia), a telemedicina também já era praticada. No Brasil, o primeiro projeto foi implantado em 2012, pelo Hospital Israelita Albert Einstein em parceria com o Hospital Municipal M'Boi Mirim, no qual intensivistas receberam suporte de especialistas em neurologia do Einstein para casos de AVC.

Para Ricardo Pacheco, médico, gestor em saúde, presidente da ABRESST (Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho) e diretor da OnCare Saúde esse é um caminho sem volta, e certamente um suporte importante para a medicina ocupacional. “Basta compararmos com o que acontece na telemedicina geral. Em pesquisa de fevereiro do ano passado (antes mesmo dos picos da Covid-19 no País) que ouviu 2.258 médicos em todo o Brasil, a maioria deles (90%), já vislumbrava na tecnologia uma forma de melhorar o atendimento à população. Com as tecnologias proporcionadas pela Telemedicina, que permitem a segurança dos dados e a privacidade entre médico e paciente, 70% deles responderam que acreditam ser possível ampliar o atendimento médico além do consultório. Sentimos a mesma disposição dos médicos do trabalho”, explica.


Tendências para a modalidade em 2021

         Como já dito, a crise sanitária que acometeu o Brasil e o mundo reforçou a necessidade de investimento na telemedicina. Como consequência novas tecnologias passaram a fazer parte das empresas de saúde ocupacional e de seu corpo de profissionais que se dedicam à medicina do trabalho.

Para o presidente da ABRESST a evolução tecnológica não para, e é assim que tem que ser. “A pandemia transformou até o rumo pré-concebido que a tecnologia na medicina tomaria. Além da importância do teleatendimento, preocupações pertinentes passaram a fazer parte do cotidiano de gestores da saúde no trabalho, como a preocupação com a segurança de dados, a ampliação do uso de inteligência artificial, o crescimento da teleconsulta e da realização de exames ocupacionais, que ganham novas dimensões com a telemedicina”, enfatiza Ricardo Pacheco. 

O médico esclarece que a telemedicina ocupacional é uma ferramenta que auxilia de forma importante o sistema de saúde público nos seus desafios diários. “Com uma gestão de saúde corporativa - tendo o teleatendimento como um dos seus pilares -, a tendência é ter um maior número de pessoas atendidas e acompanhadas por equipes especializadas e dedicadas. É uma contribuição do mundo corporativo para a sociedade com um todo”, afirma o diretor da OnCare Saúde.

         Esse suporte é imprescindível, pela dimensão do País e pela oferta de médicos. “O Brasil é o 5º maior país em termos de abrangência territorial, contudo, apresenta uma baixa concentração de médicos em locais periféricos e cuja saúde pública é extremamente ineficiente. Nesse sentido, a telemedicina (inclusive a voltada à saúde no trabalho) é uma grande aliada na luta pela democratização do acesso aos mais necessitados”, enfatiza Ricardo Pacheco.


Benefícios dos exames ocupacionais por meio da telemedicina

A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) exige que as empresas adotem uma série de protocolos com o objetivo de cuidar e monitorar a saúde do trabalhador; e a saúde ocupacional vai além das obrigações estabelecidas pela lei.

Hoje o mercado valoriza organizações que investem em cuidados com os seus colaboradores. Sem contar que atuar de forma preventiva impacta na melhoria da qualidade de vida do trabalhador e, como consequência, na produtividade e motivação para ele exercer suas atividades. E realizar os exames ocupacionais por telemedicina tem possibilitado grandes avanços na área. 

O médico e gestor em saúde lembra que a tecnologia é uma importante aliada nessa seara. “Hoje contamos com ferramentas assertivas que permitem a realização de telediagnósticos com a emissão de laudos de exames à distância, o que tem permitido que grandes organizações tornem esse processo mais dinâmico, menos oneroso e avancem para uma etapa importante que é a saúde preventiva do trabalhador”, completa o diretor da OnCare Saúde.


São muitos os benefícios da realização de exames ocupacionais por telemedicina:



·         Otimiza recursos e tempo


Todo processo de admissão e demissão de um colaborador exige uma visita a um médico do trabalho. Para alguns cargos, além da consulta, é necessário realizar exames exigidos pela lei trabalhista. E esse processo geralmente é realizado em outra clínica. O mesmo ocorre com os exames periódicos de rotina. O tempo de deslocamento e de espera para fazê-los, principalmente em grandes centros, pode despender um turno ou até um dia de trabalho.  Por isso algumas empresas têm implementado enfermarias em suas instalações e passaram a realizar exames ocupacionais por telemedicina. Assim, o colaborador faz todos os exames necessários no próprio lugar de trabalho e a empresa recebe o resultado no mesmo dia. Mais agilidade no menor tempo.



·         Reduz os custos


Com os exames ocupacionais por telemedicina a empresa tem acesso a médicos de diferentes especialidades 24 horas por dia e em todos os dias da semana, sem a necessidade de montar uma equipe médica interna, o que seria muito oneroso. Além disso, liberar diversos colaboradores em um único dia para a realização de exames impacta em redução de pessoas no dia trabalhado e, consequentemente, gera redução na produtividade, o que impacta em custos.



·         Traz maior agilidade para salvar vidas


Como sabemos, com a telemedicina ocupacional todas as informações são compartilhadas dentro do sistema, dessa forma é possível, por meio da análise do histórico de cada trabalhador, definir se um determinado indivíduo tem uma doença preexistente ou algum tipo de alergia, por exemplo. Informações como essa, são cruciais para agilizar um atendimento assertivo.



·         Imprime qualidade e praticidade


Os exames ocupacionais realizados por telemedicina não perdem nada em qualidade, se comprado aos exames presenciais. Além do mais é muito prático, já que por meio de sistemas interligados o acesso do médico a laudos se dá com maior agilidade e praticidade. Todos ganham quando o processo é eficiente, prático e rápido.



·         Padroniza os processos


Com os exames ocupacionais por telemedicina, acontece uma padronização de laudos, já que uma mesma empresa contratada emprega a mesma metodologia, mesmo que atenda uma infinidade de outras empresas. Essa padronização ajuda a manter um padrão de qualidade.



·         Promove a saúde preventiva


A possibilidade de atuar com saúde preventiva nos exames ocupacionais por telemedicina é um dos grandes diferenciais. Uma vez que se cria um ponto de contato anual com os trabalhadores de uma empresa, é possível usar algoritmos preditivos a partir do acompanhamento de exames e, com isso, evitar que o colaborador tenha doenças crônicas, como L.E.R ou doenças respiratórias, por exemplo, agravadas. 

 


OnCare Saúde


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