Especialista alerta sobre cuidados e perigos
da pressão alta na gestação
A partir da 20ª
semana de gravidez, a mulher deve estar atenta à própria pressão arterial. É
neste período que ela pode sofrer com a chamada pré-eclâmpsia, ou hipertensão
na gravidez. De acordo com o Ministério da Saúde, a pré-eclâmpsia é
caracterizada pela pressão arterial superior a 140/90
mmHg. A condição pode afetar tanto a gestação quanto deixar sequelas no bebê.
Não
é incomum que a gravidez altere o funcionamento natural do corpo. Entretanto, o
período pode gerar desconfortos e consequências graves tanto para a mãe quanto
para o bebê.
Abaixo, o
ginecologista e obstetra da Maternidade Brasília Matheus Beleza responde oito
perguntas sobre a hipertensão na gravidez. Confira:
As grávidas estão
mais suscetíveis a ter hipertensão?
Não, a gestação
isoladamente não deve ser considerada como um fator de risco para hipertensão.
No entanto, existe uma condição exclusiva da gravidez e no puerpério em que a
gestante desenvolve hipertensão, a chamada pré-eclâmpsia.
As mulheres que
eram hipertensas antes de engravidar devem tomar algum tipo de cuidado durante
a gestação?
Sim! As gestantes
que engravidam já hipertensas devem manter cuidados de controle da pressão mais
estritos na gestação. Nestes casos geralmente é necessário que seja avaliada a
troca ou ajuste de dose da medicação, que sejam feitas aferições mais
frequentes, que haja controle cuidadoso do ganho de peso eprática de atividade
física, entre outros cuidados relacionados ao desenvolvimento e avaliação do
bem estar fetal.
Os bebês podem ser
afetados pela pressão alta?
Sim! Alterações na
pressão materna podem afetar diretamente a placenta e consequentemente a
chegada de nutrientes e oxigênio para os bebês, afetando seu ganho de peso e
bem-estar.
Como evitar a
hipertensão na gravidez?
Todas as gestantes
devem ser submetidas ao rastreamento de Pré-eclâmpsia, recomendado ainda no
primeiro trimestre. Nesta ocasião são avaliados fatores de risco materno,
antecedentes familiares, pressão arterial no momento das consultas. A avaliação
do fluxo de sangue nas artérias uterinas também deve ser realizada por meio da
ultrassonografia. De acordo com o resultado desta avaliação serão passadas as
devidas orientações que variam desde medidas comportamentais, até medicamentos
destinados a diminuir a incidência da doença.
Qual o tratamento
para hipertensão na gravidez? É necessário continuar o mesmo tratamento depois
do parto?
O tratamento varia
de acordo com o momento do pré-natal ou nascimento, intensidade dos sintomas e
capacidade de regular os níveis da pressão arterial. Geralmente estes cuidados
são recomendados após o parto, até que se retorne às condições de antes da
gestação.
A gestante precisa
do acompanhamento de um cardiologista?
Os obstetras estão
aptos a realizar o seguimento dos distúrbios de pressão durante a gestação. No
entanto, o seguimento em conjunto com o cardiologista permite uma assistência
mais completa e cuidadosa, especialmente em casos graves.
Em qual idade é
mais provável ter hipertensão na gravidez?
Os extremos de
idade para gestantes (antes de 18 anos e acima de 35 anos) são considerados
fatores de risco para os distúrbios de pressão durante a gravidez e portanto,
as idades de aparecimento mais frequentes.
Pré eclâmpsia e
hipertensão são a mesma coisa?
Não! A pré-eclâmpsia é uma
condição exclusiva do período da gravidez e do puerpério que cursa
essencialmente com pressão alta, mas que possui origem, tratamento e outras
manifestações diferentes da pressão alta isoladamente.
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