segunda-feira, 31 de maio de 2021

Oito perguntas sobre hipertensão na gravidez

Especialista alerta sobre cuidados e perigos da pressão alta na gestação


A partir da 20ª semana de gravidez, a mulher deve estar atenta à própria pressão arterial. É neste período que ela pode sofrer com a chamada pré-eclâmpsia, ou hipertensão na gravidez. De acordo com o Ministério da Saúde, a pré-eclâmpsia é caracterizada pela pressão arterial superior a 140/90 mmHg. A condição pode afetar tanto a gestação quanto deixar sequelas no bebê.

Não é incomum que a gravidez altere o funcionamento natural do corpo. Entretanto, o período pode gerar desconfortos e consequências graves tanto para a mãe quanto para o bebê. 

Abaixo, o ginecologista e obstetra da Maternidade Brasília Matheus Beleza responde oito perguntas sobre a hipertensão na gravidez. Confira:


As grávidas estão mais suscetíveis a ter hipertensão?

Não, a gestação isoladamente não deve ser considerada como um fator de risco para hipertensão. No entanto, existe uma condição exclusiva da gravidez e no puerpério em que a gestante desenvolve hipertensão, a chamada pré-eclâmpsia.


As mulheres que eram hipertensas antes de engravidar devem tomar algum tipo de cuidado durante a gestação?

Sim! As gestantes que engravidam já hipertensas devem manter cuidados de controle da pressão mais estritos na gestação. Nestes casos geralmente é necessário que seja avaliada a troca ou ajuste de dose da medicação, que sejam feitas aferições mais frequentes, que haja controle cuidadoso do ganho de peso eprática de atividade física, entre outros cuidados relacionados ao desenvolvimento e avaliação do bem estar fetal.


Os bebês podem ser afetados pela pressão alta?

Sim! Alterações na pressão materna podem afetar diretamente a placenta e consequentemente a chegada de nutrientes e oxigênio para os bebês, afetando seu ganho de peso e bem-estar.


Como evitar a hipertensão na gravidez?

Todas as gestantes devem ser submetidas ao rastreamento de Pré-eclâmpsia, recomendado ainda no primeiro trimestre. Nesta ocasião são avaliados fatores de risco materno, antecedentes familiares, pressão arterial no momento das consultas. A avaliação do fluxo de sangue nas artérias uterinas também deve ser realizada por meio da ultrassonografia. De acordo com o resultado desta avaliação serão passadas as devidas orientações que variam desde medidas comportamentais, até medicamentos destinados a diminuir a incidência da doença.


Qual o tratamento para hipertensão na gravidez? É necessário continuar o mesmo tratamento depois do parto?

O tratamento varia de acordo com o momento do pré-natal ou nascimento, intensidade dos sintomas e capacidade de regular os níveis da pressão arterial. Geralmente estes cuidados são recomendados após o parto, até que se retorne às condições de antes da gestação.


A gestante precisa do acompanhamento de um cardiologista?

Os obstetras estão aptos a realizar o seguimento dos distúrbios de pressão durante a gestação. No entanto, o seguimento em conjunto com o cardiologista permite uma assistência mais completa e cuidadosa, especialmente em casos graves. 


Em qual idade é mais provável ter hipertensão na gravidez?

Os extremos de idade para gestantes (antes de 18 anos e acima de 35 anos) são considerados fatores de risco para os distúrbios de pressão durante a gravidez e portanto, as idades de aparecimento mais frequentes.  


Pré eclâmpsia e hipertensão são a mesma coisa?

Não! A pré-eclâmpsia é uma condição exclusiva do período da gravidez e do puerpério que cursa essencialmente com pressão alta, mas que possui origem, tratamento e outras manifestações diferentes da pressão alta isoladamente.


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