O projeto de lei
impede abertura de mercado e ameaça 14 mil linhas de ônibus, que atende mais de
2,5 milhões de brasileiros
Na noite de segunda-feira (24 de maio de 2021),
entrou na pauta da Câmara dos Deputados o requerimento de urgência para o
Projeto de Lei 3019/20, que coloca em risco 14 mil linhas de ônibus que atendem
mais de 2,5 milhões de brasileiros e proporcionam mais de 180 mil empregos.
Conforme recentes estudos da ANTT, o mercado rodoviário atual se caracteriza
oligopólio e monopólio, já que dados públicos mostram que em 66% das linhas há
apenas uma empresa atuando. Em 26%, duas empresas. Em somente 8%, há três ou
mais.
Neste sentido, a Associação Brasileira de
Mobilidade e Tecnologia vê com preocupação as propostas do PL, que vão na
contramão da inovação observada em mercados internacionais, como na Alemanha e
Estados Unidos, e podem vetar meios de locomoção para 416 municípios e colocar
centenas de empregos em risco. A Amobitec entende que, com mais concorrência, é
possível garantir produtos e serviços de melhor qualidade a um menor preço para
a população por meio de novas tecnologias que reduzem custos, beneficiando
diretamente os 52 milhões de brasileiros desassistidos pelo sistema. Sobretudo,
a entidade defende que o tema que tem sido debatido na Comissão de Viação e
Transportes demanda um debate ainda mais profundo, não sendo o momento de um
pedido de urgência.
O requerimento de urgência para o projeto que fecha
o mercado de ônibus é de autoria dos deputados Silas Câmara, do Republicanos,
aliado de Arthur Lira. Se o pedido passar pela Câmara, a casa terá que analisar
o projeto em no máximo de 45 dias. A partir desse prazo, a pauta de votações ficará
bloqueada.
Associação Brasileira de
Mobilidade e Tecnologia - Amobitec
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