quinta-feira, 27 de maio de 2021

31 de maio de 2021

 

Dia Mundial Sem Tabaco: 34% dos fumantes no Brasil declararam ter aumentado o número de cigarros fumados durante a pandemia


“Já cigarro eletrônico está associado a danos irreparáveis ao pulmão e a um pior prognóstico nos pacientes que contraem COVID-19”, alerta oncologista

 

Desde final de 2019, o mundo vive um dos momentos mais dramáticos da sua história com o surgimento e explosão do Sars CoV-2. Já foram mais de 400 mil mortes no Brasil por COVID-19 desde o início da pandemia e 3,48 milhões de mortes no mundo. Mas, ainda assim, é importante lembrar de outra pandemia, que atravessa séculos, e que mata – sozinha – mais de 7,5 milhões de pessoas ao ano: o tabagismo. No próximo 31 de maio, é celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco e um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou que 34% dos fumantes no Brasil declararam ter aumentado o número de cigarros fumados durante a pandemia, um crescimento associado à deterioração da saúde mental dos tabagistas em meio ao isolamento social. “Além da ansiedade de ter que ficar em casa, a forma de comprar e obter o cigarro foi ainda mais facilitada na pandemia. As pessoas podem solicitar o cigarro por meio de aplicativos de entregas, tendo produto em minutos em casa e, na maioria das vezes, sem a verificação da idade do comprador”, alerta o afirma o oncologista, Vinícius Corrêa da Conceição, sócio do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia.

 

Segundo o oncologista, o cigarro é, ainda, o principal fator relacionado a doenças respiratórias como asma, bronquite e enfisema pulmonar. E nesse caso, não tem como dissociar o cigarro da COVID-19.  “É inegável que a pandemia do cigarro agrava a COVID-19. Logo no início da pandemia, em 2020, a Convenção Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT/OMS) informou que pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong, em Wuhan, na China, haviam constatado que as chances de progressão da doença e de óbitos entre fumantes eram 14 vezes maiores do que em não fumante.  O cigarro provoca uma inflamação crônica nos pulmões, causando distúrbios pulmonares graves, além de sabidamente reduzir a imunidade de quem fuma.  Portanto, uma parcela das pessoas que morreram em decorrência da COVID-19, indiretamente são vítimas do cigarro”, explica.

 

De acordo com boletim informativo do Ministério da Saúde, desde a primeira contaminação notificada no Brasil até a 53ª semana epidemiológica, período que compreendeu de 27 de dezembro de 2020 a 2 de janeiro de 2021, 191.552 óbitos em decorrência da COVID-19 haviam sido registrados, sendo que 42% das vítimas eram cardiopatas (lembrando que o cigarro é a segunda maior causa de doenças cardiovasculares) e 6% tinham problemas crônicos pulmonares. “Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Stanford, na primeira fase da pandemia, mostrou que jovens que usam cigarros eletrônicos tinham de 5 a 7 vezes mais risco de terem COVID-19, provavelmente em razão dos danos pregressos das vias aéreas”, conta Dr. Vinicius.

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) espera para 2021, algo próximo de 8 milhões de mortes em todo mundo por doenças causadas pelo hábito de fumar. Só no Brasil são cerca de 430 mortes ao dia relacionadas ao tabagismo, cerca de 160 mil mortes ao ano.

 

Câncer de pulmão e cigarro


Recentemente, a cantora Rita Lee, anunciou por meio de sua assessoria de imprensa, que está com câncer de pulmão e rapidamente a notícia teve grande repercussão, causando comoção entre os fãs da artista de 73 anos. Segundo Dr. Vinicius, o cigarro é disparado o maior fator de risco para o desenvolvimento de câncer e está relacionado a quase todos os tumores, com particular importância para as neoplasias de pulmão, cabeça e pescoço, bexiga e trato gastrointestinal. “Dentre todos os tumores, o de pulmão é o de maior incidência. 15% de quem fuma deverá desenvolver esse tipo de câncer em algum momento da vida; além disso, 80 a 90% de quem tem o diagnóstico de neoplasia pulmonar é tabagista. Ainda, cerca de 80% dos tumores de pulmão são descobertos em fases avançadas, com metástases, quando o câncer já se espalhou pelo corpo e a chance de cura é muito baixa. São 1,8 milhões de casos novos de câncer de pulmão diagnosticados todos os anos no mundo, com 1,6 milhões de mortes”, explica  o oncologista.

 

Vinícius Corrêa da Conceição - médico oncologista graduado pela Unicamp, com residência médica em Clínica Médica e Oncologia pela Unicamp. Tem título de especialista em Cancerologia e Oncologia Clínica pela Sociedade Brasileira de Oncologia. Foi visiting fellow no Serviço de Oncologia do Instituto Português de Oncologia (IPO), no Porto. Membro titular da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), da Sociedade Europeia de Oncologia (ESMO), da International Association for the Study of Lung Cancer (IASLC), do Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM), da Sociedade Brasileira de Oncologia (SBOC) e da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC), Vinícius é sócio do Grupo SOnHe e atua na Oncologia do Instituto do Radium, do Hospital Madre Theodora, do Hospital Santa Tereza e atua e é responsável técnico da Oncologia da  Santa Casa de Valinhos.

 


Grupo SOnHe - Sasse Oncologia e Hematologia

www.sonhe.med.br 

@gruposonhe.


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