Especialista explica como as células-tronco mesenquimais podem auxiliar no tratamento de portadores do Transtorno do Espectro do Autismo
Material
é capaz garantir melhoras no caso clínico de pacientes com essa condição
O mês de Conscientização do Autismo, também
conhecido como Abril Azul, é um período voltado para discussão sobre a
importância da inclusão de pessoas com o Transtorno de Espectro Autista (TEA)
na sociedade. Essa condição é caracterizada pela dificuldade de comunicação,
inabilidade de estabelecer interações sociais e comportamentos monótonos e
repetitivos, que podem implicar nos níveis de coordenação cognitiva e motora.
Isso acontece porque o autismo é um distúrbio de neurodesenvolvimento.
Alguns estudos já conseguem apontar para
prováveis fatores genéticos, hereditários, mas também é possível que fatores do
ambiente possam ter grande efeito no desenvolvimento da doença. De acordo com a
última pesquisa do Center of Deseases Control and Prevention (CDC), órgão de
saúde dos Estados Unidos, a cada 54 pessoas uma nasce com o transtorno.
Dr. Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo
Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP, aponta que a terapia celular vem sendo estudada como
uma intervenção terapêutica para pacientes com essa condição, onde o uso de
células-tronco mesenquimais vem resultando positivamente no tratamento de
indivíduos com autismo. "O material biológico pode restaurar a organização
das áreas cerebrais e, dessa forma, facilitar o desenvolvimento de habilidades
sociais", contextualiza.
Um estudo realizado no Shandong Jiaotong
Hospital, na China, com 37 crianças portadoras desse transtorno, entre 3 e 12
anos de idade, revelou que a aplicação de células-tronco mesenquimais, somado a
terapias de reabilitação, resultou em um avanço significativo nas suas relações
interpessoais, apresentando melhorias na interação, nas respostas emocionais e
consciência corporal.
O especialista explica que esse material tem
propriedades imunomoduladoras e regenerativas únicas, com grande poder de multiplicação,
o que justifica o seu bom desempenho no tratamento. "O Transtorno do
Espectro Autista trata-se de uma inflamação neurológica e a terapia celular
mostra-se muito promissora em reduzir o dano tecidual afetado e colaborar na
melhora do quadro clínico de pessoas com autismo. Porém, o estudo ainda se
refere como um campo experimental", ressalta.
O médico informa que essas células-tronco podem
ser encontradas na coleta do tecido do cordão umbilical, na medula óssea e na
polpa do dente de leite. "É importante que elas sejam armazenadas em
laboratórios especializados, em tanques com nitrogênio líquido (- 196 °C), para
que nunca percam sua qualidade e potencialidade", adverte. De acordo com o
Dr. Nelson, esse material precisa ser valorizado, pois tem a capacidade de
auxiliar no tratamento de diversas doenças imunológicas e degenerativas
Criogênesis
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