Especialista
ressalta que a doença não tem cura, mas pode ser controlada com o tratamento
adequado
O Dia Mundial do Transtorno Bipolar, 30 de março, é
celebrado anualmente em homenagem ao nascimento do pintor pós-impressionista
holandês Vicent Van Gogh, que foi postumamente diagnosticado como provável
portador do transtorno bipolar. O objetivo da data é chamar a atenção para os
transtornos bipolares, combater os preconceitos, principalmente, com os
portadores da doença, e levar informação à população, já que a desinformação é
uma das barreiras enfrentada pelos pacientes, familiares e profissionais da saúde.
“O transtorno bipolar tem um impacto significativo
na qualidade de vida dos pacientes e seus familiares. Por isso, o conhecimento
sobre a doença e os seus prejuízos por parte dos familiares se faz necessário,
uma vez terão habilidades para lidar melhor com todo o processo do tratamento”,
afirma a psiquiatra Aline Valente Chaves, médica convidada pela Prati-Donaduzzi
para falar sobre a doença e membro da comissão científica da Associação
Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA).
Doença
O transtorno bipolar tem por características
alterações bruscas do humor que afetam a habilidade da pessoa de lidar com as
tarefas do dia a dia, e interferem significativamente nas relações
interpessoais e na qualidade de vida dos indivíduos. Os sintomas costumam vir
acompanhados com frequência de alteração de sono, do apetite, alterações do
ânimo a alterações do pensamento, tais como extremo pessimismo e ideias
suicidas na depressão e de ideias de grandiosidade e poder nos estados maníacos”,
explica a psiquiatra.
A doença é identificada pelas fases de hipomania
(mais leve) e de mania moderada ou grave e os estados mistos, onde há uma
mescla de sintomas das ordens. A hipomania é a mania leve, muito comum e pouco
diagnosticada, que pode durar poucos dias, com os mesmos sintomas, mas sem a
mesma gravidade. Já a mania é caracterizada por momentos de irritação e até
agressividade; expansividade do humor e aumento da energia.
O transtorno bipolar pode se manifestar em qualquer
idade e o diagnóstico é capaz de ser desafiador, pois, muitas vezes, é
confundido com outras doenças. Há pessoas que apresentam sintomas como
ansiedade, distúrbios de atenção e comportamentais, como déficit de atenção e
hiperatividade, e até mesmo mudanças constantes de humor, mas não desenvolvem
bipolaridade.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde
(OMS), o transtorno afetivo bipolar atinge atualmente cerca de 140 milhões de
pessoas no mundo e é considerada uma das principais causas de incapacidade.
Tratamento
A psiquiatra ressalta que a doença não tem cura,
mas pode ser controlada com o tratamento adequado que inclui o uso
medicamentos, psicoterapia, principalmente a Terapia Cognitiva-Comportamental
(TCC) e mudanças no estilo de vida, tais como, o fim do consumo de substâncias
psicoativas, como a cafeína, álcool e de outras drogas em geral.
Adquirir novos hábitos também colaboram com o
controle do quadro como manter uma rotina de alimentação saudável e de sono
regulado; praticar atividades físicas que podem ser leves, como caminhadas e
natação, e qualquer atividade que contribua para a diminuição dos níveis de
estresse.
É importante destacar, que buscar orientação médica
diante de qualquer sintoma é a maneira mais correta para diagnosticar
corretamente a doença, assim como realizar os tratamentos adequados, resultando
na melhora da qualidade de vida ao paciente e familiares.
Prati-Donaduzzi
https://www.evolucaoparavida.com.br/
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