quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

O cartão de crédito é um aliado ou inimigo das suas finanças?

Especialista explica que, se utilizado de forma consciente e inteligente, pode sim trazer vantagens e contribuir com seu bolso


Se todas as vezes que você recebe a fatura do cartão de crédito leva um susto, é preciso repensar algumas atitudes pois, nem sempre ele precisa ser ou é o verdadeiro vilão. Contanto que seja utilizado de forma inteligente, o cartão de crédito pode sim ser um bom instrumento para a organização financeira pessoal.

O cartão de crédito pode te ajudar a organizar a entrada e a saída de dinheiro da conta, o famoso fluxo de caixa e ainda fornecer alguns benefícios, como descontos em estabelecimentos e milhas que podem ser trocadas por viagens ou produtos. Muitos cartões hoje em dia sequer cobram anuidade, então, a primeira dica é pesquisar as melhores opções.

"O perigo mora em fazer desse recurso uma extensão do salário e ter a falsa impressão de que ainda há bastante dinheiro para ser gasto, contabilizando o limite liberado pela instituição bancária", afirma Luciana Ikedo, assessora de investimentos, CEO e fundadora do escritório Ikedo Investimentos. É importante lembrar que a taxa de juros do cartão de crédito rotativo subiu de 293,3% ao ano em novembro, para 301,9% em dezembro de 2020, de acordo com divulgação recente do Banco Central (BC). "Seguir no automático e fazer pequenas compras com frequência, por exemplo, pode acabar se tornando uma grande e cara armadilha para o bolso, devido justamente aos juros", alerta a assessora.

Segundo Luciana, os pequenos valores somados no fim do mês na fatura, como compras por aplicativos de delivery ou de transporte, podem representar uma grande parcela da sua renda no fim do mês e aí sim, transformar o cartão de crédito em inimigo. A palavra de ordem é controle. "Controlar os gastos, não só anotando todos eles, mas também planejando com antecedência tudo que vai gastar, é uma boa estratégia", ensina Luciana. "Saber quanto do orçamento mensal já está comprometido com compras parceladas deve ser uma rotina", reforça. E para ajudar nessa tarefa, a especialista explica que existem muitas formas, desde as anotações em caderninhos, planilhas eletrônicas, até aplicativos financeiros para o celular.

Uma última dica é fugir do valor mínimo. Para a especialista, pagar o mínimo da fatura pode parecer inicialmente uma boa ideia, mas, não é. "Você corre um grande risco de perder o controle da dívida e aí sim, fazer com que o cartão se torne um grande transtorno em sua vida", afirma Ikedo. "Tente não enxergar o cartão como um dinheiro extra ou uma extensão da renda, ut inteligência e parcimônia, evita compras supérfluas, desnecessárias e contribui com a saúde do seu bolso", finaliza.



Luciana Ikedo - Assessora de investimentos, CEO e fundadora do escritório Ikedo Investimentos. É especialista em finanças, com 24 anos de experiência e certificações CFP® e CPA 20, essenciais na área. Administradora por formação, Luciana aprofundou conhecimentos com MBA Internacional em Gestão Empresarial pela FGV, em International Strategic Business Leadership Paths to the Future da Universidade de Ohio e com MBA em International Business Immersion, cursado na Universidade de Tampa, Flórida. Atuou ainda em cargos gerenciais em grandes empresas e nas principais instituições bancárias privadas do país. Acumula também experiência acadêmica como docente universitária nos cursos de pós-graduação EAD na Universidade Brazcubas, em Mogi das Cruzes.


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