terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Combate ao câncer: precisamos ser e fazer a diferença

Todo ano, no dia 4 de fevereiro, a União Internacional Contra o Câncer (UICC) promove o World Cancer Day (Dia Mundial do Câncer). A campanha tem o objetivo de aumentar a conscientização sobre a doença e parte da premissa de que todos nós, como indivíduos ou instituições, temos o poder de reduzir os riscos e o impacto do câncer em nossas vidas, nas vidas de quem amamos e de toda a sociedade. Para isso acontecer, precisamos entender o problema e agir. Precisamos ser e fazer a diferença. 

E o que nós sabemos sobre o câncer? Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), ele é a causa de cerca de 10 milhões de mortes, por ano, em todo o mundo. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registrou um total de 224.712 mortes por câncer em 2018, ano do levantamento mais recente. Este mesmo estudo mostra que os tumores malignos do pulmão, da próstata e do intestino, nessa ordem, foram responsáveis pelo maior número de mortes entre os homens. Nas mulheres brasileiras, o maior número de óbitos por câncer é consequência dos tumores da mama, do pulmão e do intestino. Para o ano de 2020, a estimativa do INCA foi de 620 mil novos casos de câncer, somados os diagnósticos entre homens e mulheres.

Para além dos números, sabemos que quanto mais cedo, no seu desenvolvimento, o câncer é diagnosticado, maior a chance de sua cura. Cura? Sim, porque, em muitos casos, o câncer pode ser efetivamente erradicado. Ao contrário do que acham as pessoas que permanecem mal informadas. Tome-se o exemplo do câncer do intestino ou câncer colorretal, terceira maior causa de mortes por câncer no Brasil, tanto em homens como em mulheres. Se diagnosticado em fase inicial (estágio 1), a probabilidade de um paciente ficar curado, depois da remoção cirúrgica do tumor, é de cerca de 90%. Mas, se a detecção do câncer colorretal acontecer depois que a doença tiver desenvolvido a capacidade de se disseminar para outros órgãos (estágio 4), formando novos tumores (metástases), a chance de essa pessoa estar viva, passados cinco anos do diagnóstico, é menor que 20%. Além disso, em geral, tumores diagnosticados em estágios avançados exigem diversas modalidades de tratamento (quimioterapia e radioterapia, para citar as mais comuns), além da cirurgia. Como consequência, multiplicam-se não só as consultas médicas necessárias, mas também os exames e os deslocamentos a diferentes locais de tratamento. Isso torna o controle da doença muito mais complexo e oneroso, tanto no aspecto do acesso à terapia adequada e de seu custo, como também no que diz respeito à qualidade de vida do paciente e de seus familiares.

 


Dr. Paulo Eduardo Pizão - coordenador do Vera Cruz Oncologia


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