Em 2020 foram
notificados quase 1 milhão de casos prováveis de dengue no país.
A dengue constitui um sério problema de saúde
pública no Brasil e esta época do ano é a mais preocupante. Isso porque no
verão, devido às condições ambientais favoráveis para a proliferação do
mosquito Aedes aegypti, a propagação da doença é ainda maior e, portanto, os
cuidados devem ser redobrados. Em 2020, mais de 90% dos casos prováveis de
dengue ocorreram entre janeiro e junho, de acordo com o Ministério da Saúde.
De acordo com Elma Pereira dos Santos Polegato,
médica-veterinária e presidente da Comissão Técnica de Saúde Ambiental do
Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), em
todo o Brasil há profissionais da área atuando na gestão, planejamento e
execução das medidas de controle de enfermidades como dengue, zika e
chikungunya.
“A atuação do médico-veterinário está diretamente
ligada às ações preventivas das doenças. No combate ao Aedes aegypti, o
profissional trabalha de forma integrada, em conjunto com outras áreas da Saúde”,
informa Elma.
Cabe ao médico-veterinário, por exemplo,
identificar potenciais riscos no meio ambiente e prevenir o estabelecimento de
condições que afetem a saúde humana, antes que a doença se manifeste.
“O profissional de Medicina Veterinária possui uma
ampla formação em epidemiologia, toxicologia e outras especialidades que o
colocam como peça fundamental em qualquer intervenção ambiental de saúde
pública”, explica o médico-veterinário Mário Ramos de Paula e Silva, membro da
Comissão Técnica de Saúde Pública Veterinária do CRMV-SP.
Prevenção
No que se refere às medidas preventivas, Mário diz
que impedir o acúmulo de água parada tanto dentro quanto fora dos domicílios
continua sendo a maneira mais eficaz de se evitar a dengue. “Devemos eliminar
os criadouros do Aedes aegypti tais como latas, garrafas, pneus, caixas d'
água, lonas plásticas e quaisquer recipientes que possam juntar água”, reforça.
Elma Polegato corrobora essa opinião e afirma que a
melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito. “Vasos
de plantas, galões de água, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem
manutenção, e até mesmo recipientes pequenos, como tampas de garrafas, são
possíveis criadouros”, complementa.
É importante lembrar que durante todo o ano esses
cuidados devem ser tomados, mas os períodos chuvosos merecem uma atenção
especial. “Na época das chuvas, o ciclo do mosquito é favorecido, motivo pelo
qual devemos nos preocupar mais”, diz Mário.
Dengue e Covid-19
Com a pandemia de Covid-19, os sintomas da dengue
podem ser confundidos. Sobre isso, Mário ressalta que é necessário consultar um
profissional de saúde que poderá fazer o diagnóstico diferencial entre as
doenças.
“Devemos nos preocupar em seguir atentamente todas
as orientações sanitárias oficiais, tanto do Ministério da Saúde quanto das
secretarias Estadual e Municipal de Saúde, quanto à prevenção, diagnóstico e
tratamento dessas doenças”, afirma.
Elma esclarece que ambas as doenças são viroses e
costumam provocar dor de cabeça, febre e dor no corpo. “No entanto, como a
Covid-19 é uma doença respiratória, é mais comum que o paciente apresente
outros sinais como alteração do olfato e paladar, tosse seca, falta de ar e
problemas respiratórios mais graves, como pneumonia. Já, no caso da dengue,
além de não serem frequentes sintomas respiratórios, é comum a ocorrência de
dores nas articulações, manchas vermelhas pelo corpo e problemas
gastrointestinais” alerta a médica-veterinária.
“De uma forma ou de outra, a orientação é buscar
assistência na Atenção Primária à Saúde, na Unidade Básica de Saúde ou no posto
de Saúde da Família mais próximo para as medidas cabíveis de acordo com o
caso”, conclui Elma.
CRMV-SP
- Tem como missão promover a Medicina Veterinária e a
Zootecnia, por meio da orientação, normatização e fiscalização do exercício
profissional em prol da saúde pública, animal e ambiental, zelando pela ética.
É o órgão de fiscalização do exercício profissional dos médicos-veterinários e
zootecnistas do estado de São Paulo, com quase 42 mil profissionais ativos.
Além disso, assessora os governos da União, estados e municípios nos assuntos
relacionados com as profissões por ele representadas.
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