Celebrado nesta
segunda-feira (30/11), o Dia Internacional da Segurança da Informação surgiu a
partir de um caso ocorrido em novembro de 1988. Pesquisadores da Cornell
University, nos Estados Unidos, descobriram um vírus, desconhecido, em seus
sistemas de computador. Chamado de Morris Worm, o vírus invadiu sistemas e
computadores da universidade os quais, na época, estavam conectados à Arpanet,
uma versão inicial da internet."G. Dettmar/CNJ"
A partir daí, especialistas
de diferentes universidades e da sociedade civil se organizaram em grupos para
responder ao ataque do Morris Worm e, também, para criar mecanismos para
proteger o país contra futuros ataques. Ainda decidiram criar um dia especial
para conscientização sobre o tema. E assim surgiu o Dia Internacional da
Segurança da Informação, como forma de fazer com que as pessoas ficassem
atentas à importância da adoção de boas práticas de segurança.
Neste mês de novembro, o
Poder Judiciário brasileiro sofreu alguns ataques tecnológicos, com destaque
aos sistemas do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) e mais recentemente ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região
(TRF1). O próprio Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também sofreu uma
tentativa de ataque.
Em todos os órgãos, as
respostas foram rápidas e os ataques não tiveram impacto significativo. Mas,
mesmo assim, demonstrou a importância de buscar aprimorar a governança
tecnológica do Poder Judiciário. Por isso, o CNJ implantou o Comitê de Segurança Cibernética do Poder Judiciário. O grupo, com participação de representantes de órgãos do sistema
de Justiça e da segurança pública, reforça o ecossistema digital dos tribunais
e demais órgãos jurisdicionais do país, estabelecendo processos de trabalho
orientados para a boa gestão da segurança da informação.
Esse trabalho abrange o
estabelecimento de protocolos de prevenção, de atuação em eventuais momentos de
crise, de constante atualização e acompanhamento das regras de compliance,
além de assegurar o cumprimento da Lei de Acesso à Informação, do Marco Civil
da Internet e da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
“Estamos procurando nos
aperfeiçoar e garantir a segurança cibernética do sistema digital do Poder
Judiciário, estabelecendo estratégias, métodos para uma justiça digital imune a
qualquer tipo de incidente”, reforçou Fux. “Nós precisamos nos aprimorar em
aspectos tecnológicos, principalmente para dar segurança ao Juízo 100% Digital,
que precisa de um aprimoramento máximo e uma otimização de todos os meios para
que possamos entregar ao cidadão e ao jurisdicionado um trabalho novo.”
No Juízo 100% Digital, todos os atos
processuais, como audiências e sessões, são exclusivamente realizados por
videoconferência. As audiências são gravadas em áudio e vídeo, inseridas no
processo e têm valor jurídico equivalente às presenciais, asseguradas a
publicidade dos atos praticados e as prerrogativas processuais de advogados e
partes. O atendimento da unidade judiciária a operadores de Direito e à
sociedade é também realizado por meios eletrônicos, que são divulgados nos
portais dos tribunais.
Protocolos
e prazos
O comitê deve apresentar
nesta sexta-feira (4/12) o protocolo de prevenção e gerenciamento de crise para
o enfrentamento de ilícitos cibernéticos no âmbito do Poder Judiciário, cuja
relatoria ficou a cargo de membros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
da Presidência da República e do Conselho Federal de Justiça (CJF). Já o
protocolo de investigação para ilícitos cibernéticos que possam afetar o Poder
Judiciário deve ser entregue no dia 15 de dezembro, cuja relatoria está a cargo
de membros da Polícia Federal.
Para o desenvolvimento da
Estratégia da Segurança Cibernética e da Informação do Poder Judiciário, cujo o
prazo de entrega é de 120 dias, há uma divisão de 13 temas que deverão ser
analisados por grupos dentro do Comitê e debatidos em reunião na segunda
quinzena de dezembro.
A Estratégia prevê a
criação do Centro de Tratamento de Incidentes de Segurança Cibernética (CTISC),
composto por membros de cada tribunal do país. O Centro busca dar respostas
ágeis, funcionando como canal oficial para orquestração e divulgação de ações
preventivas e corretivas em caso de ameaças ou de ataques cibernéticos. Ele
também vai propor revisões e atualizações das normas de segurança cibernética
aprovadas pelo CNJ, bem como acompanhar a sua implementação em todos os
tribunais brasileiros.
Agência CNJ de Notícias
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