Sabemos que 2020 foi um ano divisor de águas. Muitas das tendências previstas acabaram não se concretizando em um contexto de pandemia e a vida como a conhecíamos sofreu transformações intensas, influenciando o comportamento das pessoas, da indústria e da sociedade no geral. No entanto, com base no que vivemos neste ano, é possível traçar tendências para 2021, pautadas especialmente pela Covid-19 e suas consequências.
Partindo dessa premissa e observando as diversas
mudanças que incorporamos aos nossos hábitos ao longo do ano, pode-se dividir
as promessas para 2021 em quatro tópicos principais, relacionados especialmente
às relações de trabalho e à importância da inovação nas empresas.
Adaptação dos portfólios: Neste ano,
as empresas, mais do que nunca, se viram obrigadas a incorporar novos produtos
e serviços em seus portfólios para sobreviverem à crise, uma vez que a pandemia
também provocou mudanças no comportamento de compra do consumidor. Um exemplo
dessa alteração, é o significativo crescimento observado no segmento de
construção civil, uma evidência de que a estética e o conforto das casas passou
a ser mais valorizado, já que as pessoas estão saindo menos.
Tendo isso em vista, empresas acostumadas a
participar apenas de determinados setores - e que em alguns casos acabaram
retraindo pela falta de procura - estão se arriscando em outras áreas para se
manterem no mercado e não saírem no prejuízo.
Uma forma de colocar isso em ação é adotando boas
práticas de inovação globais por meio da ISO 56.002. A norma estimula a criação
de novos produtos a partir do gerenciamento de insights, visando a entrada em
novos mercados e com maior valor agregado.
Internacionalização: Outra forma
de garantir uma vantagem competitiva no mercado e driblar momentos de
instabilidade econômica é promover a internacionalização, processo em que a
empresa se prepara para participar de trocas econômicas entre os países com o
objetivo de expandir seus negócios para o mercado externo, aumentando as
possibilidades e diluindo os riscos.
Alguns dos passos a serem seguidos a fim de
garantir a internacionalização são compreender o mercado de atuação, entender a
demanda e a capacidade de produção, enquadrar a empresa nos requisitos técnicos
e legislações e, finalmente, traçar boas estratégias de comercialização.
Da mesma maneira, a ISO 56.002 também tem como
objetivo auxiliar as empresas nesse processo de adaptação de seus processos
para a abertura aos demais países.
Inovação verde: De nada
adianta inovar e não pensar nos impactos ao meio ambiente. Sendo assim,
incorporar a sustentabilidade aos produtos e serviços atendendo às necessidades
por soluções ecologicamente corretas é mais uma tendência, que inclusive já
observamos atualmente.
O maior objetivo da inovação verde é equilibrar
crescimento econômico e preservação a natureza. As indústrias brasileiras estão
crescendo de forma mais acelerada, o que é ótimo, mas ainda não chegamos a um
consenso sobre como e quanto preservar o planeta para garantir a
sustentabilidade do desenvolvimento. Por isso, a hora de pensar verde é agora.
Indústria 4.0 e 5g: Algo
fundamental quando o objetivo é se manter moderno e atual no mercado, é a
incorporação da indústria 4.0, que ao fazer os serviços ficarem mais rápidos e
baratos, otimiza e aprimora a produção. Uma pesquisa publicada pela Ciesp
(Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) no início de 2020 revelou que
50% das indústrias americanas, chinesas e europeias já estavam adotando a
indústria 4.0. Na Índia, 25%. No Brasil, apenas 2% e, durante o ano, esse número
só caiu.
Para reverter esse cenário, é preciso investir em
tecnologias de ponta, tais como robôs, impressoras 3D, ferramentas de
cibersegurança, realidade virtual e mista, Blockchain e, principalmente, o 5g,
a maior tendência dentro da indústria 4.0. A definição do 5g para os próximos
anos deverá ser pensada mirando a melhor forma para a interconexão de
equipamentos com a internet, a chamada Internet das Coisas (IOT, do inglês, Internet
of Things). Basicamente, ele será responsável por gerenciar como a
nossa rede de objetos físicos e infraestrutura fabril irão receber e transmitir
dados.
Nesse conexto, a definição do 5g irá mostrar
exatamente para que lado nós vamos. Se a produção nacional vai continuar
correndo atrás do rabo, ou se nós vamos começar a ser protagonistas desse mundo
cada vez mais conectado.
Agora é a hora de aprendermos com o difícil ano de
2020 para construirmos um futuro melhor em 2021. E a melhor forma é planejar
possibilidades de inovação pensando também em como tirar os planos do papel e,
assim, otimizar resultados, evitar crises e tirar o atraso da pandemia.
Alexandre
Pierro - sócio-fundador da PALAS e um dos únicos brasileiros a participar
ativamente da formatação da ISO 56.002, de gestão da inovação.
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