Doença vem aumentando ano após ano e atinge mais
de 12 milhões de brasileiros
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) há em torno de
422 milhões de adultos com diabetes no mundo. A projeção é de que até 2040,
esse número deva chegar a 642 milhões de pessoas. Por ocasião do Dia Mundial do
Diabetes (14 de novembro), a endocrinologista do Seconci-SP (Serviço Social da
Construção), Carolina Spissirits Gomes de Amorim, orienta sobre a importância do
controle e a necessidade de mudança de hábitos para evitar complicações.
“Com medo do contágio da Covid-19 e com as restrições sanitárias impostas pela pandemia, muitos pacientes diabéticos deixaram de fazer as visitas regulares ao médico, pararam com os exercícios físicos em academias e parques e a ansiedade com o isolamento, o medo do desemprego e de ter a doença levaram muitas pessoas a ter distúrbios do sono, comer mais e deixar de seguir uma alimentação saudável. Um cenário preocupante, pois o diabetes descompensado eleva o risco de o indivíduo apresentar complicações mais graves em caso de contaminação pelo novo coronavírus”, explica dra. Carolina.
A boa notícia é que esse quadro tem mudado e já é possível identificar um aumento significativo da procura por atendimento médico. Dados da Sociedade Brasileira de Diabetes indicam que mais de 12 milhões de brasileiros são acometidos dessa doença.
“Cerca de 5
a 10% das pessoas com diabetes são do tipo 1, que é uma doença poligênica e
autoimune, na qual o sistema de defesa destrói as células do pâncreas,
responsáveis pela produção de insulina. Geralmente se manifesta na infância e
adolescência, mas pode surgir até a fase de adultos jovens por volta dos 30
anos. No tipo 1, o paciente se torna dependente das aplicações diárias de
insulina ”, afirma a especialista.
O tipo 2,
embora também esteja relacionado ao histórico familiar, está muito associado
aos hábitos, como o sedentarismo e à má alimentação. “O crescimento da procura
por alimentos processados, enlatados, embutidos, pelos sucos prontos e a
comidas de fast food têm contribuído para o aumento no número de casos. Todos
esses itens são ricos em gordura e altas doses de açúcar”.
Dra.
Carolina lembra que os sintomas clássicos do diabetes como fome e sede intensos,
aumento do volume urinário (levantar várias vezes à noite para urinar) e perda
de peso surgem quando a doença está descompensada e com níveis altos de
glicemia. “Na maioria dos casos. a pessoa não tem sintomas e isso não ocorre
apenas no início do quadro. Esse é um dos motivos que levam alguns pacientes a
ter dificuldade em aceitar o diagnóstico e a seguir o tratamento corretamente”.
Por isso,
ela alerta que pacientes acima de 45 anos devem ser rastreados para o
diagnóstico precoce da doença, assim como aqueles abaixo desta idade com
sobrepeso/obesidade e qualquer dos fatores de risco associados ao diabetes,
como: pré-diabetes, diabetes em parente de primeiro grau, diabetes gestacional,
sedentarismo, síndrome dos ovários policísticos, colesterol e/ou triglicérides
elevados e hipertensão arterial, entre outros.
“Tomar corretamente a medicação prescrita pelo médico é essencial, porém
é importante associar essa medida com o controle do peso, da pressão arterial e
dos níveis de colesterol. Praticar atividade física regularmente, que pode ser
uma caminhada ao ar livre com o uso de máscara e respeitando o distanciamento
social ou mesmo baixando aplicativos no celular, que orientam os exercícios em
casa. Expor-se ao sol, sempre que possível, evitar bebidas alcoólicas e
consultar o médico a cada três ou quatro meses, previnem o risco de
complicações cardiovasculares e outras relacionadas ao diabetes, como doença
renal e problemas de visão”, destaca dra. Carolina.
No
Seconci-SP, os trabalhadores da construção e seus familiares contam com toda a
estrutura laboratorial para a realização de exames e equipe multidisciplinar,
que inclui nutricionistas, endocrinologistas e nefrologistas, possibilitando o
diagnóstico correto e o acompanhamento adequado.
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