A sífilis pode
causar graves problemas neurológicos nas mães e nos bebês Divulgação
Uma epidemia silenciosa e que cresce em ritmo
alarmante atinge milhares de gestantes em todo o país, culminando em uma
campanha de conscientização, a Outubro Verde, mês de combate a sífilis
congênita. Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, o
Brasil teve mais de 158 mil casos de sífilis em 2019, um aumento de 28% em
comparação ao ano anterior.
O crescimento dos casos é uma preocupação constante
para os especialistas, principalmente pelo preconceito em torno da doença. “A
sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST) o que para muitas pessoas
é erroneamente motivo de vergonha. Isso dificulta o tratamento e torna a doença
potencialmente mais perigosa, pois o estágio avançado da sífilis pode trazer
complicações cardíacas e neurológicas”, explica a doutora Natália Piovani,
ginecologista do Plunes Centro Médico, em Curitiba (PR).
Além da transmissão pelo contato sexual, a sífilis
pode ser transmitida verticalmente para o feto durante a gestação, com
complicações para a mãe e o bebê. A maioria das pessoas com sífilis são
assintomáticas, mas nas gestantes o exame de Sorologia não-Treponêmica (VDRL e
RPR) realizado durante o primeiro, o segundo e o terceiro trimestre de
gestação, pode identificar a doença.
“A infecção pode ocorrer em qualquer fase da
gravidez e as consequências podem ser o aborto do feto, natimortalidade,
nascimento prematuro e recém-nascidos com complicações da doença, apesar de
aparentemente saudáveis”, conta Camilla Pereira, pediatra do Plunes Centro
Médico. O tratamento é realizado por meio de doses de penicilina benzatina na
mãe e no parceiro durante três semanas e, se necessário, o bebê pode receber
penicilina benzatina ou cristalina, dependendo dos exames e tratamento da mãe
durante a gestação.
“O Sistema Único de Saúde oferece o tratamento e os
exames de diagnóstico. É extremamente importante que as gestantes procurem
realizar todos os exames durante a gravidez e em caso de detecção da sífilis
iniciem o quanto antes o tratamento. Do contrário, ela, o bebê e até mesmo o parceiro podem sofrer consequências para toda
a vida”, alerta doutora Camilla.
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