quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Adolescência: primeiro passo é pensar antes de agir

A vida dos adolescentes deixou de ser um parque de diversões sem compromisso. Ela tem se transformado em uma selva, com decisões difíceis a serem tomadas, pressão dos colegas, insegurança pessoal e ansiedade em relação ao que os outros pensam. Considerando ainda sentimentos de depressão, inferioridade, comparações e outras atitudes autodestrutivas como: pornografia, vandalismo, drogas e gangues. Ou seja, é importante que pais e responsáveis repensem suas ações. 

De fato, não é uma tarefa das mais fáceis. Mesmo enquanto pais amorosos e preocupados, cobrar ações positivas e compromisso não são atitudes que os seres humanos estão à vontade para desenvolver nem mesmo com sua prole. Portanto, educar, nesse sentido, torna-se uma tarefa penosa e cansativa. Os discursos se repetem, irritantemente e se tornam cansativos para pais e filhos. Também não há receita de sucesso. Todos nós estamos à mercê de experiências vividas e influências do meio. Assim, cumprir a missão de orientador é um processo diário. 

A dica é passar para os rebentos, agora quase adultos, a maior quantidade de informações possíveis e acompanhá-los de perto, bem perto. Coloquem-se como pais e mães que dialogam e, principalmente, que ouvem os filhos. Para começar, deixe claro que eles são responsáveis por suas próprias vidas, que devem definir junto com os pais uma missão e meta a ser seguida com planejamento e foco. Nesse contexto entram: conhecimento de profissões, escolhas acadêmicas, relacionamentos com familiares, namoradas (os) e amigos; ou seja, priorizar o que é importante nessa fase. 

Incentive-os a ouvir atentamente principalmente os adultos, que colaboram com o seu desenvolvimento. Mostre, também, que é muito importante manter o respeito pelos profissionais educadores e que, muitas vezes, ouvir e compreender vem antes do ser compreendido. Essas são atitudes com as quais todos ganham e há outras, que se bem colocadas, farão com que os adolescentes se sintam inseridos na sociedade, como compartilhar, dividir, trabalhar em conjunto, harmonizar-se. 

Oferecer ferramentas para que os adolescentes saibam lidar com os problemas de modo eficaz é uma forma de ajudar esses jovens a melhorar o desempenho geral do ser humano que está em construção. Educadores, orientadores e responsáveis atentos colaboram ao oferecer essas ferramentas e ajudam a reduzir conflitos, a melhorar a cooperação e o trabalho em equipe entre familiares, adolescentes e professores. 

Desenvolvendo hábitos saudáveis, os adolescentes tendem a se conectar e nutrir mudanças comportamentais de dentro para fora. Assim, conquistam mais o controle de suas vidas, melhoram seu relacionamento com a família e com os amigos, aumentam sua autoconfiança e autoestima, além de se sentirem melhor preparados para tomar decisões mais inteligentes, alicerçadas em valores importantes. Esses são fatores essenciais nessa fase para equilibrar escola, trabalho, amigos e tudo mais. Assim, aos poucos, vão aumentando a autoconfiança, sentem-se mais felizes e seus objetivos se tornam realidade, proporcionando uma paz interior que se conquista no passo a passo. 

 


Sueli Bravi Conte - especialista em educação, mestre em neurociências, psicopedagoga, diretora e mantenedora do Colégio Renovação, instituição com mais de 35 anos de atividades do Ensino Infantil ao Médio, com unidades nas cidades de São Paulo e Indaiatuba. 


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