quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Osteoporose não impede implantes dentários em pacientes idosos

A avaliação criteriosa, no entanto, é fundamental


A osteoporose é uma doença metabólica caracterizada pela redução da massa óssea, o que ocasiona fragilidade dos ossos, tornando-os suscetíveis à fraturas. A falta de cálcio, de hormônio e de exercício físico são algumas das causas da maior incidência da doença em idosos.

Como ela altera a estrutura óssea, a osteoporose é dificilmente revertida. A boa notícia, no entanto, é que o mal raramente acomete a maxila e a mandíbula que suportam o sistema bucal. Isso significa que, embora seja uma doença óssea, ela não representa um problema para a colocação de implantes dentários em pacientes da terceira idade, desde que seja feita uma avaliação mais criteriosa.

“Saber em qual nível a doença se encontra e sua evolução são fundamentais. Outro detalhe que também deve ser avaliado diz respeito às medicações indicadas para o tratamento, pois algumas podem ser contraindicadas para a cirurgia de implante, como por exemplo o Bifosfonato, que pode levar a uma alteração do metabolismo ósseo”, explica Denise Tibério, presidente da Câmara Técnica de Odontogeriatria do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).

Ainda segundo Denise, o idoso que possui osteoporose sinaliza que seu tecido ósseo é mais frágil, o que deve ser um ponto de atenção caso a doença periodontal venha a se instalar. “Se a periimplantite (processo inflamatório que atinge os tecidos moles e o osso ao redor do implante dentário) acometer o paciente, ela irá encontrar uma menor resistência óssea, o que fará com que a doença evolua muito mais rápido, levando à  perda do implante”, observa. 

Já Cláudia Pires Miguel, presidente da Câmara Técnica de Implantodontia do CROSP,  acrescenta que um dos maiores inimigos dos implantes também pode ser o tempo. “Às vezes, o paciente espera tanto para colocar o implante que ele acaba perdendo o volume e altura óssea para a sua instalação, tendo que ser submetido a procedimentos mais invasivos, como os enxertos, por exemplo. Nesse caso, ele acaba deixando de fazer o implante pelo tempo que esperou e não pela osteoporose”, observa.

Os implantes dentários melhoram a capacidade mastigatória, o que consequentemente favorece a absorção de nutrientes, muito importante para que o idoso evite outras doenças comuns nessa fase da vida. Além disso, o procedimento também beneficia o convívio social, pois facilita a fonética, e também aumenta a autoestima das pessoas idosas.

“Com os implantes, o cirurgião-dentista pode devolver a função e a estética para o idoso, melhorando sua mastigação, digestão e, consequentemente, sua condição geral de saúde”, reforça Cláudia.




Conselho Regional de Odontologia de São Paulo - CROSP

www.crosp.org.br


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