Apesar de ainda estar em retração no acumulado do ano, aumento dos
emplacamentos mensais mostra que o Setor da Distribuição vem se ajustando ao
“novo normal”. De acordo com dados divulgados pela FENABRAVE – Federação Nacional da
Distribuição de Veículos Automotores, nesta quarta-feira, 2 de setembro, as
vendas de veículos, considerando todos os segmentos somados (automóveis,
comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e
outros) registraram crescimento de 7,35%, em agosto, na comparação com julho
deste ano. No período, foram emplacadas 299.627 unidades, contra 279.105 no
mês anterior. Se comparado com agosto de 2019 (347.061 unidades), a retração
foi de 13,67%, a menor queda desde o início da pandemia do Coronavírus. Para o Presidente da FENABRAVE, Alarico Assumpção Júnior, o resultado é
uma mostra de que o mercado se ajusta à nova realidade. “Mesmo com dois
dias úteis a menos em agosto (21 dias), em relação a julho (23 dias), os
emplacamentos tiveram alta, o que demonstra que o mercado vem retomando
patamares mais altos de volume e se ajustando ao ‘novo normal’”,
analisa. No acumulado de janeiro a agosto/2020, os 1.804.338 veículos emplacados
representam queda de 31,01% sobre o mesmo período de 2019 (2.615.446
unidades). Com o resultado, o mês de agosto ocupa a 14ª posição do ranking histórico
(entre todos os meses de agosto, desde o início da série histórica, em 1957)
e o acumulado está na 16ª colocação, na somatória dos meses de janeiro a
agosto. “Já estivemos em pior colocação, o que demonstra que, aos poucos,
o mercado está se recuperando”, comemora Assumpção Júnior. Automóveis
e comerciais leves Em agosto, o segmento de automóveis e comerciais leves registrou 173.544
emplacamentos, alta de 6,42% em relação a julho (163.075 unidades). Na
comparação com agosto de 2019, a queda foi de 24,77%, quando foram emplacados
230.693 veículos. No acumulado de janeiro a agosto (1.099.862 unidades), a
retração é de 35,75% sobre o mesmo período de 2019 (1.711.739). Na avaliação do Assumpção Júnior, uma conjunção de fatores contribuiu para
que o mercado de automóveis e comerciais leves reagisse positivamente. “A
manutenção da taxa Selic, em níveis baixos, assim como a pandemia, têm
estimulado a compra de carros para o transporte individual das pessoas. Além
disso, os financiamentos ficaram mais acessíveis. Atualmente, o índice de
aprovação cadastral é de quase 7 aprovações para cada 10 avaliações enviadas
aos bancos”, explica o Presidente da FENABRAVE. O mês de agosto de 2020 ficou na 14ª colocação entre todos os meses
históricos de agosto, e o acumulado de janeiro a agosto ficou na 17ª
colocação histórica. Caminhões Os emplacamentos de caminhões retraíram 15,23%, em agosto (8.072
unidades), na comparação com o mês de julho (9.522 unidades) e, em relação a
agosto de 2019 (9.579 unidades), a queda foi de 15,73%. No acumulado de janeiro a agosto, os resultados de 2020 (55.213 unidades)
também seguiram em queda, com retração de 15,63% na comparação com os resultados
do mesmo período de 2019 (65.444 unidades). “O mercado de caminhões não foi melhor por conta do entrave na
produção, enfrentado pelas montadoras, que sofrem com a falta de componentes
importados, resultando em defasagem no segundo turno de trabalho nas
fábricas. Com relação ao crédito, há boas ofertas no mercado, com taxas
abaixo de 1%, e a aprovação é de 7 fichas para cada 10 solicitações. Com
isso, já estamos operando com pedidos para o final do ano, em alguns modelos,
principalmente, de extrapesados”, diz o Presidente da FENABRAVE. No ranking histórico de caminhões, o mês de agosto/2020 está na 12ª
colocação e, entre os acumulados de janeiro a agosto, este ano está na 11ª
posição histórica. Ônibus O segmento de ônibus foi bastante afetado pelas quarentenas e muitas
empresas de transporte, tanto urbanas quanto rodoviárias, enfrentam
dificuldades. O Programa Caminho da Escola, do Governo Federal, foi
responsável por boa parte do volume de vendas de agosto, que totalizou 1.777
unidades, contra 1.893 em julho/2020, queda de 6,13%. Sobre agosto de 2019 (2.709 unidades), esse resultado foi 34,40% menor e,
se considerarmos o acumulado de janeiro a agosto/2020 (11.546 unidades),
houve queda de 34,05% sobre igual período do ano passado (17.507 unidades). No ranking histórico, o mês de agosto/2020 está na 13ª colocação e, entre
os acumulados de janeiro a agosto, este ano está na 17ª posição histórica. Motocicletas Em agosto, os emplacamentos de motocicletas somaram 95.998 unidades, contra
85.171, em julho, numa expansão de 12,71%. Se comparada a agosto de 2019
(88.651), a alta foi de 8,29%. “Com a retomada de parte da produção, pelas montadoras, os volumes de
emplacamentos vêm crescendo para atender à demanda reprimida. Contudo, ainda
permanecem problemas de produção, pela falta de peças e componentes”, explica
Assumpção Júnior, que complementa: “Um fator positivo para o setor de duas
rodas é que a liberação de crédito tem melhorado, com cerca de 4,2 cadastros
aprovados a cada 10 apresentados”. Os problemas na produção também podem explicar uma queda mais acentuada
nos volumes de emplacamentos, no acumulado de janeiro a agosto/2020, quando
foram emplacadas 531.456 motocicletas, num resultado 25,03% menor, se
comparado às 708.862 registradas no mesmo período de 2019. No ranking histórico, o mês de agosto/2020 está na 11ª colocação entre
todos os meses de agosto, e o acumulado deste ano ficou na 18ª posição, entre
os acumulados de janeiro a agosto da série histórica (desde 1957). Tratores
e Máquinas agrícolas Os segmentos de tratores e colheitadeiras estão com forte demanda em
função da safra recorde, que está sendo finalizada, com crescimento da
produtividade e da renda agrícola, gerando riquezas, principalmente, no
interior dos estados brasileiros. Diante desse cenário, foram comercializadas 4.417 unidades, em julho, o
que representa crescimento de 27,33% em relação a junho (3.469 unidades).
Vale ressaltar que, por não serem emplacados, esses veículos sofrem uma
defasagem de um mês, em relação aos dados de comercialização e, por isso, os
volumes e percentuais referem-se a julho de 2020. O resultado de julho/2020, na comparação com julho de 2019 (3.737
unidades), também foi positivo, com crescimento de 18,20%. Porém, a pandemia e a crise de abastecimento de peças e componentes
importados influenciaram, negativamente, os resultados do acumulado do ano
(janeiro a agosto/2020) para máquinas agrícolas. Entre janeiro a agosto de
2020, o segmento registrou queda de 4,75%, totalizando 22.679 unidades,
contra as 23.811 máquinas agrícolas comercializadas no mesmo período de 2019. “A alta dos preços da soja e do milho tem mantido o segmento de
máquinas agrícolas aquecido, mas as Concessionárias trabalham com estoque
abaixo do ideal. Além da alta demanda do varejo, as montadoras estão
enfrentando falta de peças, pois a pandemia tem afetado a cadeia de
suprimento dos fabricantes. Alguns modelos já estão em falta no mercado”,
explica o Presidente da FENABRAVE. Projeções A FENABRAVE reavaliará, em outubro, as projeções para 2020. Até lá,
continuam valendo as últimas projeções, divulgadas no início de julho. Acompanhe a seguir: Acompanhe,
na tabela a seguir, os dados de emplacamentos de veículos NOVOS para cada
segmento automotivo. |
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