terça-feira, 29 de setembro de 2020

A cada ano, aproximadamente treze mil crianças são diagnosticadas com câncer infantil no Brasil

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Mês de setembro é dedicado a conscientização da prevenção do câncer infanto-juvenil


O câncer é a segunda causa de óbito entre um a 19 anos de idade, perdendo apenas para as causas externas de mortalidade. A suspeita diagnóstica não exige exames complexos, mas demanda conhecimentos mínimos, de acordo com o médico oncologista associado da Associação Médica do Rio Grande do Sul, Cláudio Galvão.

“Melhoramos nos últimos anos no quesito acesso ao tratamento e cuidados de suporte. Os programas de diagnóstico precoce também surtiram efeito, mas ainda temos muito a fazer. A remuneração dos serviços pelo SUS está defasada há mais de uma década. Temos tido dificuldade de acesso a alguns medicamentos de baixo custo que frequentemente entram em desabastecimento. Também o acesso a novos medicamentos é bastante complexo no nosso país”, explica

Quanto ao cenário da pandemia houve atraso no diagnóstico de alguns pacientes reportados em vários centros no país. Isso foi mais acentuado nos primeiros meses e parece estar se normalizando agora. Esse atraso não foi uniforme em todas as regiões, ou seja, alguns locais foram mais afetados e outros não sentiram nenhum impacto.

“Está em andamento um estudo sobre a COVID-19 nos pacientes em tratamento com câncer infanto-juvenil. Os dados ainda não foram publicados, mas sabemos que alguns pacientes foram afetados e, embora óbitos tenham acontecido, o cenário felizmente não foi tão catastrófico. Por outro lado, várias outras doenças comuns de inverno deixaram de circular, assim como infecções bacterianas, devido ao maior cuidado com esses pacientes e menor circulação de vírus”, acrescenta.

Diversos novos medicamentos estão sendo introduzidos, mas ainda não são acessíveis para pacientes do SUS. No passado, a maioria dos medicamentos oncológicos não tinham em bula a indicação para crianças. Assim alguns produtos efetivos nessa faixa etária comprovados por estudos clínicos independentes tem limitação de uso em crianças. Segundo o médico, este quadro vem mudando, pois diversas agências reguladoras internacionais, agora, obrigam os fabricantes a realizarem estudos em crianças com a finalidade de incluir em bula as indicações em pediatria, facilitando assim a incorporação dos mesmos por convênios e mesmo por sistemas públicos.

 



Marcelo Matusiak


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