segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Re-conexão em crise: Estudo global revela que a COVID-19 conduz a uma relação mais positiva com a tecnologia

• Pesquisa da Dentsu Aegis Network com 32.000 respondentes em 22 países revela uma interação com a tecnologia mais positiva do que nunca 


• As pessoas dos mercados emergentes estão liderando a tendência, especialmente quanto ao uso da tecnologia para melhorar e monitorar a sua saúde durante o confinamento 


• Além da crise, dois terços esperam que as marcas garantam que o uso da tecnologia beneficie a sociedade como um todo - uma proporção semelhante acredita que todas as marcas devem desenvolver produtos e serviços que apoiem o bem-estar 


• Ainda há preocupações sobre os impactos negativos da tecnologia a longo prazo: mais da metade (57%) das pessoas em todo o mundo acredita que o ritmo da mudança tecnológica é muito rápido e que está incentivando as desigualdades em todo o mundo


A última edição da pesquisa Digital Society Index (DSI) da rede global de agências de marketing Dentsu Aegis Network acaba de ser lançada. O estudo destaca como, durante a pandemia da COVID-19, entramos em um novo período de "tech-love", interagindo com a tecnologia de uma forma mais positiva do que nunca, revelando que um terço (29%) acredita que a tecnologia lhes permitiu se conectar com amigos, família e com o mundo ao seu redor durante o confinamento, enquanto uma proporção semelhante (29%) das pessoas em todo o mundo acredita que a tecnologia está lhes permitindo relaxar e espairecer em um momento de potencial estresse.

A pesquisa foi realizada entre março e abril de 2020 - o pico da pandemia ao redor do mundo - analisando a visão de 32.000 pessoas em 22 mercados, incluído o Brasil, em termos da relação das pessoas com a tecnologia, o efeito de repercussão no seu bem-estar, bem como a sua conexão com amigos e familiares.

O estudo revela que as pessoas nos mercados emergentes estão aprendendo novas habilidades e aprimorando seus conhecimentos, alimentados pelo crescimento das soluções digitais e dos cursos on-line. Com mais tempo em casa
para aprender e se aprimorar, quase metade das pessoas pesquisadas na África do Sul (46%), México (44%) e Brasil (43%) vem utilizando a tecnologia dessa forma. Isso se compara a um quinto das pessoas no Reino Unido (18%) e um quarto nos EUA (24%) que também têm usado a tecnologia para melhorar o desempenho usando aplicativos educacionais e webinars, por exemplo.

Em termos de diferenças de gênero, as mulheres (32%) são mais propensas que os homens (27%) a dizer que se sentem mais comprometidas com os amigos, a família e o mundo ao seu redor devido à tecnologia. Este é particularmente o caso nos mercados do Leste Europeu/Escandinávia, por exemplo, na Polônia (38% mulheres vs 27% homens) e na Finlândia (37% mulheres vs 20% homens).

As pessoas na África do Sul aparecem usando a tecnologia para monitorar sua saúde física e mental mais do que em qualquer outro país, com um terço (29%) dos entrevistados da pesquisa dizendo que verificam aplicativos de saúde ou usam dispositivos vestíveis. Em seguida, um quinto dos poloneses, cingapurianos e brasileiros (22%). Quase um quinto (17%) de todos os americanos dizem que fazem o mesmo.

Refletindo um envolvimento positivo com a tecnologia durante a pandemia, as pessoas estão cada vez mais otimistas sobre o papel da tecnologia na sociedade. Uma parcela crescente das pessoas em todo o mundo acredita na capacidade da tecnologia de resolver desafios sociais, questões de saúde como a COVID-19 - 42% em 2018 contra 45% em 2019 e agora 54% em 2020. 



Novas expectativas das marcas 


Esse otimismo se traduz no aumento das expectativas das pessoas quanto às marcas. A pandemia tem forçado as empresas a reconsiderar suas interações com os consumidores. Quando se trata de fornecer novos serviços para ajudar as pessoas física e mentalmente, 66% das pessoas no mundo dizem que não apenas "querem", mas esperam que as organizações usem a tecnologia de uma forma que tenha um impacto social positivo mais amplo nos próximos cinco a dez anos. Mais da metade nos EUA (60%) e no Reino Unido (59%) sente-se assim, com as pessoas na China (84%) e na África do Sul (82%) precisando mais.

Além disso, no futuro, toda marca será uma marca de saúde. Dois terços dos consumidores vão esperar que as marcas desenvolvam produtos e serviços que melhorem sua saúde e bem-estar. Este é particularmente o caso dos mercados emergentes - por exemplo, oito em cada dez pessoas na China, Brasil e África do Sul têm essa expectativa.

Eduardo Bicudo, CEO Dentsu Aegis Network Brasil, explica: "A pandemia nos forçou a nos tornarmos mais conscientes do papel que a tecnologia pode desempenhar no atendimento às necessidades humanas fundamentais. Houve um período de 'techlove' durante a crise da COVID-19, com as marcas usando a tecnologia ao nortear seu relacionamento com os consumidores ao apoiar e fortalecer seu bem-estar. Para que isso perdure na recuperação, o desafio das marcas é humanizar a tecnologia e garantir que ela esteja sendo implantada a serviço das necessidades das pessoas. Isso também significa garantir que o aumento do investimento em capacidades funcionais como o comércio eletrônico seja acompanhado por um foco igual na construção de uma marca verdadeiramente empática."


Cuidado com o techlash 


Apesar dos benefícios da tecnologia a curto prazo durante a pandemia, o relatório da Dentsu Aegis Network mostra que existe uma tendência alongo prazo de "techlash" - uma sensação negativa em relação à tecnologia que tem sido sentida em todo o mundo, em alguns países mais do que em outros.

Globalmente, 57% das pessoas acreditam que hoje o ritmo da mudança tecnológica é muito rápido (uma situação que tem sido consistente desde2018). Cerca da metade das pessoas pesquisadas também acredita que as tecnologias digitais estão aumentando a desigualdade entre ricos e pobres, sentimento mais observado na África do Sul (61%), China (61%) e França (57%).

Enquanto as pessoas nas economias emergentes são as que mais adotaram a tecnologia durante o confinamento, elas também são as que mais provavelmente terão percepções mais negativas da tecnologia. Por exemplo, 64%(contra 55% em 2019) das pessoas na China acreditam que a tecnologia teve um impacto negativo em sua saúde e bem-estar, seguidas por Cingapura (47%) e HongKong (41%).

E mesmo que a mídia social esteja ajudando as pessoas a se manterem conectadas, quase um quinto das pessoas no Reino Unido (17%) e nos EUA(14%) descobriram que a tecnologia fez com que se sentissem mais estressadas mentalmente e mais difíceis de espairecer. Isto é maior que a média global de uma em cada 10 pessoas (13%).

Bicudo complementa: "Ao olharmos para a recuperação, as marcas precisam colocar mais foco na criação de soluções sob medida que visem ajudar as pessoas a levar uma vida melhor, em vez de empurrar um produto ou serviço. As marcas precisam pensar no valor total que podem oferecer aos consumidores, integrando todos os elementos de marketing, vendas e serviços.Proporcionar experiências úteis está na visão de vanguarda de todas as empresas durante a atual pandemia e deve seguir para a próxima década e mais além".

Para mais informações sobre a pesquisa da Dentsu Aegis Network, baixe Techlash ou TechLove


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