segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Pandemia altera hábitos de compra de automóveis no Brasil

Vendas online crescem dentro do setor e consumidor precisa buscar alternativas seguras para adquirir um bem que se tornou essencial para evitar aglomerações

 

O setor automotivo no Brasil passou por uma mudança drástica e muito rápida nos últimos meses. As adversidades causadas pela pandemia de Covid-19 no país obrigaram empresas deste segmento a se adaptarem rapidamente ao novo formato de venda proporcionado pelas plataformas digitais. Enquanto isso, a população se vê diante do cenário em que adquirir um novo veículo pode ser um grande auxílio nas medidas de proteção contra o novo coronavírus. Por outro lado, as vendas online de um bem tão valioso pode causar insegurança e deve ser feita com cautela.

Glenio Júnior, presidente da Associação dos Revendedores de Veículos de Minas Gerais (ASSOVEMG), explica que, nesse sentido, o primeiro passo deve ser buscar uma revenda de veículos de confiança. “Um bom crivo é olhar se a revenda possui o selo de credenciamento da ASSOVEMG. Uma loja para ser credenciada junto ao órgão passa por diversas avaliações de qualidade como tempo de abertura do CNPJ, pesquisas qualitativas de reclamações nos principais sites destinados a este fim, consulta junto aos órgãos de defesa do consumidor, entre outros”, diz. 

 

O segundo passo é exigir um Laudo Cautelar do veículo que está sendo adquirido. “O laudo cautelar é como se fosse uma carta de procedência do veículo. Neste documento consta se ele já teve passagens por leilão ou não, confirma se o motor realmente é o original de fábrica, se o veículo já passou por algum sinistro, entre diversos outros itens. É uma garantia muito importante para a compra de um bem tão valioso. Outro ponto que muitos consumidores não sabem é sobre a garantia de 90 dias que as lojas dão em um veículo seminovo. Quando se compra um carro de uma pessoa física fica muito mais difícil e arriscado exigir este direito caso o carro apresente algum defeito após a compra”, acrescenta Glenio.

 

Essencial

O atual cenário da sociedade destaca ainda mais que um carro não é apenas um “luxo”, mas uma necessidade. “Pessoas que precisam continuar trabalhando para manter a fonte de renda pelos próximos anos ou se deslocar para resolver assuntos essenciais, se preocupam com as principais formas de contaminação do vírus: a aglomeração em ruas, transporte público ou veículos de aplicativos. Atualmente, eles se veem em um momento delicado entre o medo de perder a fonte de renda ou correr o risco de contaminar familiares e entes queridos. Por isso, o carro também se tornou uma importante barreira sanitária para garantir um nível maior de segurança”, afirma.

 

Setor de seminovos é aposta do setor

Com o corte de gastos necessário que boa parte da população tem enfrentado, adquirir um carro zero se tornou uma tarefa recheada de desafios. Enquanto isso, o setor de carros seminovos virou uma excelente alternativa. “Exatamente pelo momento que enfrentamos e as necessidades atuais da sociedade, o consumidor pode financiar um carro seminovo - em perfeitas condições de uso, com a menor taxa de juros de todos os tempos, além de melhores condições de financiamento. É necessário ficar atento apenas ao próprio orçamento e a segurança em realizar a compra em uma revenda de confiança”, destaca.

Elis Siqueira, consultor da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), destaca o quanto tem crescido as buscas de veículos via redes sociais. Ele afirma que o setor de revendas de veículos seminovos e usados percebeu o aumento de pelo menos 20% nas vendas. “E com esse aumento, as empresas correm para facilitar ainda mais a vida do consumidor. As plataformas digitais aproximam cada vez mais os clientes, então buscamos formas para que todas essas vantagens sejam aproveitadas da maneira mais abrangente possível”, garante.

 



Fonte: Glenio Júnior, formado em gestão de negócios e 31 anos de experiência no mercado de seminovos, fundador da Alamo Motors há 23 anos. Diretor do Conselho Deliberativo da Fenauto.


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