A resposta para esta pergunta parece óbvia, no
entanto, ele foi só um dos vários motivos que fizeram com que as empresas
caminhassem com mais afinco para a jornada da Transformação Digital.
De acordo com a Harvard Business Review, em
pesquisa realizada meses antes da pandemia se consolidar, os riscos da
transformação digital já era a preocupação número um da direção das empresas,
ainda assim mais de 70% das iniciativas de transformação digital não atingem
suas metas e US$ 1,3 trilhão são gastos e US$ 900 bilhões desperdiçados. A luz
vermelha já estava acesa.
Claro que empresas de Tecnologia da Informação
estavam mais preparadas pela sua natividade no assunto. Para o setor, trabalhar
remotamente foi um movimento praticamente instantâneo, além de seguro e confiável.
Segundo um levantamento feito pelo sindicato patronal de TI no Rio de Janeiro
com 120 empresas, nada menos que 119 optaram pela prática. No entanto, negócios
tradicionais de uma hora para outra perderam sua base de sustentação e vão ter
que se transformar digitalmente a “fórceps”, em vez de forma planejada e
estratégica. As companhias serão obrigadas a acelerar projetos de TI que já
deveriam estar em pleno funcionamento – há anos.
Muitas tecnologias já poderiam estar mais próximas
das nossas tarefas diárias. E, claro, o Covid-19 e as medidas de isolamento
estão catalisando esta reação. Segundo a consultoria Gartner até 2023 20% das
organizações orçarão projetos de computação quântica, que permitirá a execução
paralela e a escalabilidade exponencial dos computadores, permitindo resolver
problemas complexos de maneira extremamente eficiente.
Somado a isso, a consultoria também prevê que 14,2
bilhões de equipamentos conectados em 2019 e chegará a 25 bilhões de
dispositivos até 2021. Ou seja, produzindo cada vez mais um imenso volume de
informações e que poderão ser integradas dentro de uma ferramenta de gestão
qualificada e com Inteligência Artificial, que permite aprendizado e
capacidades cognitivas que poderão entender o contexto e antecipar as demandas das
empresas, realizando o trabalho com os usuários.
Não podemos esquecer também dos avanços feitos com
o debate sobre a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que deve entrar em
vigor no segundo semestre de 2021, e que vai garantir a privacidade das informações
das pessoas físicas. Além disso, demos passos importantes na consolidação do
Open Banking e da diversificação das modalidades de pagamento, que irá permitir
experiências mais completas e seguras para os clientes. Também não podemos
esquecer do salto no uso da tecnologia de Blockchain, que trará muito mais
confiança e transparência para os clientes e para as empresas, além de reduzir
conflitos entre os ecossistemas de negócios, diminuindo custos e o tempo gasto
nas transações. Para consultoria Cearley, em 2030 o Blockchain será um mercado
multimilionário e criará US$ 3,1 trilhões em valor de negócios.
Definitivamente a pandemia acelerou o processo de
Transformação Digital, não tenho dúvidas quanto a isso. Mas também não podemos
esquecer das iniciativas que já vinham sendo feitas e das inovações que estavam
surgindo. Ainda há muito para ser feito e a tecnologia será uma grande aliada
para liberar ainda mais o tempo das pessoas para que possam criar mais valor às
suas tarefas.
Robinson Klein - CEO da CIGAM S.A.
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