Cirurgião brasileiro, criador de técnica cirúrgica utilizada mundialmente, Dr. Mauro Speranzini explica sobre cada método utilizado no procedimento de implante capilar – FUE, FUT, FUE com DNI e FUE Robotizada.
O implante capilar se
apresenta como a alternativa mais viável para acabar com o problema da calvície
e isso é reconhecido por cirurgiões plásticos e dermatologistas do mundo todo. O
que pacientes ainda confundem é a respeito das técnicas cirúrgicas que devem
ser utilizadas para proporcionar os melhores resultados. De acordo com o
cirurgião plástico especialista em implante capilar, Mauro Speranzini, a
cirurgia é feita seguindo cálculos das áreas, readequando a quantidade de
cabelo que o paciente já possui e eliminando os grandes espaços vazios do couro
cabeludo, que resultam na careca. “O que ocorre na verdade nessa cirurgia é um
reposicionamento de fios da área doadora – onde tem mais cabelo -, para área
receptora – calva”, explica o médico. Ele completa que, todas as técnicas
cirúrgicas convergem para o mesmo efeito, entretanto umas são mais eficientes
do que as outras.
Entre as técnicas disponíveis
no mercado atualmente, as reconhecidas pelas principais entidades médicas que
compõem o setor como, ABCRC (Associação Brasileira de Cirurgia
de Restauração Capilar), ISHRS (International Society of Hair Restoration
Surgery - Associação Internacional de Transplante Capilar) e SBCP (Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica), estão as técnicas FUE (Follicular Unit
Extraction), FUT (Follicular Unit Transplant), FUE aliada a
DNI (Dull Needle Implanter) e FUE Robotizada. Para planejar
adequadamente uma cirurgia, e conquistar o resultado adequado de
um implante capilar é importante estar atento aos detalhes de cada
técnica. É importante ouvir explicações detalhadas de especialistas experientes
e examinar as características das técnicas disponíveis atualmente.
Especialistas ressaltam que esse cuidado é indispensável para que o resultado
do transplante de unidades foliculares atinja os objetivos esperados
e evite que o paciente caia em ciladas de profissionais que não conhecem
profundamente as técnicas de transplante capilar.
A técnica FUE
O implante
capilar por meio da técnica FUE é o mais moderno, seguro e
minimamente invasivo procedimento de restauração capilar. Adotada
atualmente pelos maiores centros de transplante capilar do mundo, na
técnica FUE, os fios são retirados um a um da área doadora, assim consideradas
as regiões da nuca e têmporas, e colocados na região calva do cabeça. “Com
a técnica FUE são produzidas microcicatrizes na área doadora,
normalmente imperceptíveis a olho nu e o pós-operatório é indolor,
proporcionando retorno do paciente mais rápido às atividades profissionais e
ainda permite manter o corte do seu cabelo do tamanho que preferir,
após passar pelo tratamento”, explica o Dr. Speranizini.
Nesta técnica são retiradas
unidades foliculares inteiras (1 a 4 fios) ou uma parte (1 a 2 fios) e em uma
única sessão são transplantadas de 1000 a 3.000 unidades foliculares. Como os
fios são retirados por meio de uma ferramenta cirúrgica denominada punch, a
cicatriz produzida é puntiforme, já que o diâmetro desse instrumento é de apenas
0,8 mm a no máximo 1 mm. Speranzini ressalta que diâmetros maiores eram
utilizados em cirurgias grosseiras até o final dos anos 80, em cirurgias
ultrapassadas que não podem ser chamadas de implante capilar com
a técnica FUE. “A técnica possibilita extrair pelos de outras
regiões do corpo para os casos em que a chamada área doadora - têmporas e nuca
- não são suficientes para uma boa cobertura da área calva”, explica o médico.
Ele completa que, pacientes que possuem o couro cabeludo inelástico, pois
já se submeteram a mais de um implante capilar com a técnica FUT, tem como
alternativa a técnica FUE, pois esta independe da elasticidade do couro
cabeludo, já que as unidades foliculares são retiradas uma a uma.
Técnica FUE com DNI
A grande evolução
da técnica FUE consiste em aliar a técnica DNI (Dull Needle
Implanter), criada pelo Dr. Speranzini, utiliza implantadores
adaptados, que dispensam a tradicional pinça na colocação dos fios na área
receptora. “É uma espécie de caneta com uma agulha sem corte na ponta, que faz
as vezes de microcânula”, ilustra o médico. Ele explica que, com o implanter, é
possível realizar incisões bastante delicadas na linha anterior da área calva,
com cerca de 0,5 mm, em vez do tradicional 1mm - retirar e já na sequência
enxertar as unidades foliculares, sem manuseá-las em excesso.
O médico explica que a
circulação e a não lesão dos fios que serão implantados é fundamental para que
o cabelo implantado nasça. E, com o uso da Técnica DNI, eles ficam fora do
corpo do paciente por pouquíssimo tempo, a adaptação pelo couro cabeludo
aumenta significativamente. “A diferença entre o sucesso e o fracasso da
fixação e crescimento do cabelo transplantado no couro cabeludo está em,
durante a cirurgia, retirar as unidades com baixo índice de transecção,
manipulá-las o mínimo possível, enxertá-las rapidamente, evitar a lesão dos
fios pré-existentes e interferir o mínimo possível na circulação sanguínea
local”, anota o médico brasileiro, criador da técnica utilizada mundialmente.
A Técnica FUT
Neste método, um fuso de pele
é retirado do couro cabeludo com um bisturi – área doadora. As unidades
foliculares formadas por fios de cabelo em seu tamanho original –
conhecida como a técnica do Fio Longo – são separadas manualmente, com o
auxílio de um microscópio e transplantadas para a área receptora. Logo após o
procedimento cirúrgico, já é possível observar um resultado próximo ao final do
processo, em razão dos fios serem transplantados sem precisar apará-los.
“Durante o período de algumas semanas, o paciente desfrutará do efeito
provisório do transplante, antes que os fios longos transplantados caiam para
renascerem definitivamente depois de aproximadamente três meses da data da
cirurgia”, esclarece o cirurgião.
Esta técnica deixa uma
cicatriz linear na área doadora, provocada pela retirada do fuso de pele, que
impede o paciente de utilizar cortes de cabelo muito curtos, sob incômodo
estético de deixar a cicatriz à mostra, o que não é desejado pela maioria.
Para pacientes que já se submeteram a dois ou mais transplantes
capilares, a técnica FUT pode ser inviável, em razão da
inelasticidade do couro cabeludo da região da área doadora.
Diferente da técnica FUE,
para pacientes com área doadora insuficiente para a cobertura satisfatória da
área calva, não há a possibilidade de se utilizar pelos de outras regiões do
corpo como barba ou tórax.
Técnica FUE
Robotizada
O Robô é usado como auxiliar
nas cirurgias de transplante de cabelos na Técnica FUE. Apesar
de ser utilizado nesses procedimentos há alguns anos, ainda se apresenta como
uma solução futura para a realização de transplante
capilar, já que suas funções ainda são limitadas. “Em condições
cirúrgicas, o Robô pode funcionar como uma ferramenta que agiliza o
procedimento, no entanto com algumas deficiências, porque não retira folículos
das regiões laterais que é uma excelente fonte doadora, por exemplo”, completa
Speranzini.
Para o
médico, que gosta de ser claro e sincero, principalmente para orientar
pacientes, o Robô não substitui a eficiência e destreza das mãos de um médico
especialista no procedimento de técnica FUE, com o uso de aparelhos
motorizados ultramodernos para a retirada das unidades foliculares. “Com o robô
o processo de cicatrização e recuperação da área doadora não é tão bom e rápido
como o visto com o uso de punches cortantes, pois ele utiliza o sistema blunt,
ou seja, punches cegos; não pode ser usado para remover folículos de outras
partes do corpo como barba e tórax; não é possível utilizar o Robô raspando em
faixas, ou seja, utilizar os cabelos superiores para cobrir a área raspada e
camufla-la e não pode ser usado no transplante de barba”, além de ter um custo
proibitivo para a maioria dos candidatos a este procedimento, alerta o
cirurgião.
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