Segundo pesquisa realizada pela Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), 65,4% das empresas associadas apontam dificuldades com disponibilidade e alta no valor dos insumos em junho
Os farmacêuticos e proprietários de
farmácias de manipulação de todo o Brasil estão sofrendo com uma inflação
bastante significativa da cadeia fornecedora de seus estabelecimentos,
especialmente nos últimos quatro meses. Segundo o farmacêutico e diretor
executivo da Anfarmag, Marco Fiaschetti, desde o começo da pandemia, um
conjunto de matérias-primas que estão sendo muito requisitadas pela sociedade
sofreram reajustes que chega a mais de 2.000%. “Quando as farmácias os
questionam os novos preços, os fatores que os fornecedores alegam são a alta do
dólar e o crescimento mundial na demanda de substâncias que tenham sido
associadas ao coronavírus”, revela. "Justificado ou não, esse aumento
preocupa o empresariado que está à frente desses estabelecimentos, pois pode
inviabilizar a continuidade de tratamentos essenciais que muitos pacientes
precisam".
A situação impacta diretamente a população, pois muitas pessoas necessitam de doses específicas dessas substâncias para se tratar. “Os farmacêuticos ficam em uma situação complicada, já que dependem completamente das matérias-primas para atender adequadamente os pacientes. É importante entender que essa inflação afeta um serviço de saúde essencial, pois, em muitos casos, os medicamentos manipulados são a única solução ideal de tratamento”, conta Fiaschetti.
Em pesquisa realizada com as farmácias
de manipulação associadas à Anfarmag, há quatro meses, no início da pandemia,
40,1% dos entrevistados já apontavam dificuldade com disponibilidade e preço de
insumos. Em junho, o percentual subiu para 65,4%. “É importante reforçar que as
farmácias de manipulação são estabelecimentos de menor porte e compram pequenas
quantidades, o que afeta a dificuldade para negociar os preços de insumos. É
comum ter que administrar por volta de 2 mil itens no estoque da farmácia, já
que a especialidade do setor é a personalização dos tratamentos. Como são
pequenas empresas, as farmácias não compram estoques para um ano, não compram
caminhão de matéria-prima. Cada vez que precisam se abastecer no mercado de
provimento, o preço das substâncias está maior. O dilema que essas empresas
vivem atualmente é que ou a farmácia repassa o aumento integral ou parcialmente
para o consumidor ou deixar de preparar esses medicamentos, desassistindo a
população”, conclui Fiaschetti.
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