sexta-feira, 31 de julho de 2020

Demanda represada durante a pandemia satura agendamento para procedimentos de Fertilização In Vitro

Depois de cinco meses de isolamento social recomendado pelo OMS (Organização Mundial e Saúde), unido o desejo intenso que algumas mulheres têm de engravidar, fez a procura por agendamentos em clínicas de reprodução humana dispararem – o número já é duas vezes maior do que os outros anos.  São pacientes interessadas em programar seus procedimentos para o período pós-pandemia. De acordo com o ginecologista responsável pela Clínica Matrix, especializada fertilização in vitro, a quantidade de mulheres que pretendem realizar o sonho de engravidar ao término da pandemia está acima da média normal. No ano passado, esse tipo de procedimento já contou com um aumento de 2% em comparação a 2018 e nos últimos cinco anos, esse crescimento foi de 23%.

Para o médico, esse aumento pelo interesse em engravidar se deve ao represamento de FIVs adiadas durante o período da quarentena e, ainda, por pacientes que e sentiram incentivadas a não postergar sonhos, após passarem por períodos de conflitos internos, durante o isolamento. “Pela análise que fizemos, trata-se de uma demanda reprimida pela pandemia do novo Coronavírus, unida a pacientes que não correm contra o relógio biológico feminino e que se sentiram encorajadas e incentivadas a conquistar a tão sonhada gestação, após um período tão difícil e conflituoso como o de isolamento social que, na maioria das vezes, estimulam a mudança”, analisa o médico.

O relatório anual 2020 da Anvisa sobre produções de embriões mostra que o número de ciclos de fertilização in vitro vem crescendo no Brasil ao longo dos anos. De acordo com o relatório, no ano passado foram realizados 43.956 ciclos de fertilização, o que representou um crescimento de mais de 800 ciclos em relação ao ano anterior e 23% em relação aos últimos cinco anos. O estado de São Paulo foi o que mais realizou ciclos, chegando a 21.162 - 48% do total do país. Entretanto, para esse ano, havia um receio de que esse movimento clássico pudesse ser afetado pela pandemia do novo Coronavírus, já que, desde que a pandemia começou no Brasil, no último mês de março, a Sociedade Brasileira Reprodução Humana (SBRH) recomentou realizar apenas procedimentos de fertilização que não pudessem mais esperar e que não oferecessem riscos à paciente. “Inicialmente, isso provocou uma certa tensão que, passadas algumas semanas, deu lugar a um cenário mais animador para médicos e pacientes”, destaca o Dr. Moura. A possibilidade da chegada de a vacina do novo Coronavírus é outro fator que proporciona uma visão muito otimista para esse setor.


Método e crescimento durante a pandemia

Um processo que aumenta a preservação da fertilidade e que não foi abalado pela pandemia do novo Coronavírus é o de congelamento de óvulos e embriões.  De acordo com o médico, a procura pela criopreservação, como é chamado esse método, aumentou durante a pandemia.  “São mulheres que quiseram garantir a possibilidade de engravidar, independente do que a pandemia poderia alterar em suas vidas – elas querem conquistar esse sonho”, destaca o médico”.  O documento da Anvisa aponta que, em 2019, foram congelados 99.112 embriões para uso em técnicas de RHA, 11,6% a mais do que em 2018 (88.776). Os estados que mais congelaram embriões foram São Paulo (52.160), Minas Gerais (8.463) e Rio de Janeiro (7.823).


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