Assessoria de
investimentos Vero recomenda que clientes moderados e arrojados tenham 10% da
carteira no exterior
Com as incertezas políticas e
econômicas no mercado interno, os investidores brasileiros estão buscando cada
vez mais alternativas no exterior para suas aplicações. O movimento foi confirmado nos últimos
números divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados
Financeiro e de Capitais (Anbima). Em maio, fundos de investimento multimercado com mais de
40% do patrimônio em ativos no exterior tiveram captação líquida positiva de R$
5,1 bilhões, um aumento de 101,16% em relação ao mesmo período do ano passado, quando houve resgate líquido de R$ 59 milhões.
Os fundos com exposição no
exterior lideraram o desempenho da classe de fundos multimercado em maio. O aumento na procura por este tipo de ativo
aconteceu após o início da pandemia no Brasil, com a captação líquida saltando
de R$ 3,37
bilhões em fevereiro para R$ 8,04 bilhões em março. Em abril, os multimercados no exterior
caíram para captação líquida de R$ 1,91 bilhão, mas a recuperação em maio mostrou que a tendência em
investir fora do país ainda persiste.
Desde abril, a assessoria
de investimentos Vero, por exemplo, passou a recomendar que os clientes de
perfis moderados e arrojados coloquem 10% dos seus investimentos em fundos internacionais.
De X bilhões supervisionados
pela Vero Investimentos em maio, Y milhões estão em ativos no exterior, um
crescimento de ZX% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Segundo o assessor de
investimentos Eduardo Akira, sócio da Vero,
metade desta alocação é feita em fundos de
renda fixa com exposição cambial – que
permite que a flutuação do dólar aumente a rentabilidade –, enquanto os outros 5% ficam em bolsa americana sem
exposição cambial – para reduzir os
impactos da volatilidade –.
Para os clientes da Vero, a
orientação é deixar uma parte dos investimentos atrelados ao dólar para
garantir uma proteção maior da carteira contra choques internacionais. Isso porque o dólar se valoriza em
momentos de crise.
Entre os ativos mais atrativos
no exterior estão fundos de ações e multimercado nos Estados Unidos e na
Europa. A
recomendação de investir no exterior surgiu com a perspectiva de que outros
países devem se recuperar mais rápido que o Brasil da crise causada pela
pandemia do Covid-19. "No cenário interno não temos boa visibilidade no
curto e médio prazo, então a diversificação internacional se tornou algo
estratégico", explica.
De acordo com o porta-voz da
Vero, a diversificação internacional é algo novo para o cliente brasileiro, mas
a tendência veio para ficar. "No passado não existiam tantas opções de
fundos internacionais como agora. Agora a gente tem, com proteção cambial e
sem", afirma. Akira explica que não é necessário abrir conta em corretoras de valores no
exterior para investir fora do Brasil, já que
as corretoras brasileiras possuem acesso a fundos com exposição internacional.
Vale destacar que existem
ainda outros tipos de produtos que permitem essa diversificação, como COEs de dólar e fundos cambiais.
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