Mais de 30% dos pesquisados
afirmaram ter sofrido impactos na saúde mental
As incertezas diante pandemia têm afetado a vida das
pessoas. Mesmo com a reabertura gradual em algumas cidades, ainda não há vacina
nem tratamentos garantidos para quem desenvolve a Covid-19. Essa instabilidade
causou demissões e queda de faturamento de empresas, empreendedores e
trabalhadores informais. Para entender melhor esse cenário, o Nube - Núcleo Brasileiro de Estágios
fez a seguinte pergunta aos jovens: a crise causada pelo coronavírus afetou sua
saúde e bem-estar? O estudo foi realizado entre os dias 25 de maio e 5 de
junho, com 13.902 participantes de todo o país de idade de 15 a 29 anos. O
resultado demonstrou impactos no emocional das pessoas.
A maioria dos pesquisados (31,57% ou 4.389) afirmou: “sim,
fiquei mais ansioso e inseguro”. Na visão de Marianne Lisboa, recrutadora do
Nube, em um período como esse, é preciso respeitar as limitações de quais
coisas estão em nosso controle e entender os aspectos situados fora dele. “Além
disso, não existe uma receita para enfrentar essa situação, mas podemos
refletir sobre quais objetivos são possíveis nesse momento e criar estratégias
para eles. Também faz parte compreender: algumas coisas serão adiadas”,
orienta.
Ela deixa algumas dicas para ajudar a vencer o sentimento,
como ajustar a rotina de sono, ter atenção maior com a alimentação e encaixar
na jornada alguma atividade prazerosa. “Vale também escolher uma ocasião do dia
para informar-se por meios de comunicação confiáveis, mas delimitar um tempo
para isso. Pode ser um hábito saudável para não passar o dia todo chateado em
decorrência do conteúdo das notícias. Se ainda assim o incômodo permanecer,
procure a escuta profissional de um psicólogo para ajudar nas estratégias
individuais”, ressalta Marianne.
Outros 26,21% (3.644) colocaram: “um pouco, meu humor se
altera constantemente”. Segundo a especialista, isso acontece por causa da
falta de respostas em relação ao futuro. “Tudo isso costuma gerar uma sensação
de frustração, uma das principais causas do mau gênio. Para fugir um pouco
dessa condição, é necessário entender o real motivo da chateação naquela hora e
quais atitudes podem ser tomadas para melhorar esse contexto. Contudo, respeite
o seu momento e não se force a situações desconfortáveis; pratique alguma
técnica de relaxamento e retome aos poucos suas tarefas”, indica a selecionadora.
A resposta de 18,29% (2.543) dos jovens foi: “não, pude
dedicar mais tempo a atividades físicas”. Essa ação sempre está entre as
recomendações médicas para diversos problemas de saúde. “Além do
condicionamento muscular, é importante para ajudar na auto regulação do nosso
corpo, estimular a produção de hormônios e neurotransmissores para gerar
satisfação e também influenciar hábitos relacionados à organização da rotina e
autocuidado”, pontua Marianne.
Uma parcela de 12,10% (1.682) declarou: “muito, me sinto
mais depressivo e desanimado”. Para a especialista, isso é natural em uma crise
de tamanha dimensão, a qual provoca dúvidas e adiamentos. “Esse estado de
alerta constante nos modifica até mesmo fisiologicamente, aumentando por
exemplo as substâncias responsáveis por nos manter atentos. No entanto, não
podemos ser guiados exclusivamente por esses sentimentos. É produtivo buscar o
autoconhecimento para assim reconhecermos também nossas potencialidades e
identificarmos possíveis estratégias para lidar com a realidade”, analisa. Vale
lembrar a importância de respeitar seus próprios limites. “Técnicas como a de
meditação, yoga entre outras são bons caminhos para iniciar e ajudar a relaxar
um pouco em meio a tantas preocupações”, indica a recrutadora.
Por fim, 11,83% (1.644) observaram: “pelo contrário,
diminuí o ritmo e isso me deixou muito melhor”. Nas grandes capitais,
associamos muito o alto nível de estresse e correria ao tempo perdido no
deslocamento. “Por outro lado, essa percepção pode se tornar relativa caso no
ambiente de home office se assuma o modo multitarefas, como acontece
com muitas mães, por exemplo. O fato de poder acordar um pouco mais tarde e não
se preocupar se vai conseguir chegar no horário planejado tira um peso de
nossas costas, mas também impõe uma transformação dos espaços e das relações de
trabalho”, finaliza a especialista.
Fonte: Marianne
Lisboa, recrutadora do Nube.
www.nube.com.br
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