terça-feira, 30 de junho de 2020

Cistite intersticial: entenda a inflamação na bexiga de caráter crônico



Dor, ardência e desconforto na hora de urinar são sintomas bem conhecidos de quem sofre com a cistite, inflamação na bexiga. O que nem todos sabem é que o problema nem sempre deriva da ação de bactérias no órgão. Segundo o professor doutor e urologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Fernando Almeida, é possível que a inflamação seja de caráter crônico, sem ter como causa algum agente infeccioso.

Neste caso, a doença ganha o nome de cistite intersticial. A diferença, além da ausência da bactéria, está no período de permanência dos desconfortos, como lembra o urologista. “Quando se trata de cistite intersticial, é comum que os sintomas persistam por mais de seis semanas. Essa característica nos ajuda no diagnóstico”, diz.

Aliado ao tempo de convívio com os sintomas, o diagnóstico passa também pela análise do quadro do paciente e pela exclusão de outras possibilidades como a cistite bacteriana e até mesmo o câncer. “Tanto a cistite bacteriana quando a intersticial ocorrem mais em mulheres e têm sintomas semelhantes.

Isso, claro, colabora para que haja confusão entre as doenças. A cistite bacteriana inclusive pode ocorrer de forma recorrente, por isso, é comum que pacientes passem um período tratando e até mesmo acreditando que estejam com cistite bacteriana, quando na verdade é a intersticial que os acomete”, explica o médico.

Apesar de não ter cura e causas muito definidas, a cistite intersticial conta com diferentes tratamentos que possibilitam resultados muito satisfatórios e devolvem a qualidade de vida ao paciente. “Em muitos casos, conseguimos zerar os sintomas. Para isso, temos diferentes recursos, como o uso de remédios por via oral, introdução de medicamento na bexiga e até mesmo implante de marca-passo”, diz Almeida.

Outra particularidade da cistite intersticial é a sua ligação com o estresse. Quanto maior o nível de excitação emocional, maior a probabilidade do surgimento de sintomas. Nestes casos, como lembra o especialista, é indicado o uso de ansiolíticos, para redução de ansiedade e, de forma conjunta, da inflamação da bexiga.





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