Lançada em julho de 2019, a ISO 56002, de gestão da
inovação, tem despertado divergência de opiniões. De um lado, adeptos da
cultura de inovação temem pela burocratização. Do outro, gestores acreditam que
sem processos, não há inovação. Como um dos únicos brasileiros que participou
do processo de formatação dessa norma e das primeiras implementações em
empresas nacionais, posso garantir com grande convicção que essa norma veio
para ajudar empresas de todos os portes e segmentos a criarem uma gestão
voltada para o futuro. Sendo assim, listei os cinco mitos mais comuns sobre a
ISO de inovação.
#1 Mata a criatividade: Um dos
maiores temores dos criativos é que a norma iniba a geração de novas ideias. A
criatividade é de fundamental importância para a inovação, sendo assim, é
amplamente contemplada pela norma. E ela assume um papel fundamental dentro do
chamado funil de inovação, que é onde são lançados os primeiros insights
que podem vir a se transformar em novos produtos e/ou serviços. No entanto,
inovação não se faz apenas com criatividade. Portanto, a norma vai muito além,
garantindo métodos e processos que garantam que a criatividade trabalhe a favor
da geração de valor.
#2 Engessa os processos: Há um
grande mito no mercado de que normas engessam a gestão. De fato, se não forem
bem implementadas, desconsiderando a realidade específica de cada empresa, isso
realmente pode acontecer. Contudo, sabemos que não há receita de bolo para
inovar. O que funciona em uma empresa, não necessariamente funciona em outra.
Sabendo disso, a própria ISO inovou. Diferentemente das normas de requisitos -
como a famosa 9.001, de gestão da qualidade - essa é uma norma de
diretrizes. Ou seja, a norma aponta caminhos, mas é a empresa que define o que
faz sentido para a sua realidade.
#3 Vai gerar mais trabalho: A
implementação de uma norma nada mais é do que a criação de um sistema de
gestão. É a criação de um processo, com métodos, ferramentas, objetivos e
indicadores que servem como uma espécie de termômetro para a empresa avaliar se
está indo para o caminho desejado ou se está diante de desvios - as chamadas não-conformidades.
Então, se a empresa criar um sistema complexo, de difícil manutenção, há sim o
risco de se ter mais trabalho. Mas, se o sistema for desenvolvido sob medida,
entendendo exatamente as necessidades e especificidades da empresa, o sistema vai
é garantir mais fluidez ao trabalho.
#4 É só para grandes empresas: Muitas
pessoas tendem a achar que certificações são caras e que são úteis apenas para
quem quer vender para grandes empresas ou ter algum apelo de marketing. Mas, a
verdade é que essa é apenas uma consequência das certificações ISO. Implementar
uma norma como a ISO 56002, garante que a empresa tenha seu próprio modelo de
gestão para a inovação, permitindo que ela esteja muito mais preparada para
lidar com as adversidades que podem surgir no futuro. Uma empresa com sólida
gestão da inovação tem muito mais chances de prosperar.
#5 Certificação não agrega valor: Há muitas
empresas que implementam normas ISO, mas não certificam. E não há problema
algum nisso. No entanto, quando a empresa opta pela certificação, conta com a
presença periódica de um auditor que aponta possíveis falhas e pontos de
melhoria no sistema de gestão. É a oportunidade de ter um acompanhamento de um
profissional isento, sem nenhum tipo de interesse, capaz de agregar ainda mais
valor aos processos da empresa. Além disso, empresas certificadas também
costumam relatar benefícios como o aumento de market share,
redução de desperdícios, queda no turn over e até juros menores em
instituições financeiras.
Caso você ainda não esteja totalmente convencido de
que a ISO 56002 pode ser uma boa opção para a sua empresa, sugiro que aprofunde
ainda mais os seus conhecimentos sobre o tema. Visite o site www.isodeinovacao.com.br
e baixe o e-book com as 30 dúvidas mais frequentes. Lá você encontra também
artigos e vídeos com relatos de empresas que já se certificaram.
Alexandre
Pierro - sócio-fundador da PALAS e um dos únicos brasileiros a participar
ativamente da formatação da ISO 56.002, de gestão da inovação.
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