Qualquer
tentativa de minimizar o impacto que o covid-19 causou no mundo dos negócios,
na economia global e local, no comportamento das pessoas e na perspectiva de
futuro deve ser classificada como um grande equívoco, “um retorno a fevereiro”,
quando se achava que existia uma epidemia na China, e quando muito atingiria
alguns países europeus, como a Itália. Hoje, o novo coronavírus atinge 212
países e territórios. O mundo terá de se adaptar a um “novo normal”. A transformação
digital, que antes da pandemia avançava a todo vapor em países como Estados
Unidos, Singapura, Noruega, Suécia, Suíça e Dinamarca, agora é encarada como
questão de sobrevivência até mesmo em economias em crise, como a brasileira.
Na
opinião de Adriano Filadoro, especialista em TI e diretor-presidente da Online
Data Cloud, “a maior transformação digital nos dias de hoje se chama covid-19.
Ou as empresas aprendem com o que está acontecendo, ou estão fadadas ao
fracasso”. Segundo o executivo, o novo coronavírus já acena com pelo
menos CINCO motivos para as empresas concentrarem investimentos em tecnologia.
1. Home office incorporado à rotina
das empresas sempre que possível. “Poucas eram as
empresas brasileiras que valorizavam o trabalho remoto, realizado na casa do
colaborador, antes da pandemia mandar todo mundo se recolher. Muitas foram
pegas desprevenidas, por não terem dado atenção devida à digitalização de
inúmeras informações estratégicas, matéria-prima para as áreas comercial e
administrativa. A partir de agora, com certeza essa será uma das primeiras
iniciativas a serem tomadas. Outro recurso importante é o investimento em desktops
virtuais. Essa solução permite ao colaborador acessar o ambiente da empresa
com todas as aplicações existentes. Ou seja, mesmo trabalhando remotamente, é
como se ele estivesse em sua mesa de trabalho, com todos os dados de que
precisa para dar continuidade a suas atividades de rotina. Quando o isolamento
chegar ao fim, ainda assim é prudente deixar desktops em nuvem, em
compasso de espera, para que sejam ativados de acordo com a necessidade”.
2. Aumento expressivo no
e-commerce.
“Quatro semanas depois do início da quarentena, empresas anunciavam aumento de
vendas online entre 26% e 40%. Pesquisas apontam que três em cada dez pessoas
fizeram sua primeira compra online durante o período de isolamento social. Até
mesmo serviços que já contavam com infraestrutura para vendas em sites e
aplicativos se viram com uma demanda tão aumentada que foi necessário fazer
upgrades às pressas. Quem não foi rápido o bastante para atender novos
clientes, sentiu perda de competitividade. Nesse sentido, nunca antes o
comportamento do cliente foi tão analisado. As empresas estão cada vez mais
atentas à experiência do consumidor, avaliando suas preferências, o que
influencia sua tomada de decisão e, inclusive, o que motiva a troca de um
serviço/produto por outro. Um dos pontos altos da transformação digital passa
obrigatoriamente por conhecer o consumidor em detalhes, se concentrando
naquilo que ele necessita e deseja”.
3. Lives como resposta rápida a
uma demanda reprimida.
“É fundamental observar bem os movimentos do mercado global, encarando os
disruptores com curiosidade. Em última instância, eles indicam uma oportunidade
de mudança. Foi o que aconteceu com as lives. O segmento do
entretenimento soube reagir rapidamente à impossibilidade de cumprir com as
agendas de shows, optando por um formato que evita aglomerações, reconforta e
entretém quem está em isolamento, lança mão de campanhas sociais (arrecadação
de alimentos, doações por aplicativo de pagamento etc.) e ainda consegue
emplacar patrocinadores. Por trás dessa iniciativa, uma infraestrutura
tecnológica viabiliza o evento e garante estabilidade durante a transmissão
para milhares de pessoas. Esse exemplo foi tão bem-sucedido que serviu de ponto
de partida para outras iniciativas. Hoje, comediantes, palestrantes,
professores, empresários, dentistas e médicos fazem lives. A intimidade
criada com o público-alvo é tão grande que já é possível dizer que as lives fazem
parte do ‘novo normal’. Elas são prova de que o que se vende é mais que um
serviço, é a experiência de resolver tudo mais rápida e convenientemente.
Isso se aplica a muitos negócios. Sendo assim, é preciso dedicar algum tempo
para entender as quebras de paradigmas que estão ocorrendo e definir
estratégias”.
4. Educação a distância
como alternativa de ensino. “Com praticamente todos os estudantes
do mundo impedidos pelo novo coronavírus de frequentar uma sala de aula,
escolas tiveram que rapidamente encontrar caminhos para além de antecipar
férias escolares. Decididos a não dar o ano letivo por perdido, muitos gestores
têm implantado sistemas de ensino a distância – ainda que as queixas sejam
muitas. Mas, entendendo a urgência e a gravidade da situação, é possível prever
que o Brasil vai dar um passo bastante importante em relação ao aprendizado
remoto. Não apenas no uso de plataformas online, mas também de recursos como
podcasts, atendimento via WhatsApp, ou ainda aulas para pequenos grupos em
ferramentas de comunicação como Skype e Zoom, entre outros. Essa iniciativa
ainda terá de enfrentar um grave déficit. De acordo com o Centro Regional de
Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, um em cada
três brasileiros com 10 anos ou mais não tem acesso à rede mundial de
computadores. Esse percentual é constituído principalmente por pessoas das
classes C e D, além de habitantes das zonas rurais. Corrigir isso certamente
exigirá um esforço tecnológico gigante nos próximos anos”.
5. Maior uso da nuvem
computacional.
“Com tanto conteúdo gerado, será preciso criar ainda mais espaço de
armazenamento em nuvem a partir de agora. Ao invés da hospedagem tradicional de
TI, a multicloud (vários serviços em nuvem) desponta como uma
necessidade. Se antes já era considerada uma grande tendência para 2020, no
mundo pós-covid-19 será praticamente um investimento obrigatório para muitos
negócios. As empresas deixam de depender apenas de um fornecedor de nuvem,
onde seus dados e serviços são armazenados e gerenciados, e passam a contar com
uma gama maior de fornecedores. Essa é uma iniciativa de relativamente baixo
custo que representa maior flexibilidade, inovação e inclusive conformidade
regulatória. Trata-se de uma nova era de inovação nos negócios e que tem
muito ainda que se desenvolver em termos de transformação digital. Mas é um
caminho sem volta, já que uma das virtudes da multicloud é desbloquear
agilidade, eficiência e economia de custos sem precedentes”.
Fonte: Adriano
Filadoro - especialista em Tecnologia da Informação e diretor-presidente da Online
Data Cloud - consultoria de TI que há 26 anos ajuda clientes de médio e
grande porte no gerenciamento de seus sistemas em nuvem. www.onlinedatacloud.com.br
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