Relação saudável entre a microbiota
intestinal e o sistema imunológico pode representar um fator determinante para
o corpo em caso de infecção pelo novo coronavírus
Um estudo liderado por pesquisadores do Departamento de Medicina
Respiratória da Universidade de Zhejiang, na China, mostrou que parte das
pessoas que testam positivo para a Covid-19 apresenta disbiose no intestino.
Isso significa que esses pacientes apresentam um desequilíbrio na microbiota
intestinal (popularmente conhecida como flora intestinal) - formada por vírus,
fungos e bactérias que habitam o aparelho gastrointestinal -, reduzindo a
capacidade de absorção de nutrientes e provocando carência de vitaminas. O
impacto sobre o sistema imunológico é direto e pode ser um fator determinante
em caso de infecção pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).
Os médicos que participaram do estudo chegaram a elaborar
uma terapia para garantir a manutenção do equilíbrio da microbiota intestinal
como um dos passos para a melhora dos pacientes acometidos pela doença. A
proposta se baseou na administração de prebióticos e probióticos, aliada a
suporte nutricional, possibilitando a redução do risco de infecção secundária
pelo deslocamento de bactérias e ou seus produtos do trato gastrointestinal
para locais estéreis do corpo.
Isso sugere a disbiose como pressuposto de Covid-19. Porém,
a adoção de hábitos saudáveis pode ajudar no funcionamento correto da
microbiota intestinal e do sistema imune e servir como medida protetiva contra
a ação do vírus diante de uma possível contaminação.
O doutor em Genética e Biologia Molecular Luiz Felipe Valter
de Oliveira, CEO da BiomeHub - startup dedicada ao desenvolvimento de tecnologias de
ponta para a área da saúde-, destaca que a resposta imune humana ajuda a
gerenciar uma infinidade de tarefas e uma das mais importantes é combater
doenças e estar atento ao seu movimento é fundamental para a promoção da saúde.
De acordo com o pesquisador, o sistema imunológico do intestino, chamado GALT
(tecido linfóide associado ao intestino), regula sua resposta inflamatória como
uma parte importante do sistema imunológico geral do corpo.
“O GALT precisa fazer seu corpo tolerar moléculas de
alimentos e outras substâncias que são inofensivas, enquanto combate os
patógenos que encontra. Comer os alimentos certos que alimentam seus
microorganismos pode ajudar a manter a integridade da barreira intestinal. Como
uma grande proporção de nosso sistema imunológico está alojada em nosso
intestino, o microbioma intestinal desempenha papel central na determinação de
quando e quão bem nossa resposta imunológica opera. Em função do Covid-19,
devemos reforçar nossos cuidados, principalmente quando falamos de imunidade”,
justifica.
Pensando nisso, nutricionistas da BiomeHub prepararam uma
lista de fontes de nutrientes que, se consumidos de forma balanceada e aliados
à atividade física, são saudáveis ao movimento da flora intestinal e ajudam a
fortalecer o sistema imunológico, são eles:
· Proteínas: alimentos de origem animal (carne vermelha e
branca, leite, ovos) e leguminosas (feijão, soja, ervilha, grão de bico).
· Zinco: carnes de todos os tipos, principalmente a vermelha,
derivados de animais e frutos do mar. amendoim, nozes, castanhas, gergelim,
leguminosas, queijos.
· Magnésio: leguminosas, oleaginosas (nozes, amêndoas,
castanhas) e verduras folhosas.
· Selênio: a principal fonte é a castanha do Pará ou do
Brasil.
· Vitamina A: está presente em fontes de gordura (queijo, gema
do ovo) e em vegetais de coloração alaranjada, como manga, mamão e cenoura.
· Vitamina C: presente nas frutas cítricas (laranja, mexerica,
maracujá, limão, abacaxi), goiaba, acerola, pitanga, pimentão e cajú.
· Complexo B: É composto por várias vitaminas disponíveis em
todos os grupos. A B12 é encontrada apenas naqueles de origem animal.
*Lembrando que as informações não substituem a consulta com
um nutricionista, considerando as particularidades de cada indivíduo.
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