A
vacina contra a gripe é muito importante e a antecipação da campanha em um
momento de pandemia da Covid-19 se dá para diminuir a incidência de infectados
com o vírus Influenza; essas pessoas deixam de procurar os prontos socorros dos
hospitais, diminuindo a transmissão e aumentando o diagnóstico preciso do
coronavírus
Por conta da pandemia
do novo coronavírus (COVID-19), as campanhas de vacinação contra a gripe foram
adiantadas. A vacina contra o vírus influenza não protege contra a COVID-19,
mas auxilia para que as pessoas não contraiam o vírus da gripe, que também pode
ser bastante perigoso, para os pacientes crônicos - como os oncológicos.
Mas qual a diferença
entre gripe e resfriado? De acordo com a Dra. Fabianne Carlesse, infectologista
do hospital do GRAACC, são os tipos de vírus que irão determinar se uma pessoa
está gripada ou resfriada. "A gripe é causada pelo vírus Influenza e por
qualquer um de seus subtipos. Já o resfriado comum pode ser causado por cerca
de 200 vírus diferentes, sendo rinovírus o mais comum. Outro ponto importante
que diferencia um do outro são os sintomas que o indivíduo irá
apresentar", esclarece a Dra. Fabianne Carlesse.
Na gripe o paciente
tem um comprometimento do seu estado geral, então fica mais prostrado,
desanimado, com dores no corpo, além de apresentar febre alta, dor de cabeça e
garganta, tosse e congestão nasal. No resfriado, por sua vez, apresenta
sintomas mais amenos, com febre mais leve, espirros, nariz escorrendo e até
tosse, mas sem comprometer muito o corpo. "Outro ponto que difere é o
tratamento. Para o resfriado, geralmente repousar e tomar bastante líquido pode
ajudar bastante. Já na gripe causada pelo vírus influenza, alguns grupos,
considerados de risco, podem desenvolver a forma mais grave da doença com o
acometimento pulmonar, o que pode ser evitado pelo uso da vacina", diz.
Segundo a
infectologista do hospital do GRAACC, a gripe pode se complicar principalmente
nas pessoas com baixa imunidade e o vírus pode causar uma reação inflamatória
pulmonar, além de uma infecção bacteriana sobreposta - a pneumonia -, que
necessitará de um tratamento específico e com antibióticos.
Pacientes oncológicos
podem tomar a vacina contra a gripe?
É importante conversar
com seu médico e tirar todas as dúvidas quanto a fase do seu tratamento para
avaliar o momento ideal para a vacinação. "O que recomendamos é tomar a
vacina sempre entre os ciclos de quimioterapia, já que neste momento a
imunidade está um pouco melhor. Assim, o paciente terá uma melhor resposta à
vacina. E todos podem e devem ficar tranquilos, pois diferente do que vemos por
aí, a vacina não causa gripe, sendo primordial vacinar, também, os familiares e
contatos próximos dos pacientes que estão em tratamento oncológico",
explica a Dra. Fabianne Carlesse.
A vacinação protege o
paciente da gripe por cerca de oito meses, mas é importante ter em mente que os
vírus sofrem mutações em sua estrutura, sendo as do vírus da gripe ainda mais
rápidas. Por isso, todos os anos a Organização Mundial de Saúde (OMS) realiza
um rastreamento dos vírus que estão circulando no hemisfério norte e no
hemisfério sul, e criam uma vacina específica. Por isso, é importante se
vacinar todos os anos.
Protege contra o coronavírus?
A vacina contra a
gripe não protege contra o coronavírus. Mas é uma maneira de resguardar os mais
vulneráveis contra doenças respiratórias, que podem impactar o sistema
imunológico e favorecer o aparecimento de outras infecções.
"A vacina contra
a gripe é muito importante e a antecipação da campanha em um momento de
pandemia da Covid-19 se dá para diminuir a incidência de infectados com
Influenza. Essas pessoas deixam de procurar os prontos socorros dos hospitais,
diminuindo a transmissão e aumentando o diagnóstico preciso do
coronavírus", orienta a Dra. Fabianne Carlesse.
Para a infectologista,
o paciente imunocomprometido (ou seja, aquele que possui alguma doença que
diminui a imunidade, como o câncer, por exemplo) é prioridade na hora de tomar
a vacina. "Assim como as pessoas que moram com um paciente em tratamento,
elas também devem ser vacinadas, pois podem levar a gripe para casa. A
recomendação também se estende para pacientes que estão em quimioterapia,
radioterapia, pós-operatório ou qualquer outro tipo de tratamento oncológico e
que não apresentam nenhuma contraindicação", explica.
Vacinas recomendadas
para pacientes oncológicos:
Para os pacientes que
estão em tratamento quimioterápico algumas vacinas são fortemente recomendadas.
"A vacina contra a influenza, o vírus da gripe, é recomendada fortemente
pelo benefício que ela traz ao paciente. Outro exemplo é a vacina contra o
pneumococo para prevenção das doenças causadas pela bactéria Streptococcus
pneumoniae, que pode causar pneumonia, otite, amigdalite, sinusite, e
trazer sérias complicações ao paciente", orienta a infectologista.
Vacinas não
recomendadas durante o tratamento oncológico:
As vacinas com
microrganismos vivos merecem atenção. "Neste caso, tem o momento certo
para se vacinar. Recomendamos duas semanas antes do início da quimioterapia, ou
após três a seis meses do término do tratamento", destaca Dra. Fabianne
Carlesse. "Na dúvida, o oncologista deverá encaminhar o paciente para o
ambulatório de infectologia para avaliar as vacinas recomendadas e o melhor
momento para vacinação", complementa.
São as vacinas de
vírus vivos atenuados: BCG, Febre amarela, Herpes zoster, Poliomielite oral,
Rotavírus, Varicela, Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola).
Vacinação em dia e cuidados
contra o coronavírus!
Higienização das mãos
frequente, seja com água e sabão ou com o uso do álcool em gel;
Evitar locais
fechados, com muita aglomeração;
Utilizar lenço
descartável para assoar o nariz;
Evitar compartilhar
utensílios individuais, como talheres e copo;
Cobrir a boca e nariz
quando for tossir ou espirrar;
Evitar ficar perto de
pessoas que estejam gripadas ou resfriadas;
Utilizar máscaras.
GRAACC
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