Em 2018, a taxa de mortalidade por lesão no trânsito foi de 14,8 óbitos
por 100 mil habitantes. Já no ano de 2010, a mesma taxa era de 21,8 óbitos a
cada grupo de 100 mil habitantes
As lesões de trânsito estão entre as principais causas de morte em
adultos em todo o mundo. No Brasil, entre 2010 e 2018, houve redução de 32%
nestes óbitos, todos os estados apresentaram redução de óbitos, segundo dados
do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. No
ano de 2018, a taxa de mortalidade por lesões de trânsito foi de 14,8 óbitos
por grupo de 100 mil habitantes e em 2010, a taxa do país era de 21,8 óbitos a
cada 100 mil habitantes.
Em algumas capitais, a redução foi superior a este percentual, de
modo que cinco delas já alcançaram a meta global de redução de 50% dos óbitos
por lesões no trânsito: São Paulo (-72,5%); Aracajú (-57,8%); Fortaleza
(-51,2%); Recife (-50,4%); Rio Branco (-50,0%); enquanto outras estão próximas
de alcançar esta meta: Goiânia (-49,9%); Maceió(-49,2%); Porto Velho (-49,2%);
Boa Vista (-44,8%); Belo Horizonte (-44,7%); Salvador (-43,0%); e Macapá
(-42,0%). Em números absolutos, em 2018 foram registrados 32.655
óbitos por lesão de trânsito no país, enquanto em 2010 o total de óbitos foi de
42.844.
A maior redução registrada nesse período, segundo condição da vítima,
foi entre os mais vulneráveis das vias, no caso os pedestres, com 49,3% de
redução nas taxas de óbitos por 100 mil habitantes. A taxa de ocupantes dos
veículos teve redução de 27%. Já as taxas de mortalidade de ciclistas
apresentaram redução de 23,4% e a de motociclistas tiveram redução de apenas
3%, para o mesmo período, entre 2010 e 2018.
A região Centro-Oeste apresentou a maior taxa de mortalidade, de 20,6
óbitos por 100 mil habitantes, seguida da região Sul com taxa de 17,5. Na outra
ponta, a menor taxa foi a da região Sudeste com 11,3 óbitos por 100 mil
habitantes.
Entre os estados, em 2018, Tocantins apresentou a maior mortalidade por
lesões de trânsito no Brasil com 29,6 óbitos/100mil habitantes. A menor taxa
foi observada no Amapá, 8,8 óbitos/100mil habitantes.
Em relação aos óbitos de pedestres vítimas do trânsito, o estado do
Amazonas apresentou a maior mortalidade (3,8 óbitos/100 mil habitantes),
enquanto a menor mortalidade foi observada no Rio Grande do Norte (1,3
óbitos/100mil habitantes).
Já a mortalidade de motociclistas nos estados do Brasil variou entre 2,3
óbitos/100mil habitantes no Distrito Federal e 18,4 no Piauí.
As faixas etárias com maior mortalidade por lesões de trânsito em 2018
foram de 20 a 29 anos e maior que 70 anos, ambas com 21,2 óbitos/100 mil
habitantes.
AUMENTO DE GASTOS COM INTERNAÇÕES NO SUS
Em 2019, o número de internações registradas com entradas pelo SUS, em
todo o Brasil, envolvendo condutores, passageiros e pedestres que sofrerem
lesões no trânsito apresentou aumento em relação ao ano anterior, de 3%, de
acordo com os registros feitos no Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do
SUS. Em 2019, o total de pessoas internadas e tratadas na rede pública,
vítimas de lesões de trânsito, foi de 190.556. Em 2018, o total foi 185.167.
Além do aumento no número de internações por lesões de trânsito no SUS houve um
aumento no gasto médio por internação, de R$ 1.454 (2018) para R$ 1.487 (2019).
Em 2010 esse gasto era de R$ 1.289. O total gasto no SUS em 2018 foi de R$
269.287.520 e, em 2019, foi de R$ 283.640.807.
As lesões de trânsito representam grande impacto social e econômico,
atingindo 3% do Produto Interno Bruto (PIB) na maioria dos países. Em 2019, os
motociclistas representaram 60% das internações por lesões no trânsito,
enquanto os pedestres representaram 17%, no país, de acordo com os dados do
Sistema de Informações Hospitalares do SUS.
FATORES DE RISCOS DE ACIDENTES DE TRÂNSITO
Há fatores que impactam profundamente na ocorrência e gravidade das
lesões de trânsito. Esses fatores estão relacionados à qualidade da
infraestrutura viária, às condições do veículo e ao comportamento dos usuários
de veículos. Entre os fatores de risco relacionados aos usuários destacam-se a
associação de álcool e direção e velocidade excessiva ou inadequada. Já aqueles
que contribuem para gravidade destas lesões destacam-se o não uso de
equipamentos de proteção (capacete; cinto de segurança; dispositivo de retenção
para crianças etc.).
PROGRAMA VIDA NO TRÂNSITO
Desenvolvido pelo Ministério da Saúde, em parceria com estados e
municípios, o Programa Vida no Trânsito (PVT) se apresenta como a principal
resposta do setor saúde aos desafios da Organização das Nações Unidas (ONU)
para a Década de Ações pela Segurança no Trânsito, cuja meta é reduzir 50% dos
óbitos por lesões de trânsito entre 2011 a 2020 e também para a meta 3.6 dos
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS.
Lançado em 2010, em cinco capitais, e expandido em 2014 para as demais,
o PVT vem auxiliando governos federal, estaduais e municipais na adoção de
medidas para prevenir as mortes e lesões graves no trânsito e promover a
mobilidade segura. Trata-se de um programa intersetorial que busca, a partir de
evidências e análises integradas de dados produzidas localmente, subsidiar
intervenções nos âmbitos da segurança viária, fiscalização, educação e atenção
às vítimas. O programa foca em fatores de risco (tais como álcool, velocidade,
uso de equipamentos de proteção, uso de celular) e grupos de vítimas mais
vulneráveis como pedestre, ciclista e motociclista.
Atualmente, o PVT está implantado em 55 municípios, sendo todas as capitais,
com exceção do Rio de Janeiro, e mais 29 municípios, com uma abrangência de
50,9 milhões de habitantes no país.
Natália Monteiro
Agência Saúde
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