Exercícios liberam
neurotransmissores no organismo que inibem a atividade epiléptica, podendo
atuar como um anticonvulsivante natural
Está mais do que comprovado que seguir uma rotina
de exercícios só faz bem à saúde física e mental. Por isso, é importante manter
as práticas também na quarentena por conta da COVID-19. Mesmo com isolamento
social, quem já praticava algum tipo de atividade física deve continuar os
treinos, adaptando-os ao espaço de sua casa e seguindo as orientações de um
profissional.
Segundo Maria Alice Susemihl, presidente da
Associação Brasileira de Epilepsia (ABE), se as crises epilépticas estão
controladas, as atividades físicas indicadas por profissionais só têm a somar.
“Na prática esportiva, o nosso metabolismo produz e libera hormônios que
proporcionam sensação de bem-estar e influem positivamente na qualidade de
vida”, explica.
Estudos científicos mostram que a atividade física
libera no organismo vários neurotransmissores que contribuem para inibir a
atividade epiléptica. Estudos indicam que podem até atuar como
anticonvulsivantes naturais. Entretanto, alguns esportes são considerados de
maior risco para as pessoas com epilepsia, como esportes radicais e de aventura,
a exemplo do paraquedismo, corridas de kart, bungee jumping,
escalada, parapente e outros.
O Dr. Ricardo Arida, neurofisiologista e docente da
disciplina de neurofisiologia e fisiologia do exercício na UNIFESP, e parceiro
da ABE, reforça a importância de seguir os treinos e pede atenção sempre à
respiração e postura durante os exercícios físicos. “Temos que manter o nosso
corpo e a nossa mente em pleno funcionamento, principalmente durante este
período atípico. Uma boa alimentação, a qualidade de sono e o equilíbrio
emocional são fatores indispensáveis a saúde e o bem-estar”, completa.
Para manter a rotina de exercícios em casa, o Dr.
Ricardo sugere um programa básico de exercícios, sem sobrecarga e de baixo
impacto, que pode ser feito por qualquer pessoa:
- Alongamento: alguns simples movimentos para alongar braços, pernas, tronco e pescoço são ótimos para iniciar a rotina de exercícios e de trabalho.
- Polichinelos: por mais que pareçam ser simples, os movimentos são muito funcionais e trabalham a resistência muscular e cardiovascular. Faça 6 séries de 15 a 20 movimentos, com intervalos de 30 segundos entre as séries.
- Abdominais: fácil, efetivo e prático. Faça três séries de 10 ou 15 movimentos.
- Agachamentos: são ótimos para as partes inferiores do corpo, tanto para fortalecer quanto para enrijecer. Repita as três séries de 10 ou 15 movimentos.
- Meditação e Yoga: há diversos canais disponíveis nas redes sociais que ajudam nessas práticas que são tão importantes quanto as demais. Medicação guiada e exercícios de yoga diminuem o estresse e a ansiedade, ajudam na concentração, equilíbrio, postura e frequência cardiorrespiratória.
“O sedentarismo aumenta o risco de desenvolver hipertensão,
diabetes, doenças cardíacas e obesidade. Pessoas com epilepsia não fazem parte
do grupo de risco do novo Coronavírus apenas por terem a doença, mas, caso
desenvolvam outras que o sedentarismo acarreta, farão parte sim”, finaliza
Maria Alice.
Associação Brasileira de
Epilepsia
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