segunda-feira, 27 de abril de 2020

Telemedicina beneficia pacientes em isolamento social e pode evitar o colapso dos serviços de saúde no Brasil



Em meio a pandemia do novo coronavírus, que se alastrou pelo mundo, vários setores da sociedade foram prejudicados ou sofreram alterações em seu funcionamento, sendo o principal deles, a área médica. Recentemente, com o intuito de diminuir o fluxo de pessoas nos grandes centros de saúde e impedir o aumento da contaminação pela Covid-19 nestes locais, foi aprovada a Lei 13.989, que autoriza o uso da telemedicina por médicos e instituições de saúde ao longo da pandemia de Covid-19.

Sancionada recentemente pelo Governo Federal, a nova lei ajuda a evitar aglomerações em hospitais, Upas, clínicas e postos de saúde durante a pandemia, e ainda permite que os atendimentos sejam mantidos, sem oferecer riscos aos pacientes.

O clínico geral, CEO da Clínica Penchel e estudante de nutrição, Lucas Penchel, observa a decisão de forma bastante positiva. “Vejo que o atendimento médico por videoconferência contribui de diversas formas para a nossa atual realidade. Ele permite que os pacientes sejam orientados e avaliados sem se expor as ruas, proporciona a otimização do tempo de consulta, o andamento de tratamentos e processos que poderiam ficar parados durante a pandemia e a diminuição de custos. Além destas vantagens, essa prática também contribui para que os sistemas de saúde público e privado não fiquem sobrecarregados neste momento de crise. Sabemos que outras complicações aparecerão e os centros de saúde devem estar preparados para o suporte a todos”, adverte.

A telemedicina será empregada como um atendimento inicial, onde o médico poderá realizar a triagem de pacientes, oferecer orientações e analisar sintomas de uma possível doença. “É preciso deixar claro, que este método é um complemento as consultas presenciais e não substitui as mesmas. Ele deve ser encarado como uma avaliação inicial, que permitirá ao médico identificar e diferenciar casos mais simples e os de maior complexidade, e a partir daí definir se o paciente precisa realmente procurar pelo atendimento presencial ou somente receber orientações que colaborem na amenização de sintomas”, orienta.

Segundo Penchel, a telemedicina já é praticada de maneira mais recorrente em alguns países, mas no Brasil ela ainda é alvo de discussões a vários anos no Conselho Federal de Medicina (CFM). “Só agora com o cenário atípico da epidemia, ela ganhou espaço e se tornou uma ferramenta estratégica para evitar o colapso do sistema de saúde brasileiro. Acredito que é uma tendência interessante e que poderia se expandir, agregando maior dinamicidade e interatividade ao atendimento de saúde. No entanto, acho essencial que os profissionais consultem as regras do CFM antes de dar início a esse tipo de prática. Também é indispensável que as consultas sejam realizadas em plataformas que resguardem a privacidade e as informações pessoais dos pacientes. Por fim, se a experiência que estamos vivenciando com este tipo de atendimento for positiva até o fim da epidemia, acho que seria uma ótima decisão se o governo decidisse por sua permanência”, ressalta.



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