Especialista do
Hospital Paulista explica que a anosmia, que impede a pessoa de sentir cheiros
e compromete também o paladar, sugere a contaminação pela COVID-19
Estudos recentes apontam evidências de anosmia em
30% dos pacientes com COVID-19 em Daegu, na Coreia do Sul, e de 2/3 dos
pacientes com COVID-19 em Heinsberg, na Alemanha. Assim, os médicos alertam que
a perda de olfato, e consequentemente, do paladar, são sintomas de alarme para
a doença.
“Infecções virais, como a gripe, têm como característica
a obstrução nasal, que leva a perda de olfato e do paladar de forma temporária
e de modo parcial. Porém, na COVID-19, esses sintomas aparecem de forma total e
súbita, e não acompanhados de obstrução nasal”, alerta o Dr. Gilberto Ulson
Pizarro, otorrinolaringologista do Hospital Paulista.
Nesta situação, é importante procurar o médico
otorrinolaringologista, que irá avaliar estes sintomas, que passam a ser um
indicativo inicial do novo coronavírus.
Alerta sobre o uso de
medicação para a COVID-19
Segundo a Academia Brasileira de Rinologia (ABR) e
a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial
(ABORL-CCF), é preciso evitar o uso de corticosteroides sistêmicos em caso de
sintomas que sugiram uma síndrome gripal diante da pandemia do COVID-19.
O uso deste medicamento em forma tópica nasal de
uso crônico pode ser mantido, mas caso surjam os sintomas gripais, o médico
pode considerar sua suspensão temporária.
“Isso se dá porque os sintomas são semelhantes. Mas
a COVID-19 ainda não tem um tratamento específico. Testes estão sendo
realizados, mas ainda são necessários estudos mais robustos. Porém, é sabido
que o uso de corticoide sistêmico deve ser evitado. Eles baixam a imunidade,
podendo levar a uma piora do quadro”, explica o especialista. Neste caso, o
recomendado é o uso de analgésicos e antitérmicos, além do isolamento
domiciliar por 14 dias, se os sintomas forem leves.
Lavagem nasal com solução
salina
Ainda de acordo com a ABR e a ABORL, houve
divulgação de que o uso de solução salina, ou soro fisiológico, para a limpeza
nasal poderia facilitar a entrada do novo vírus pelas vias aéreas. Porém, não
há nenhum tipo de evidência científica que comprove tal informação.
“A lavagem nasal é uma opção que pode trazer alívio
para os sintomas da doença, ajudando a remover as secreções e auxiliando em uma
respiração melhor”, finaliza o médico.
Hospital Paulista de Otorrinolaringologia
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