Além de sites falsos, golpistas agora se passam por
leiloeiros renomados e ligam diretamente para arrematantes
Golpistas vêm se aperfeiçoando na
artimanha de leilões falsos durante a crise causada pela pandemia da Covid-19.
Agora, além de sites falsos, os estelionatários estão se passando por
leiloeiros renomados para falar diretamente com arrematantes que costumam
comprar bens em leilões. O golpe pode ser por telefone ou por mensagens de
WhatsApp.
De acordo com Helcio Kronberg, um dos
leiloeiros com maior atividade no Paraná, o golpista liga e se identifica como
o próprio leiloeiro, oferecendo um bem com valor menor do que o da dívida ou da
avaliação pela Justiça, explicando que se trata de uma venda direta.
"Os casos ocorrem geralmente em
cidades pequenas, onde é possível criar um relacionamento com arrematantes que
costumam participar de leilões presenciais. Os golpistas acabam conseguindo o
contato dessas pessoas para mais tarde se passarem pelo leiloeiro. Eles pedem
ao menos 30% de sinal de algum bem, enviam o número da conta e geram até
boletos", explica.
Em Londrina, há pelo menos três casos
de golpes. Os bandidos estão utilizando o nome de um leiloeiro por ligações
telefônicas, oferecendo bens que irão a leilão por valores diferentes daqueles
autorizados pela Justiça. Após convencerem os compradores, eles encaminham
boletos referentes à venda direta de bens, em que o favorecido não é a Justiça.
Os golpistas também estão ligando para os executados, aqueles que perdem o bem
por não pagarem alguma dívida, e oferecem algum valor para retirar esse bem do
leilão.
Kronberg explica que não se deve
efetuar nenhum pagamento em conta de estranhos. "Pagamento de arrematação
judicial deve ser feito somente em conta judicial vinculada ao processo ou em
nome do leiloeiro oficial, tanto em depósitos quanto por boletos. Se houver
outro nome na hora de depositar, não pague. Na dúvida, consulte as secretarias
das Varas da Fazenda Pública das cidades", recomenda.
Kronberg ainda explica que, durante a
pandemia, todos os leilões estão sendo feitos de maneira online, o que é uma
vantagem contra os golpistas. Por ser mais impessoal, eles que conseguem
assediar esses arrematantes presencialmente. Entretanto, o leiloeiro também
alerta para os sites falsos. Desde o ano passado, o Sindicato dos Leiloeiros do
Paraná já identificou pelo menos 300 sites falsos de leilões, que vão mudando
de endereço de rede (URL) a cada semana.
“Algumas das recomendações são conferir
no site do leiloeiro e no site da Junta Comercial qual o verdadeiro telefone de
contato do leiloeiro, pois os falsários contam com um bom sistema de
atendimento por WhatsApp ou por outros meios virtuais. Também é importante
conferir o número de telefone da leiloaria na Junta Comercial e ligar, para
verificar se o escritório tem mesmo uma estrutura física e atendimento de
verdade. Desconfie também de preços muito abaixo da realidade”, explica.
Ainda de acordo com Kronberg, os
golpistas têm feito anúncios no Google e outros sites de busca, geralmente com
domínios terminados em .com ou .org. “Procure sempre sites de leilões
terminados em .com.br, além de preferir leiloeiros conhecidos que divulguem por
outros meios que não apenas no Google. Também é bom checar há quanto tempo o
site está no ar. Se for recente, desconfie. Basta colar a URL no site em www.registro.br. Outra dica é que quando se
trata de leilões judiciais devese procurar os editais publicados no Diário da
Justiça para verificar se aquele bem anunciado está correto”, aconselha.
Helcio
Kronberg - Leiloeiro público oficial com 20 anos
de experiência na área. É autor do livro “Leilões Judiciais e Extrajudiciais”,
lançado pela Editora Hemus. É autor de vários livros e docente, além de
jurisconsulto com várias titulações acadêmicas. Para mais informações basta
acessar: www.hkleiloes.com.br.
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