quinta-feira, 30 de abril de 2020

Médico alerta sobre consequências dos adiamentos das cirurgias oncológicas


Segundo o gastrocirurgião Marcos Belotto, do Hospital Sírio Libanês, o receio da contaminação pelo coronavírus tem feito muitos pacientes oncológicos suspenderem consultas, exames e até cirurgias. O especialista destaca que o isolamento social é fundamental no controle da pandemia, mas que, dependendo do turnover do tumor, o risco de morrer pelo câncer são maiores do que de Covid-19.
"Diante de tantas informações e incertezas, é importante conscientizar os doentes oncológicos de que existe hospitais Covid-free, ou seja, hospitais que não recebem pessoas infectadas com Covid-19 justamente para realizarem com segurança os procedimentos necessários, como quimioterapia, exames e cirurgias. Além disso, há alguns estudos que mostram que as taxas de complicações e mortalidades dos pacientes que foram operados durante essa pandemia não são tão significativas, apesar de serem um pouco maiores. Cada caso precisa ser avaliado individualmente, o tipo de tumor e se o crescimento é muito rápido ou agressivo. Um colangiocarcinoma ou tumor de cólon obstruído, por exemplo, a espera de dois ou três meses reduz drasticamente a chance de cura. Somente quando o crescimento é mais lento e não há urgência oncológica, o ideal é postergar o tratamento", frisa o gastro-oncologista.
Havendo interesse em desenvolver a pauta, o especialista está à disposição para mais esclarecimentos.



Fonte: Dr. Marcos Belotto - especialista em gastro-oncologia. Médico do Hospital Sírio Libanês e professor na Santa Casa, além de ter sua própria clínica.


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