PRNewswire/ -- Após anos de
importante crescimento, o setor de shopping centers no Brasil se vê diante de
uma das maiores crises de sua história. Isto porque, com a chegada do novo
coronavírus (Covid-19) ao País, governos estaduais e municipais em diversas
regiões decretaram o fechamento destes empreendimentos como forma de impedir a
aglomeração de pessoas e, consequentemente, barrar o contágio da população em
uma velocidade superior à capacidade de atendimento dos sistemas de saúde
público e privado.
Segundo estimativas da
Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o setor poderá perder
cerca de R$ 15 bilhões em vendas por mês por causa
deste fechamento, levando em consideração as projeções de faturamento anual,
estimado em R$ 180 bilhões ao ano, bem como a
duração das medidas de isolamento (cerca de 30 dias, com alta probabilidade de
prorrogação).
Como consequência desta queda
nas vendas, há grande preocupação também com os pedidos de renegociação e/ou
suspensão do pagamento de aluguéis e do fundo de promoção e propaganda durante
este período de quarentena. Com os possíveis impasses nas negociações entre
administradores e lojistas, aumenta o risco de uma maior judicialização dos
contratos dos shopping centers ao longo deste ano.
Ainda que em algumas regiões os
empreendimentos estão sendo reabertos – de acordo com a Abrasce, até o dia 22
de abril, 19 municípios e 10 Estados anunciaram decretos autorizando o
funcionamento dos shopping centers –, esta retomada das atividades se dará de
forma gradual e sob condições, como restrição no horário de funcionamento e no
número de pessoas circulando pelos empreendimentos ao mesmo tempo, além da
devida higienização de clientes, funcionários e ambientes.
Por fim, a Lafis acredita que,
mesmo com a reabertura, o receio de parte da população em voltar a frequentar
estes estabelecimentos, diante das notícias sobre a evolução dos casos de
contaminados em todo o País, continuará por algumas semanas após a liberação de
funcionamento destes empreendimentos. Além disso, a crise sanitária e econômica
instaurada pelo Covid-19 vem exercendo grande impacto negativo sobre o mercado
de trabalho, fazendo com que a renda das famílias permaneça altamente
fragilizada nos próximos meses, o que adiará o consumo de itens não essenciais e
gastos com lazer e entretenimento até o fim deste ano.
Fernanda Rodrigues -
Mestre em Economia Aplicada, pela Universidade Federal de São Carlos, atua como
Especialista Setorial em Serviços ao Consumidor, canalizando esforços para o
desenvolvimento e processamento de pesquisas quantitativas/qualitativas
relacionadas aos mais variados tipos de serviços - comércio varejista geral,
bancos, sistemas de saúde, e-business, entre outros.
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