O mês de março de 2020 trouxe uma situação inédita
para a grande maioria da população. O avanço da pandemia do coronavírus pelo
mundo obrigou a adoção de medidas drásticas para evitar o contágio e o avanço
da doença. Enquanto cientistas e pesquisadores buscam entender os sintomas,
diagnósticos e a forma de combate ao vírus, a principal recomendação a todos é
o isolamento social. Isso mesmo: ficar em casa e reduzir ao máximo qualquer
contato físico com outras pessoas. É um cenário que desafia as famílias e exige
atenção, principalmente com as crianças.
Isolamento social é algo extremamente necessário
durante a crise em que vivemos e uma moeda que tem dois lados: ao mesmo tempo
que pode trazer consequências negativas, também é uma oportunidade de grande aprendizado.
No caso do público infantil, privado de suas
rotinas diárias como escola e brincadeiras em grupo com os amigos, é possível
estimular o desenvolvimento das habilidades socioemocionais durante o período
de reclusão. Assim, propicia às crianças situações em que elas possam
desenvolver o autocontrole emocional e o autoconhecimento, proporcionando uma
melhor compreensão de suas emoções e refletindo em sua qualidade de vida e
bem-estar no convívio social como um todo.
Neste momento, as crianças podem demonstrar
irritabilidade, apatia e desassossego. Dessa forma, é importante que a família
busque atividades que despertem o sentimento de pertencimento da criança em seu
próprio ambiente familiar. Para isso, inicialmente é necessário construir uma
rotina que envolva os pequenos nas atividades diárias da casa, sempre
planejadas em conjunto para que eles possam perceber que o combinado vai ser
cumprido.
Alguns exemplos práticos são altamente
satisfatórios para desenvolver essas habilidades. Pedir ajuda para lavar louças
de plástico (sem risco de se machucar) e regar plantas são ações que
proporcionam maior envolvimento com a casa. Adaptar um canto da residência para
piqueniques, fazer uma sessão de cinema com pipoca, contar histórias ou até
organizar shows, danças e fantasias durante o isolamento aproxima a família.
Outras situações que podem ser adotadas é envolver a criança na cozinha, como
enrolar brigadeiros, ou até estimular empatia e boa ação ao selecionar
brinquedos que não usam mais para doação.
Contudo, é importante ressaltar que isso não se
trata de uma check-list, ou seja, de realizar atividades previamente
combinadas para que a criança não entenda que são obrigações, mas diversão em
família. Além disso, cada dia é um dia e, principalmente neste período de
isolamento social, temos de exercitar a empatia e a paciência, olhando para o
outro sempre com atenção e de forma respeitosa. Assim, conseguimos preservar a
nossa saúde mental e, em um futuro próximo, podemos levar boas recordações
deste momento de crise que estamos vivendo.
Marta Maria Pasquali Mancini -
pedagoga, psicopedagoga, educadora sexual, mestra em Educação e coordenadora do
curso de Pedagogia no Centro Universitário Salesiano de São Paulo – UNISAL, Unidades Americana e Campinas.
UNISAL
- Centro Universitário Salesiano de São Paulo
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