Especialista conta
tudo o que os tutores devem saber para garantir a longevidade do animalzinho
portador de retroviroses felinas
Você já ouviu falar de FIV e FeLV? São doenças
causadas pelo retrovírus, comuns em ambientes com vários gatos, mas que podem
atingir facilmente qualquer felino que tenha acesso às ruas. A FeLV (Leucemia
Felina) é provocada por um Retrovírus Gama com alguns subtipos e a FIV
(Imunodeficiência), conhecida popularmente como AIDS Felina, é causada por um
Lentivírus e age de forma parecida com o vírus HIV em humanos.
As duas doenças são exclusivamente felinas,
transmitidas por contato, como lambeduras, mordidas e arranhões, mas também
através da amamentação ou por via placentária. A FIV, especificamente, também
pode ser transmitida durante o acasalamento. “O gatinho portador de uma das
doenças pode ter uma vida longa e saudável, desde que hajam algumas ponderações
e, por isso, fazer o teste no animalzinho adotado é muito importante”, explica
o veterinário Vitor Castro, especialista em felinos e sócio da AmahVet, clínica
veterinária que oferece uma gama de exames laboratoriais e de imagem, além de
consultas com especialista e atendimento de emergências por preços acessíveis.
O teste deu positivo. E agora?
As duas doenças são silenciosas, ou seja, o gatinho
pode viver muito tempo sem manifestar qualquer sinal delas. “São doenças
oportunistas e que prejudicam a imunidade do animal, favorecendo casos de
insuficiência renal crônica, linfoma, infecções respiratórias, rinotraqueíte,
broncopatias, conjuntivites, gengivites, entre outros problemas de saúde. Com a
FeLV é bem comum o pet apresentar seborreia, pelo seco e caspa”, comenta o
profissional que também elenca alguns cuidados essenciais para evitar que as
doenças associadas apareçam, além de aumentar a qualidade de vida e
garantir a longevidade do bichinho. Segue abaixo:
- Evitar
estresse -Não dê festas, nem receba visitas com muita frequência. Evite
mudanças de endereço e viagem com os pets sempre que possível e, quando
for inevitável, prepare o animalzinho para a alteração repentina de rotina.
“Deixar a caixa de transporte sempre à mostra ajuda bastante. Usar
florais, Feliway (sintético do hormônio felino facial ou materno, que é
comercializado na forma de spray ou difusor de tomada) ou Catnip (erva que
provoca uma sensação de relaxamento e bem-estar) também é indicado para
reduzir o estresse antes de eventos como esses”, orienta.
- Fazer
Check-ups - Faça visitas frequentes ao veterinário, inclusive para fazer
exames. Antes das consultas, o uso das substâncias citadas acima também é
bem-vindo, já que o pet terá que sair de casa.
- Enriquecer
o ambiente - Gatos gostam de prateleiras em lugares altos e de
arranhadores. Esses brinquedos melhoram a saúde mental do animal e são
indicados para todos os felinos, especialmente para os portadores de FIV
ou FeLV. “O ideal é que os tutores tenham arranhadores de diferentes
texturas para manter o interesse do pet”, afirma.
- Oferecer
ração de qualidade - Ter uma boa alimentação é essencial para que as
doenças oportunistas não ataquem o bichinho de estimação. “Indico sempre o
uso de uma ração superpremium e, nesses casos, esse cuidado é ainda mais
importante”, salienta.
- Criar
indoor - É recomendado criar os gatinhos dentro de casa para evitar
contato com outros animais que podem ser portadores de doenças contagiosas,
além de atropelamentos, maus tratos e outras situações de risco. “No caso
dos portadores de retroviroses é fundamental limitar o acesso a rua. Esses
animais devem morar em casas teladas ou apartamentos sem rotas de fuga,
para ter um ambiente controlado e o mais seguro possível”, recomenda
Castro.
- Manter
a vacinação em dia - Além da quádrupla (também chamada de V4) que protege
contra rinotraqueíte, calicivirose, panleucopenia e clamidiose e da vacina
contra a raiva, já existe no mercado a imunização contra a FeLV. “A FeLV é
um pouco pior do que a FIV pois os sintomas acabam aparecendo com o passar
dos anos. Por isso se o gatinho for diagnosticado apenas com
imunodeficiência deve ser vacinado contra a Leucemia Felina”, salienta. E
se o teste deu positivo apenas para FeLV a vacina também pode ser usada
caso haja interesse em introduzir mais um gato no ambiente. “Nesse caso
será preciso vacinar o gatinho saudável”, explica.
- Castrar,
especialmente as fêmeas - Animais castrados são mais comportados dentro de
casa, além disso, com essas doenças se ficarem gestantes ou se adquirirem
a doença durante a gestação têm grandes chances de abortar ou ter
filhotes natimortos. “Mas se os filhotes nascerem e sobreviverem não
necessariamente vão ter a doença”, finaliza o especialista.
AmahVet
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