A pandemia declarada pela OMS
em 11 de março é causada pelo COVID-19, um vírus de transmissão respiratória
que inicialmente ocorreu na China e agora espalha-se pelo mundo.
Os cuidados para a prevenção da
contaminação pelo vírus estão sendo orientados por todas as autoridades em
saúde e compartilhados entre os cidadãos. Dentre os principais cuidados,
destaca-se a adequada higiene da pele.
A pele constitui o maior órgão
do corpo humano e é tanto a barreira de proteção contra a entrada de
microrganismos no corpo, quanto um meio de ligação com o ambiente externo, que
ocorre através dos sentidos, como tato, calor, pressão e dor.
Porque devemos aumentar a
higiene da nossa pele neste momento? Porque, além da aerolização respiratória,
é através da pele que as pessoas infectadas estão alastrando a doença. Por
exemplo, uma pessoa infectada ao colocar as mãos na boca, nariz ou olhos, o que
é muito comum durante os dias dos sintomas gripais, está contaminando a própria
pele com o vírus. A pele, uma vez contaminada, levará o agente transmissor da
doença para todos os objetos que esta pessoa tocar antes de lavar as mãos, como
maçanetas, lençóis, toalhas, cadeiras, corrimãos, torneiras, teclados, chaves,
papéis, produtos no supermercado ou farmácias, entre outros. Outras pessoas
podem tocar nestes objetos contaminados e levarem as mãos aos olhos, nariz ou
boca, contaminando-se inadvertidamente.
A pele também pode ser agente
transmissor no caso do contato direto da região cutânea recentemente
contaminada pelo vírus com outra pessoa, que pode ocorrer através dos
tradicionais cumprimentos da cultura brasileira, como o aperto de mão, o abraço
ou os beijos diretamente na face.
Devido ao exposto acima, uma
das principais medidas para a prevenção do avanço na disseminação da doença é
evitar o toque da pele entre as pessoas, como também o toque em superfícies
contaminadas.
Para a eliminação do vírus, a higienização da pele,
principalmente das mãos, deve ser feita através da lavagem com água e sabão ou
aplicação de álcool gel 70%, seguindo os passos determinados pela Organização
Mundial da Saúde (paho.org/bra). Com o aumento das lavagens das mãos e a
utilização de álcool, é normal a pele ficar ressecada. Por isso, recomenda-se
intensificar os uso de hidratantes, que devem ser aplicados logo após a
higienização ou evaporação do álcool. Para pessoas alérgicas ou sensíveis,
utilizar produtos sem cor ou fragrância. A adequada hidratação da pele mantém a
barreira cutânea íntegra para a defesa contra os microrganismos e ajuda na
prevenção do surgimento ou exacerbação de problemas na pele.
Segundo o Ministério da Saúde
(saude.gov.br), as superfícies contaminadas podem ser limpas eficazmente com
álcool 70%, água e sabão ou solução de água sanitária (1 parte diluída em 9
partes de água), pois estes produtos são capazes de destruir o envelope viral
do COVID-19.
Os dermatologistas estão
atentos às medidas determinadas pelas autoridades com o avanço da pandemia e
muito envolvidos no compartilhamento das corretas informações à sociedade.
Dra. Taciana Dal’Forno Dini, MD, PhD - Presidente da Sociedade
Brasileira de Dermatologia Regional . Especialista em Dermatologia pela SBD. Coordenadora
do Departamento de Laser da SBD. Preceptora da Cosmiatria da Residência de
Dermatologia da PUCRS
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