terça-feira, 31 de março de 2020

Pediatras destacam mecanismos fundamentais para crianças com deficiência no período de isolamento

Atividades lúdicas
(Marcelo Matusiak)

Manutenção de rotina e uso da tecnologia para difusão de conhecimento técnico são alguns aliados

Em momentos de exceção, quando medidas extremas tem que ser tomadas, os grupos mais vulneráveis da população ficam ainda mais limitados e menos atendidos nas suas necessidades. As crianças com deficiência e suas famílias estão nesse grupo e são particularmente afetadas nessa situação. A pandemia que estamos vivendo sem precedente nesse século agrava a situação de forma exponencial, pois as medidas restritivas, não têm um prazo para terminar causando maior insegurança quanto ao tempo que será necessário para que tudo retorne à normalidade.

“Se a manutenção de rotina e serviços é fundamental para que as crianças com deficiência tenham melhor funcionalidade no seu dia a dia, os ajustes em um confinamento se tornam tarefas gigantescas para as famílias. Em geral, essas crianças necessitam de um suporte diário de acompanhamento por equipe multiprofissional com várias horas de intervenção por dia, além de atividades escolares. Mesmo assim, por vezes, quando as atividades não são estruturadas existem dificuldades de organizar as crianças, que respondem com respostas adaptativas limitadas, apresentando com reações aversivas e agitação”, explica o pediatra de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade de Pediatria do RS, membro da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, e da Sociedade Brasileira de Pediatria, Ricardo Halpern.

Certamente, nesse momento ampliam-se os estresses do dia a dia, com menos suporte da família estendida e rede de apoio, além de preocupações financeiras e se reflete na criança que está em casa sem entender exatamente o que acontece.
Nesse momento para minimizar essa carga nas famílias e nas crianças existe uma necessidade de criar mecanismos que possam adequar atividades à crianças com deficiência. Elas já possuem um repertório pequeno de brinquedo interação social, e muitas vezes sem uma capacidade de comunicação efetiva dificultando as trocas e explicações. O simples fato de ter a rotina modificada pode gerar desorganização e causar comportamentos disruptivos já que o aumento de estresse causa elevação dos hormônios cortisol e adrenalina, levando ao que chamamos de estresse tóxico fazendo com que o cérebro responda de forma ainda mais limitada à essas situações.

“Em linhas gerais, a manutenção de uma rotina o mais próximo possível do que a criança teria é fundamental. Os horários das terapias, mesmo que em casa, devem ser preenchidos com atividades similares (oferecidas pelos terapeutas) para que a criança possa estabelecer um elo entre o que fazia nas terapias e aquele horário em casa. Da mesma forma, outras atividades como refeições, horário de dormir e tempo de uso de tela devem continuar regrados, pois o retorno à rotina habitual após a normalidade, pode ser difícil se essas atividades sofrerem tantas alteração. Cabe aos profissionais de saúde, mesmo de forma remota, prover orientações no sentido de oferecer a melhor estabilidade possível para essas famílias”, acrescenta o médico.

A severidade de cada caso impõe medidas peculiares para cada situação. É importante lembrar o papel das ferramentas de comunicação virtual para auxiliar as famílias nesse momento complicado. Distanciamento social não pode se traduzir como distanciamento emocional e afetivo e uma maneira de minimizar a distância física é utilizar as redes sociais para trazer para “perto” os contatos que oferecem suporte emocional e técnico para as famílias.





Marcelo Matusiak


Dia Mundial do Autismo tem tema único no Brasil


Instituto Mauricio de Sousa participa da campanha nacional de 2020, que pede "Respeito para todo o espectro


Em 2020, pela primeira vez, a comunidade envolvida com a causa do autismo no País todo segue unida, em uma campanha nacional com tema único: “Respeito para todo o espectro”, para celebrar o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, que acontece todo 2 de abril — data criada em 2007 pela ONU (Organização das Nações Unidas), quando cartões-postais de todo o planeta se iluminam de azul — no Brasil, o mais famoso é o Cristo Redentor —para lembrar a data e chamar a atenção da mídia e da sociedade.

E o André, personagem autista da Turma da Mônica, não poderia ficar de fora. Com a parceria entre o Instituto Mauricio de Sousa e a Revista Autismo, André figura um dos cartazes da campanha nacional, engrossando o coro pela conscientização.

O desenhista Mauricio de Sousa, criador da Turma da Mônica e presidente do Instituto Mauricio de Sousa, tem apoiado a causa e, por meio do Instituto, fez uma tirinha especial em 2019 para o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril. O objetivo é alertar adultos e crianças sobre a importância de se informar a respeito do autismo, cada vez mais diagnosticado em todo o mundo por conta de maior disseminação de informação. Em parceria com a revista, toda edição da publicação traz uma história em quadrinhos inédita do André e a Turma da Mônica, já foram publicadas cinco histórias na revista, além da tirinha especial.

 Criamos o André inicialmente para participar de vídeos e revistas institucionais e conscientizar os pais sobre os sinais do autismo. Hoje, ele integra as historinhas da Turma da Mônica, mostrando às crianças como podemos aprender com as diferenças. Eu mesmo tenho aprendido muito desde a criação do personagem. “Ficamos muito satisfeitos de ter o André na campanha”, diz Mauricio de Sousa.




#RESPECTRO

Ao mencionar “todo o espectro” no tema, a campanha deixa claro que há uma extensa diversidade, um espectro, na maneira como o autismo afeta cada indivíduo, havendo desde pessoas com graves comprometimentos e comorbidades (outras condições de saúde associadas, como epilepsia e deficiência intelectual) até os chamados “autistas de alto funcionamento”, com sinais e sintomas muito leves do transtorno (antigamente diagnosticados com síndrome de Asperger). Por isso, o nome técnico ganhou a palavra "espectro", Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), pela grande variação de características e intensidades.

O pedido é por respeito nas políticas públicas, respeito no tratamento e terapias, respeito na inclusão no mercado de trabalho, na educação, em eventos, na sociedade de um modo geral e, logicamente, mais informação e menos preconceito. Mais conteúdo sobre autismo e o "2 de abril" podem ser obtidas no site da Revista Autismo (RevistaAutismo.com.br/DiaMundial), publicação gratuita, impressa, distribuída em todos os estados do Brasil, e também digital (em português e espanhol). No site da ONU (www.un.org/en/events/autismday) também há mais informações sobre a data.

No 2 de abril, em função do adiamento de diversos eventos Brasil afora por causa da pandemia de Convid-19, a Revista Autismo realizará um grande evento online, o 1º Congresso Online pelo Dia Mundial de Conscientização do Autismo, promover a conscientização a respeito do TEA. Renomados autistas, especialistas e outras pessoas ligadas ao tema farão um total de mais de 20 palestras em vídeo, entre eles Mauricio de Sousa e a filha Marina Sousa, diretora de conteúdo da Mauricio de Sousa Produções, que estarão disponíveis no site RevistaAutismo.com.br/DiaMundial/.

Em 2019, o maior evento aconteceu em São Paulo (SP), na Avenida Paulista, onde 10 mil pessoas caminharam para chamar a atenção pela causa. Outros destaques de público foram o Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF) e Manaus (AM).


Autismos

Pode-se dizer que há vários tipos ou subtipos de autismo, pois o transtorno é caracterizado por déficits, de qualquer nível, em duas importantes áreas do desenvolvimento: comunicação social (socialização e comunicação verbal e não verbal) e comportamento (movimentos repetitivos e interesses restritos). O TEA, portanto, afeta cada pessoa de maneira única. Não há um autista igual ao outro — nem em gêmeos idênticos.

Estudos recentes (principalmente uma grande pesquisa científica publicada em 2019, com mais de 2 milhões de indivíduos, em cinco países) têm demonstrado que fatores genéticos são os mais importantes na determinação de suas causas (estimados entre 97% e 99%, sendo 81% hereditário), além de fatores ambientais (de 1% a 3%). Existem atualmente mais de 900 genes já mapeados e implicados como fatores de risco para o transtorno.

No Brasil, a “Lei Berenice Piana” — Lei 12.764, de 2012, que criou a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo, regulamentada pelo Decreto 8.368, de 2014 — garante os direitos dos autistas e os equipara às pessoas com deficiência. A legislação, porém, saiu minimamente do papel até agora.



Estimativa: 2 milhões

Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças do governo (CDC, na sigla em inglês: Centers for Disease Control and Prevention) estima a prevalência de autismo em 1 a cada 54 crianças naquele país — números divulgados semana passada, referentes à pesquisa de 2016. O número de meninos é quatro vezes maior que o de meninas.

A ONU, através da Organização Mundial da Saúde (OMS), considera a estimativa de que aproximadamente 1% da população mundial esteja dentro do espectro do autismo, a maioria sem diagnóstico ainda. No Brasil, temos apenas um estudo de prevalência de TEA até hoje, um estudo-piloto, de 2011, em Atibaia (SP), de 1 autista para cada 367 habitantes (ou 27,2 por 10.000) — a pesquisa foi feita apenas em um bairro de 20 mil habitantes da cidade. Segundo a estimativa da OMS, o Brasil pode ter mais de 2 milhões de autistas.
Sinais de autismo

A seguir, relacionamos alguns sinais de autismo. Apenas três deles presentes numa criança de um ano e meio já justificam uma suspeita para se consultar um médico neuropediatra ou um psiquiatra da infância e da juventude.

  • Não manter contato visual por mais de 2 segundos;
  • Não atender quando chamado pelo nome;
  • Isolar-se ou não se interessar por outras crianças;
  • Alinhar objetos;
  • Ser muito preso a rotinas a ponto de entrar em crise;
  • Não brincar com brinquedos de forma convencional;
  • Fazer movimentos repetitivos sem função aparente;
  • Não falar ou não fazer gestos para mostrar algo;
  • Repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sem a devida função (ecolalia);
  • Não compartilhar seus interesses e atenção apontando para algo, ou não olhar quando apontamos algo;
  • Girar objetos sem uma função aparente;
  • Interesse restrito ou hiperfoco;
  • Não imitar;
  • Não brincar de faz-de-conta.

Nutrólogo lista alimentos para aumentar a imunidade Em época da pandemia do coronavírus ( COVID-19)


Alexander Gomes de Azevedo faz uma ressalva: o processo é lento e não há alimentos milagrosos


Em época da pandemia do coronavírus ( COVID-19), as pessoas querem aumentar a imunidade do organismo, que é formada por um conjunto de fatores que atuam contra diferentes doenças, vírus e bactérias.  Uma dieta balanceada pode ajudar a subir as defesas do organismo. Mas segundo o médico nutrólogo Alexander Gomes de Azevedo, este é um processo bem lento e gradual.


O profissional elencou alimentos que ajudam a fortalecer o sistema imunológico:


- Carnes magras, como peixe, que é uma boa fonte de zinco


- Fígado: para aumentar a quantidade de ferro no organismo e evitar a anemia


-Frutas


-Legumes,


-Alimentos integrais


-Feijão


-Quinoa


-Verduras, principalmente de cor verde escura- dar preferência para as orgânicas, já que agrotóxicos fazem mal à saúde


Por outro lado, existem alimentos que derrubam as defesas do organismo. Então é sempre bom evitar ao máximo.


- Açúcar


- Farinha refinada


- Óleo de cozinha, como de soja e milho


- Frituras


- Refrigerantes


O médico também enfatiza que não há alimentos milagrosos para aumentar a imunidade.